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Fidel Castro Smirnov, neto do ditador cubano Fidel Castro, afirmou em uma recente entrevista que Cuba “continua sendo uma potência médica”, apesar da profunda crise que atravessa o sistema de saúde na ilha.
O cientista, doutor em biologia e membro da Sociedade Médica Internacional, defendeu em conversa com a emissora CNN o legado de seu avô na área científica e de saúde, exaltando a formação de médicos e o desenvolvimento biotecnológico do país.
As declarações, feitas durante um encontro acadêmico no Chile, contrastam com a realidade que enfrentam milhões de cubanos: hospitais colapsados, escassez de medicamentos, falta de insumos básicos e um êxodo em massa de profissionais da saúde.
Enquanto Smirnov destaca os supostos feitos históricos da revolução, os pacientes na ilha são forçados a recorrer à "multa médica", ao mercado negro ou à ajuda do exterior para sobreviver.
O neto do ex-governante falou sobre a “visão estratégica de seu avô ao impulsionar a biotecnologia e a Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), instituição que formou milhares de médicos estrangeiros.
Segundo Smirnov, esses programas são prova do caráter “humanista e solidário” do sistema cubano. "São médicos formados em princípios humanistas, que tratam a atenção à saúde como um direito humano e não como um negócio", disse.
Durante a conversa, defendeu o investimento em pesquisa e a criação de centros como o de Engenharia Genética e Biotecnologia ou o de Imunologia Molecular, apresentando-os como pilares do prestígio internacional de Cuba, enquanto o acesso a esses medicamentos e tecnologias está longe do alcance da maioria dos cidadãos, que devem enfrentar hospitais em ruínas, ausência de antibióticos e falta de equipamentos básicos.
O discurso oficial, repetido agora por Fidel Castro Smirnov, ignora deliberadamente a decadência estrutural do sistema de saúde.
"Cuba mostra hoje um desenvolvimento na medicina nuclear. Até nós temos um acelerador para a produção de radiofármacos. Temos também incorporadas aplicações de imagemologia molecular, tomografia por emissão de positrões", quando os pacientes com câncer enfrentam a falta de acesso a esses diagnósticos.
Na prática, Cuba deixou de ser uma “potência médica” para se tornar um país com um sistema de saúde em estado crítico, onde até uma simples consulta depende de conexões políticas ou da capacidade de pagamento em divisas.
O contraste entre a propaganda do regime e a vida real é evidente: enquanto se insiste em vender ao mundo uma imagem de potência médica, a população sofre um deterioro sem precedentes na atenção à saúde.
As palavras do neto do ditador, mais do que refletir a verdade, parecem uma tentativa de maquiar a crise com um discurso herdado da mesma retórica oficialista que nega a ruína de Cuba.
Castro, Acadêmico Titular da Academia de Ciências de Cuba e Professor Titular em Física Nuclear e Pesquisador Titular do Instituto Superior de Tecnologias e Ciências Aplicadas (Instec) de Havana, viajou no final de agosto para Valparaíso por ocasião do XII Encontro de graduados da Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM).
É um dos três filhos do matrimônio entre a russa Natasha Smirnova e Fidel Castro Díaz-Balart, que se suicidou em Havana, em fevereiro de 2018, devido a um estado depressivo, segundo informações oficiais.
Perguntas frequentes sobre as declarações de Fidel Castro Smirnov e a situação da saúde em Cuba
O que Fidel Castro Smirnov afirmou sobre o sistema de saúde cubano?
Fidel Castro Smirnov afirmou que Cuba continua sendo uma "potência médica", apesar da profunda crise que o sistema de saúde na ilha enfrenta. Suas declarações contrastam com a realidade dos hospitais colapsados, a escassez de medicamentos e o êxodo de profissionais da saúde que o país está enfrentando.
Qual é a realidade do sistema de saúde em Cuba, segundo os cidadãos e especialistas?
A realidade do sistema de saúde em Cuba é crítica, com hospitais em ruínas, falta de medicamentos básicos e um acesso limitado a tecnologias e tratamentos modernos. A população enfrenta um deterioro significativo na assistência médica, contradizendo as declarações oficiais que tentam manter a imagem de uma potência médica.
Como se contrasta o acesso à atenção médica entre a elite política cubana e o povo?
O acesso à atenção médica em Cuba apresenta um forte contraste entre a elite política e o povo. Enquanto Fidel Castro Smirnov recebeu atendimento médico em Havana, no Chile, a população cubana enfrenta longas listas de espera e carências no sistema de saúde, o que ressalta a desigualdade no acesso aos serviços de saúde.
Qual é o papel das missões médicas cubanas no exterior?
As missões médicas cubanas no exterior são apresentadas pelo regime como "missões solidárias", mas foram denunciadas como esquemas de exploração laboral e manipulação política. Esses programas geram receitas significativas para o governo cubano, enquanto o sistema de saúde interno enfrenta uma crise severa.
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