“Faço o que for necessário para que minha filha não vá para a cama sem comer”: Assim sobrevive uma mãe cubana na ilha

Uma mãe cubana compartilha no TikTok sua luta diária para alimentar sua filha em meio à crise econômica de Cuba, cozinhando com lenha devido à falta de gás e eletricidade.

Madre cubanaFoto © @darlingmores / TikTok

A escassez de recursos básicos em Cuba continua a influenciar a vida de milhares de famílias, especialmente das mulheres que carregam a responsabilidade do lar.

Uma mãe compartilhou no TikTok um relato sincero de como sobrevive diariamente em meio à crise econômica e energética que atravessa o país.

“Vou te ensinar a sobreviver, vou te mostrar a realidade sem filtro em um lugar onde temos que viver apenas com o necessário e o que encontramos”, começa dizendo a jovem em um vídeo publicado em sua conta @darlingmores.

Na gravação, relata como, ao não ter gás, eletricidade nem carvão, teve que sair cedo para o monte para colher lenha e construir um fogão improvisado para cozinhar.

“Comecei a fazer esses feijõezinhos, coloquei uma gotinha de açúcar para tirar a acidez do feijão preto, e atraiu mais um arroz branco”, explicou enquanto mostrava o processo.

Entre fumaça e cinzas, cozinhou de quatro patas no chão, assegurando que o fazia “porque uma mãe faz o que for preciso para que sua filha não vá para a cama sem comer”.

Apesar das dificuldades, destacou que a comida “ficou deliciosa” e lembrou que a lenha dá um sabor especial, embora cozinhar assim “acabe com os pulmões”.

A mulher terminou mostrando como, além de cozinhar, precisava carregar água e manter a casa limpa. Seu testemunho reflete as carências cotidianas de muitas mães cubanas que enfrentam a crise sem praticamente recursos, resistindo para garantir um prato de comida na mesa.

Perguntas frequentes sobre a sobrevivência em Cuba em meio à crise energética e econômica

Como a crise energética em Cuba afeta a vida cotidiana das famílias?

A crise energética em Cuba se manifesta em apagões prolongados que podem durar até 24 horas, o que dificulta a realização de tarefas domésticas básicas como cozinhar, lavar roupa ou conservar alimentos. As famílias precisam adaptar suas rotinas às poucas horas de eletricidade disponíveis, o que implica uma corrida contra o tempo para aproveitar a corrente quando está disponível. Essa situação gera um desgaste físico e emocional significativo, especialmente em lares com crianças pequenas.

Que métodos as famílias cubanas utilizam para cozinhar sem gás nem eletricidade?

Ante a falta de gás e eletricidade, muitas famílias cubanas recorrem a cozinhar com lenha como uma solução improvisada. As mães precisam sair para procurar galhos secos para acender fogueiras improvisadas, muitas vezes em varandas ou pátios. Embora este método permita preparar alimentos, a fumaça e a fuligem são um problema constante, afetando a saúde e o ambiente doméstico.

Quais são as principais dificuldades que as mães cubanas enfrentam na crise atual?

As mães cubanas enfrentam múltiplas dificuldades na crise atual, incluindo a escassez de recursos básicos como alimentos, água e combustível. Além disso, devem garantir a alimentação de seus filhos em meio a apagões e falta de fornecimento de gás. O peso emocional e físico de manter o lar limpo e funcional sem os serviços básicos é significativo, o que as obriga a improvisar e buscar soluções criativas para superar as carências diárias.

Qual é o impacto dos apagões na alimentação e no descanso nas residências cubanas?

Os apagões têm um impacto profundo na alimentação e no descanso dos lares cubanos. A falta de eletricidade impede a conservação adequada dos alimentos, o que leva ao estragamento de muitos produtos. Além disso, cozinhar só é possível quando há energia ou por meio de métodos alternativos como lenha. O descanso também é afetado, já que as noites sem eletricidade são quentes e cheias de mosquitos, dificultando o sono, especialmente para as crianças.

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Yare Grau

Natural de Cuba, mas vivo na Espanha. Estudei Comunicação Social na Universidade de Havana e posteriormente me graduei em Comunicação Audiovisual pela Universidade de Valência. Atualmente, faço parte da equipe da CiberCuba como editora na seção de Entretenimento.