EUA reforça o despliegue militar no Caribe para combater os cartéis designados como terroristas

Os EUA desplegaram mais de 4.000 fuzileiros navais no Caribe para combater cartéis designados como terroristas. A magnitude dos meios agora envolvidos também oferece ao presidente Trump uma ampla gama de opções ofensivas.

USS New York (imagem de referência)Foto © surflant.usff.navy.mil

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O exército dos Estados Unidos deslocou mais de 4.000 fuzileiros navais e marinheiros em águas da América Latina e do Caribe como parte de uma ofensiva sem precedentes contra organizações criminosas que a administração de Donald Trump categorizou como “narcoterroristas”.

A operação, confirmada por fontes do Pentágono à CNN e Reuters, representa uma mudança drástica na estratégia de segurança de Washington, que agora coloca a luta contra os cartéis no mesmo nível da guerra contra o terrorismo global.

O Grupo Anfibio Listo de Iwo Jima e a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais (MEU) se integraram ao Comando Sul (SOUTHCOM), em um movimento que também inclui destróieres, um submarino de ataque nuclear, aeronaves de reconhecimento e um cruzador com mísseis guiados. O USS Iwo Jima, o USS Fort Lauderdale e o USS San Antonio lideram a operação naval no mar do Caribe.

Embora o Pentágono insista que a presença militar busca “enviar uma mensagem de dissuasão”, a magnitude dos meios envolvidos oferece ao presidente Donald Trump uma ampla gama de opções ofensivas. As MEU contam com capacidade aérea de combate e foram utilizadas no passado em operações de evacuação e controle de crise em áreas de alta tensão internacional.

O pano de fundo político reforça o caráter extraordinário da medida. Nos últimos meses, o Departamento de Estado incluiu em sua lista de organizações terroristas estrangeiras seis cartéis mexicanos —entre eles Sinaloa e Jalisco Nova Geração—, o Trem de Aragua da Venezuela e a Mara Salvatrucha (MS-13).

Washington justifica sua decisão alegando que essas estruturas delitivas representam uma “ameaça incomum e extraordinária” devido ao seu envolvimento em tráfico de drogas, armas, migrantes e à sua presença em solo americano.

Reportagens do New York Times indicam que a nova política permite ao Exército assumir responsabilidades que antes eram reservadas a agências civis, como a busca e neutralização de suspeitos no exterior.

Ao mesmo tempo, drones de vigilância intensificaram seus voos sobre o México e a Venezuela, e foi relatado que detidos vinculados a essas organizações estão sendo transferidos para a Base Naval de Guantánamo.

As reações na região não demoraram a surgir. O México expressou seu repúdio à ação unilateral dos Estados Unidos e advertiu que esse tipo de medida pode ser interpretado como um convite à intervenção direta.

Em Caracas, o regime de Nicolás Maduro foi novamente apontado por Washington, que designou o Cartel dos Soles como organização terrorista e ofereceu 50 milhões de dólares pela captura do mandatário venezuelano.

O reforço militar no mar do Caribe revive antigas tensões na América Latina e coloca no centro do debate a militarização da luta contra as drogas, com possíveis consequências de grande alcance para a região.

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