Mãe da cubana baleada pelo ex-parceiro em Miami rompe o silêncio: "Não posso dizer que estou bem"

María Elena Crespo diz que, embora sua filha esteja consciente, seu estado de saúde é delicado. A bala atravessou a parte superior do coração e causou um hemotórax.

Yudaisy Salgueiro e sua mãe Maria Elena Crespo JanesFoto © Facebook / María Elena Crespo Janes

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A mãe de Yudaisy Salgueiro, a cubana de 47 anos baleada por seu ex-parceiro em seu edifício no oeste de Miami-Dade, falou sobre a condição de sua filha, que permanece internada no Jackson Memorial Hospital após sobreviver milagrosamente a um tiro no peito.

A tranquilidade da tarde de terça-feira foi rompida no complexo Monte Carlo Apartments, quando a tentativa de feminicídio terminou em tiroteio e com um grande desplegar policial.

Na quarta-feira, María Elena Crespo relatou a Local 10 os momentos de horror que viveram quando a violência bateu à porta de sua própria casa.

Afirmou que, embora sua filha esteja consciente e se recuperando, seu estado de saúde continua sendo delicado.

"Não posso dizer que esteja bem," confessou, e explicou que a bala atravessou a parte superior do coração de Yudaisy e provocou um hematórax, ou seja, acúmulo de sangue no pulmão.

Apesar da gravidade, os médicos determinaram que não seria necessário uma cirurgia imediata.

"Graças a Deus foi apenas uma bala", destacou do hospital a própria Yudaisy, natural de Pinar del Río e profissional de saúde, que agradece por ter sobrevivido ao ataque.

Uma emboscada no edifício

O tiroteio ocorreu pouco antes das 16h do dia terça-feira, 26 de agosto, na interseção da NW 72nd Avenue com a 3ra Calle, ao sul da rodovia SR 836.

O atacante foi Javier Albriza Jara, de 50 anos, que havia mantido um relacionamento de mais de dez anos com Yudaisy, mas do qual estavam separados há um ano e meio.

De acordo com a mãe da vítima, Jara estava posicionado em uma área comum quando abriu fogo contra sua ex-companheira. O disparo atingiu o peito de Yudaisy e, quando tentou finalizá-la, a arma travou.

"Ele a estava esperando… mas a arma pareceu emperrar e ele não conseguiu disparar novamente. Nesse momento, ela correu em direção às escadas em busca de abrigo", relatou Crespo.

Vizinhos também descreveram cenas de terror.

Uma mulher que presenciou os acontecimentos contou à Telemundo 51: "Algo explodiu no elevador, a moça saiu gritando e o homem atrás. Ouviram-se tiros e estilhaços de vidro. Vi quando ele atirou na moça e ela gritava pedindo ajuda".

Perseguição dentro do complexo

Ferida e sangrando, Yudaisy conseguiu escapar para a unidade de um vizinho, onde pediu ajuda.

Enquanto isso, Jara, descontrolado, quebrou os vidros do apartamento da vítima tentando encontrá-la. Ele também invadiu o apartamento dos pais de Yudaisy, no terceiro andar.

Ali, María Elena Crespo confrontou o agressor: "Lutei com ele e consegui me trancar no meu quarto".

Segundo ela, seu ex-genro não atirou nela "porque a bala não saiu".

O cerco policial e o desenlace

As chamadas para o 911 mobilizaram rapidamente o Escritório do Xerife de Miami-Dade (MDSO) e a equipe especial de resposta (SRT). Imagens captadas por vizinhos mostraram os agentes entrando com escudos e armas longas.

O suspeito, armado, se barricou em seu próprio apartamento no quarto andar. "Ao descobri-lo, houve um intercâmbio de disparos entre ele e três de nossos agentes", explicou o assistente do xerife Eric García.

Minutos depois, o SRT entrou e encontrou Jara morto no interior. Ainda não foi informado se ele faleceu por fogo cruzado ou por uma ferida autoinfligida.

Uma vida marcada pelo milagre

O ataque deixou uma profunda marca em Yudaisy e sua família.

Desde a cama do hospital, a vítima confessou que ainda tenta compreender o que aconteceu: "O que aconteceu eu nunca imaginei. Estivemos juntos por 10 anos e ele não era agressivo. Nunca discutimos".

Hoje, ela se apega à fé e à certeza de que, apesar da dor física e emocional, saiu viva de um acontecimento que poderia ter terminado em tragédia. "Eu te digo que tudo isso foi um milagre", declarou.

Enquanto isso, a mãe resume a sensação compartilhada por familiares e vizinhos: alívio porque a filha sobreviveu, mas medo pela violência que abalou todo o edifício.

Um edifício abalado pelo caos

Após o tiroteio, vários apartamentos ficaram com janelas e móveis perfurados por balas.

A área ao redor do complexo permaneceu fechada por horas, com patrulhas bloqueando a NW 72 Avenue e a Flagler Street, o que gerou forte congestionamento de veículos.

Vídeos divulgados nas redes sociais pela conta comunitária Only in Dade mostraram a magnitude da operação policial e o nervosismo dos residentes, muitos dos quais ainda processam o trauma do que viveram.

"Sinto tranquilidade"

Já mais calma, Yudaisy assegura que o único que lhe dá paz é saber que seu agressor não voltará a ameaçá-la. "Sinto tranquilidade em saber que não será uma ameaça para mim nem para minha família", expressou.

O caso ainda está sob investigação, mas para a vítima e sua mãe, o importante é que hoje ela pode contar.

Perguntas frequentes sobre a tentativa de feminicídio em Miami

O que aconteceu com Yudaisy Salgueiro durante o ataque em Miami?

Yudaisy Salgueiro foi atacada por seu ex-parceiro, que lhe disparou no peito enquanto estava no complexo Monte Carlo Apartments. Apesar da gravidade do ferimento, conseguiu sobreviver e está em processo de recuperação no hospital Jackson Memorial.

Quem foi o agressor de Yudaisy e qual foi o desfecho?

O agressor foi Javier Albriza Jara, ex-parceiro de Yudaisy Salgueiro. Após disparar contra ela, houve um confronto com a polícia e foi encontrado morto em seu apartamento, embora não se saiba se foi devido a fogo cruzado ou a um ferimento autoinfligido.

Qual é o estado atual de saúde de Yudaisy Salgueiro?

Yudaisy está consciente e se recuperando no hospital, embora seu estado ainda seja delicado devido a um hemotórax causado pelo tiro. Não foi necessária uma cirurgia imediata, de acordo com os médicos.

Como o ataque afetou a comunidade do complexo de apartamentos?

O ataque causou um grande impacto na comunidade do Monte Carlo Apartments, deixando janelas e móveis perfurados por balas e provocando um grande despliegue policial. Os residentes ainda estão processando o trauma do que viveram e sentem alívio pela sobrevivência de Yudaisy.

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