A ativista cubana Carolina Barrero reagiu de forma contundente às recentes revelações do jornal El Nuevo Herald sobre os fundos em dinheiro que seriam geridos pelo conglomerado militar GAESA, controlado pelas Forças Armadas do regime cubano.
Uma investigação da jornalista Nora Gámez Torres indica que a GAESA disporia de 18 bilhões de dólares em caixa, uma quantia superior às reservas internacionais de países como Costa Rica, Uruguai e Panamá.
“Desde que ontem saíram as revelações, não parei de fazer contas e pensar nas dimensões de um engano conhecido, mas não completamente ponderado. Porque o diabo está sempre nos detalhes”, escreveu Barrero em seu perfil no Facebook.

A ativista denunciou o duplo discurso do regime cubano
“A tirania Castro, dona da GAESA, finge para o mundo ser vítima do embargo quando é a predadora. Exige que os cubanos resistam enquanto chupam até a última gota do nosso sangue.”
O artigo citado por Barrero também aponta que o valor revelado pode ser apenas uma parte da fortuna da GAESA.
"E 18 bilhões poderiam ser apenas a metade. O artigo menciona que as receitas da CIMEX, empresa com sede no Panamá, não estão contabilizadas e representariam quase 50%. A isso deve-se adicionar o que nem sequer aparece nesta contabilidade. A caixa B da caixa B, que com certeza existe", destacou.
Para ilustrar o contraste entre essa riqueza e a crise nacional, a ativista lembrou que “são necessários 43 milhões de dólares anuais para abastecer o sistema nacional de saúde com medicamentos prioritários, e 250 milhões por ano para manter a infraestrutura elétrica funcionando. O que equivaleria a garantir ambas as necessidades por mais de 50 anos. No entanto, o dinheiro não vai para lá.”
Barrero também criticou funcionários e porta-vozes do regime que “afirmaram repetidamente que as sanções americanas os impedem de pagar itens essenciais como leite para as crianças, medicamentos e a manutenção da deteriorada infraestrutura energética”.
"Estou aguardando os comentários enérgicos de Johana Tablada, Carlos Alzugaray, Israel Rojas, Julio Cesar Guanche, e dessa longa lista de defensores da doutrina do vitimismo do embargo, branqueadores de uma casta de ladrões e tecedores da confusão que possibilita a prevalência do regime," disse Barrero
A ativista alertou os líderes do governo cubano que, pouco a pouco, o "teatro está desmoronando, as máscaras continuarão a cair e não restará mais do que ignomínia e vergonha para se repartir".
Perguntas Frequentes sobre a GAESA e seu Impacto em Cuba
Quanto dinheiro o conglomerado militar GAESA movimenta em Cuba?
GAESA administra mais de 18 bilhões de dólares em dinheiro, uma quantia superior às reservas internacionais de vários países latino-americanos. Este montante representa uma acumulação de recursos controlada pelas Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, através de diversas empresas sob a égide da GAESA, como CIMEX e Gaviota. Segundo investigações, esse valor poderia ser ainda o dobro se outras fontes de renda não contabilizadas oficialmente forem incluídas.
Por que a GAESA é criticada por não investir no bem-estar social de Cuba?
A crítica principal é que, apesar de administrar enormes recursos financeiros, GAESA não destina fundos para necessidades básicas como a saúde ou a infraestrutura elétrica, que requerem milhões de dólares anuais para funcionar adequadamente. Em vez disso, os fundos permanecem em contas externas ou são direcionados a projetos que não beneficiam diretamente a população cubana. Essa situação gera um contraste flagrante entre a riqueza do conglomerado e a crise que o país enfrenta.
Como se financia a GAESA e quais são as implicações disso para a economia cubana?
GAESA recebe financiamento do Estado cubano e se beneficia de um esquema de subsídios e evasão fiscal, o que lhe permite operar como uma entidade independente e poderosa dentro da economia cubana. Essa estrutura reforça seu poder econômico à margem do sistema oficial, e sua falta de transparência e prestação de contas gera preocupações sobre a equidade e o uso eficiente dos recursos nacionais.
Qual é o papel da GAESA na crise econômica e de serviços em Cuba?
GAESA, ao concentrar recursos econômicos sem redistribuí-los para aliviar a situação crítica dos serviços básicos, contribui para o empobrecimento estrutural do país. Enquanto o conglomerado militar acumula capitais, os cubanos enfrentam apagões, escassez de medicamentos e serviços de saúde deficientes, o que evidencia um modelo de gestão que prioriza o controle de divisas em detrimento do bem-estar social.
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