A política americana recebeu nesta terça-feira um golpe inesperado com a notícia do assassinato de Charlie Kirk, ativista conservador e fundador da influente organização juvenil Turning Point USA (TPUSA), morto a tiros durante um evento em Utah. Donald Trump, presidente dos Estados Unidos desde janeiro deste ano, não demorou a prestar homenagem e transformá-lo em um símbolo, afirmando que sua morte o torna um “mártir da verdade e da liberdade”.
Um ascenso meteórico na direita juvenil
Kirk nasceu em 1993 em Arlington Heights, Illinois. Filho de uma família de classe média, saltou para a cena pública desde muito jovem com discursos contra o que considerava o doutrinamento esquerdista nas universidades. Com apenas 18 anos, fundou Turning Point USA, uma organização que cresceu até se tornar uma rede nacional com milhares de ativistas em campus universitários de todo o país. Seu objetivo declarado: “despertar os jovens para o conservadorismo”.
Em paralelo, tornou-se um aliado-chave de Donald Trump desde a primeira campanha presidencial de 2016. Defendia políticas migratórias restritivas, o livre mercado e um conservadorismo social centrado na religião e na família. Foi uma figura controversa: admirado por seguidores republicanos e criticado por organizações progressistas que o acusavam de disseminar desinformação e radicalizar jovens.
Escreveu vários livros, foi apresentador de seu próprio pódcast e participou de diversas redes de televisão de viés conservador, consolidando-se como uma das vozes mais ouvidas da direita jovem nos Estados Unidos.
O atentado em Utah
El 10 de setembro de 2025, Kirk participava de um evento de sua American Comeback Tour na Universidade do Vale de Utah (UVU). No meio de sua intervenção foi atingido por um disparo proveniente de um edifício próximo. Morreu quase imediatamente, desencadeando cenas de pânico entre os presentes.
Até o momento, não se identificou o responsável pelo ataque. A polícia confirmou que está à procura de uma pessoa de interesse, mas não revelou sua identidade nem possível motivação. Também não há evidências claras de afiliação política do atacante. O caso está sendo investigado como assassinato político, o que eleva ainda mais a tensão em um país polarizado.
Trump o transforma em mártir
Donald Trump reagiu com firmeza desde suas redes sociais:
"Um assassino tentou silenciá-lo com uma bala, mas falhou porque juntos garantiremos que sua voz, sua mensagem e seu legado perdurem por incontáveis gerações. Charlie foi um patriota que dedicou sua vida à causa do debate aberto e ao país que tanto amava. Ele é um mártir da verdade e da liberdade."
O presidente acrescentou que “nunca houve ninguém tão respeitado pelos jovens”, e que Kirk era um homem de fé que agora “está em paz com Deus no céu”.
No mesmo comunicado, Trump culpou diretamente a “esquerda radical” de gerar um clima de ódio:
“Durante anos, os setores da esquerda radical compararam maravilhosos americanos como Charlie a nazistas e assassinos em massa. Essa retórica odiosa é diretamente responsável pelo terrorismo político que estamos vendo em nosso país hoje, e deve acabar agora mesmo.”
Vida pessoal
Além de seu papel como líder político, Kirk era conhecido por sua fé cristã e por compartilhar com frequência mensagens religiosas em suas intervenções públicas. Estava casado com Erika Frantzve, ex-miss e ativista pró-vida, com quem contraiu matrimônio em 2021. O casal teve dois filhos, uma menina de 3 anos e um menino de 15 meses. Em várias entrevistas, Kirk mencionou que a paternidade reforçou seu compromisso com a causa conservadora, que ele definia como “a defesa da família tradicional, de Deus e da pátria”.
Amigos e colaboradores o descrevem como um homem trabalhador, de forte caráter, mas próximo e acessível aos seus seguidores, especialmente os jovens, a quem considerava “a esperança do futuro americano”.
Reações divididas
O assassinato e as palavras de Trump geraram uma onda de reações. Líderes republicanos o lembraram como um defensor do conservadorismo juvenil, enquanto setores progressistas alertaram para o risco de que sua figura seja utilizada para aprofundar a divisão política no país.
Lo certo é que, com apenas 31 anos, Charlie Kirk passou de ser um polemista de campus a se tornar o novo mártir do trumpismo, em um momento em que a política americana vive sob um clima de tensão e violência inédita há décadas.
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