A usuária cubana do TikTok conhecida como @bettyprez19 acendeu o debate nas redes sociais ao publicar um vídeo onde levanta uma dúvida que muitas famílias fora da ilha se fazem: 300 dólares são suficientes para que uma pessoa viva sozinha em Cuba durante um mês?
En seu vídeo, Betty explicou que uma amiga residente na Espanha —que mantém financeiramente um familiar na ilha— pediu sua opinião após suspeitar que a quantia que envia a cada mês pode não estar sendo utilizada de maneira transparente. “Ela me perguntou se isso é suficiente, porque a pessoa diz que não está recebendo. Eu tenho minha opinião e a expressei, mas queríamos saber a opinião de mais pessoas, caso estejam a enganando ou se essa é a realidade”, comentou.
A publicação gerou mais de cem comentários e opiniões divididas. Para muitos, sim, é suficiente e até sobra:
“Com 100 se vive e come bem, com 300 está vivendo como um rei”, escreveu uma usuária. “Dá até para uma família de quatro, se não ficarem se fazendo de ricos”, disse outra. “Com esse dinheiro, dá até para guardar para emergências. Não acreditem em histórias”, opinou outro usuário.
Pero também houve quem oferecesse um olhar mais crítico sobre a realidade cubana: “Tudo está caríssimo. Se você tiver que comprar na rua, não dá nem para o básico”, advertiu uma internauta. “300 são suficientes para comer e se higienizar, mas não para viver com luxos nem para sair”, explicou outra pessoa. “Se você mora em Camagüey e cozinha com carvão, talvez dê, mas se quiser arroz brasileiro, carne e gás líquido, não sobra nada”, detalhou uma cubana. “O transporte está péssimo e caríssimo. Se você precisar se deslocar, aí vai parte do dinheiro”, comentou outra usuária.
Outros comentários refletiram desconforto e ceticismo sobre a forma como as remessas são gerenciadas:
“Estão tirando dinheiro na cara. Muitos abusam das famílias no exterior”, escreveu uma mulher. “Conheço casos onde recebem 300 e dizem que não é suficiente porque estão sustentando outra pessoa em segredo”, denunciou outro usuário. “Quanto mais você manda, mais eles gastam. Eles não valorizam”, afirmou outra pessoa.
Mais além da polêmica, o vídeo revela uma realidade complexa: o desgaste emocional e financeiro dos emigrantes cubanos que sustentam suas famílias em um país marcado pela inflação, pela escassez e pelos baixos salários. Também traz à tona um tema sensível: a desconfiança crescente entre aqueles que enviam remessas e aqueles que as recebem, especialmente quando as prioridades e expectativas não coincidem.
Perguntas frequentes sobre o custo de vida em Cuba com 300 dólares
É possível viver em Cuba com 300 dólares por mês?
A resposta a esta pergunta depende de vários fatores, mas 300 dólares podem não ser suficientes para viver confortavelmente em Cuba. Embora alguns usuários afirmem que essa quantia pode ser mais do que suficiente se administrada adequadamente, outros apontam que, devido à inflação e ao alto custo dos produtos básicos, o dinheiro pode não ser suficiente para cobrir todas as necessidades básicas.
¿Cuánto custa a cesta básica em Cuba?
O custo da cesta básica em Cuba pode variar dependendo da disponibilidade de produtos e das flutuações do mercado informal. Em contextos de inflação e desabastecimento, como o atual, os preços podem ser proibitivos para muitos cubanos, especialmente para aqueles que não recebem remessas do exterior.
Quais são os principais desafios econômicos para os cubanos que vivem na ilha?
Os cubanos enfrentam vários desafios econômicos, entre eles a inflação, a escassez e os baixos rendimentos. O salário médio em Cuba é insuficiente para cobrir as necessidades básicas, e muitos dependem de remessas para sobreviver. A dolarização parcial do mercado e a desvalorização do peso cubano agravam a situação.
Por que existe desconfiança entre aqueles que enviam e recebem remessas em Cuba?
A desconfiança entre aqueles que enviam e recebem remessas em Cuba pode surgir devido a diferenças nas expectativas e prioridades. Alguns emigrantes sentem que seus familiares na ilha não valorizam adequadamente o esforço econômico realizado para enviar dinheiro, enquanto outros em Cuba podem sentir que as remessas não são suficientes para cobrir suas necessidades devido ao alto custo de vida.
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