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Um surto de hepatite afeta a Brigada da Fronteira em Guantânamo, especificamente no Batalhão do Leste, onde a maioria dos soldados são adolescentes recém-recrutados, de acordo com denúncias que expõem a gravidade de uma situação que as autoridades militares tentam silenciar.
De acordo com uma publicação do jornalista independente Yosmany Mayeta Labrada, através de sua página de Facebook, os familiares dos jovens buscam respostas sobre o estado de saúde de seus filhos, mas recebem apenas evasivas e mensagens tranquilizadoras dos comandos militares, enquanto na prática a propagação da doença avança sem controle.
As próprias comunicações dos recrutas com seus pais contradizem a versão oficial e mostram que o surto se espalha dentro da unidade, sem protocolos eficazes para conter os contágios.
O caso evidencia a fragilidade das condições sanitárias nos destacamentos militares e a opacidade com que as autoridades gerenciam emergências que colocam em risco dezenas de adolescentes enviados ao serviço obrigatório.
A falta de informação oficial agrava a incerteza das famílias, que permanecem em suspense enquanto seus filhos adoecem em instalações onde prevalece o sigilo.
A saúde dos jovens soldados está por um fio diante de um surto que o regime se recusa a reconhecer publicamente.
O Ministério da Saúde Pública (Minsap) confirmou no dia 27 de agosto que houve um “discreto aumento” no número de casos de hepatite A no país.
A hepatite A é uma doença viral aguda que afeta o fígado, transmitida principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas. Sua propagação é facilitada em condições de higiene precárias e em áreas com problemas no fornecimento e tratamento da água potável.
“Sempre que possível, é necessário ferver a água e também administrar os comprimidos de cloro, que em determinados momentos são vendidos nas farmácias do nosso país, e você os coloca e consome ali, além de lavar bem os vegetais com água clorada”, recomendou Francisco Durán, diretor nacional de Higiene e Epidemiologia do Minsap.
A propósito, a Embaixada dos Estados Unidos em Havana emitiu uma nova alerta sanitária dirigida a seus cidadãos, após o aumento de casos de hepatite A na capital cubana, alertando que o risco de contágio aumenta devido às deficiências nos sistemas de água e saneamento.
As autoridades americanas recomendaram aos viajantes consultar o seu médico sobre a vacina contra a hepatite A antes de visitar a ilha, além de intensificar os cuidados de higiene durante a sua estadia.
Esta nova alerta se soma a outros avisos de saúde recentes emitidos por Washington em relação a surtos de dengue, chikungunya e oropouche em Cuba, refletindo a crescente preocupação com o deterioro das condições higiênico-sanitárias na ilha.
Mas a expansão dos lixeiros, o mau cheiro e a proliferação de vetores fazem parte da paisagem cotidiana em outras cidades e vilarejos de Cuba. Esta situação é agravada pelos persistentes problemas de abastecimento de água e ineficaz coleta de lixo.
A acumulação de resíduos susita a indignação dos vizinhos que denunciam condições insalubres e inação estatal, enquanto convivem entre moscas, maus odores e o medo de doenças.
A fines de junho, as autoridades de Saúde em Cárdenas, Matanzas, afirmaram que os casos suspeitos de hepatite A no bairro 13 de Março haviam diminuído "significativamente", após a implementação de um conjunto de "medidas de controle" focadas na área, embora ainda fossem reportados de um a dois casos diários.
Em dezembro de 2024, o Minsap já havia confirmado um aumento significativo desta doença,.
Perguntas frequentes sobre o surto de hepatite em Guantánamo
O que está acontecendo na Brigada da Fronteira de Guantânamo em relação à hepatite?
Um surto de hepatite está afetando a Brigada da Fronteira em Guantánamo, especificamente no Batalhão do Leste, segundo denúncias que afirmam que as autoridades militares estão tentando ocultar a situação. Os soldados afetados são principalmente adolescentes recém-recrutados, e a falta de informação oficial está gerando incerteza entre as famílias dos jovens.
Como está se propagando a hepatite A em Cuba?
A hepatite A é transmitida principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas. As precárias condições de higiene e problemas no fornecimento de água potável facilitam sua propagação. Em Cuba, essas condições são comuns, o que levou a um aumento de casos em várias regiões do país.
Quais medidas são recomendadas para prevenir o contágio da hepatite A?
As autoridades de saúde recomendam ferver a água e tratá-la com cloro antes de consumi-la. Também é aconselhável lavar bem frutas e vegetais com água clorada, e manter rigorosas medidas de higiene pessoal, como a lavagem frequente das mãos com água e sabão, especialmente antes de comer e após usar o banheiro.
Como o surto de hepatite A afeta o sistema de saúde cubano?
O surto de hepatite A pode sobrecarregar os serviços de saúde se não for controlado a tempo. A situação se agrava devido à fragilidade do sistema de saúde cubano, que já enfrenta desafios pela escassez de medicamentos, falta de pessoal e deterioração das infraestruturas. A gestão ineficaz do governo para garantir um ambiente de saúde adequado agravou a situação.
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