Aumentam as exportações de carvão e os cubanos perguntam: "E o do povo?"

A Agroforestal de Pinar del Río planeja exportar 250 toneladas de carvão vegetal em 2025, gerando críticas devido à escassez local e aos preços elevados. Apenas 50 toneladas serão destinadas ao mercado nacional.

Carvão em CubaFoto © Cubadebate

A Empresa Agroflorestal de Pinar del Río anunciou um aumento em suas exportações de carvão vegetal, com uma meta de 250 toneladas para o ano de 2025, como parte de um esquema nacional de financiamento em dólares recentemente aprovado.

No entanto, o anúncio provocou uma onda de críticas e reclamações dos cidadãos sobre a escassez do produto no mercado nacional e seus altos preços, em meio a uma crise de combustível sem precedentes.

Segundo explicado a Radio Guamá, o diretor da entidade em Vuelta Abajo, Ledoán Menéndez Cardentey, afirmou que a reativação da produção responde a um plano de estímulo que destina 54% da receita ao produtor e 30% ao orçamento estatal.

Este novo modelo busca motivar a produção por meio de pagamentos em divisas, após um 2024 crítico em que somente foram exportados dois contêineres (36 toneladas) devido à crise energética, restrições logísticas e problemas com empresas de navegação.

Embora tenha sido aprovada uma produção total de 300 toneladas, apenas 50 serão destinadas ao mercado nacional e os consumidores expressaram sua insatisfação.

Captura de Facebook

En redes sociais proliferam mensagens como: “Onde estão distribuindo ao povo?”, 1800 pesos um saco de carvão hahaha e vocês exportando”.

“Agora entendo a caça às bruxas com os camponeses para que não façam fornos”, disse um internauta, refletindo a frustração diante da falta de acesso local ao carvão vegetal. "Que não exportem, sejam capazes primeiro de atender às necessidades do produto na aldeia", respondeu outro.

Durante 2024, cerca de 400 toneladas que estavam originalmente destinadas à exportação tiveram que ser vendidas na sede provincial para enfrentar a crise energética, explicou Menéndez.

Captura do Facebook

Apesar disso, atualmente há um relato de reativação das brigadas estatais e a presença do carvão em feiras locais como indício de recuperação do setor.

No obstante, os cidadãos insistem que o Estado priorize primeiro a cobertura das necessidades básicas da população antes de privilegiar os contratos de exportação.

A escassez de fontes energéticas domésticas, o alto preço do saco de carvão em moeda nacional e as dificuldades para obtê-lo alimentam o descontentamento em uma economia já tensionada pela inflação e pelo desabastecimento generalizado.

Perguntas frequentes sobre a exportação de carvão em Cuba e seu impacto no povo

Por que o governo cubano continua exportando carvão apesar da escassez interna?

O governo cubano prioriza a exportação de carvão para obter divisas que são necessárias para financiar outros setores da economia. Apesar da crise energética que o país enfrenta, as autoridades decidiram manter esse esquema de exportação para gerar receitas em dólares, destinando uma parte significativa dessas receitas ao orçamento estatal.

Qual porcentagem da produção de carvão é destinada ao mercado nacional em Cuba?

Das 300 toneladas de carvão previstas para 2025, apenas 50 toneladas estão destinadas ao mercado nacional. Esta quantidade é insuficiente para satisfazer a demanda interna, especialmente em um contexto onde o carvão se tornou uma necessidade básica devido à falta de outras fontes de energia.

Qual é o preço do carvão em Cuba e por que é tão alto?

O preço do carvão em Cuba atingiu números inalcançáveis para muitas famílias, ultrapassando os 1.000 pesos cubanos por saco. Esse alto custo se deve à escassez do produto no mercado nacional e às dificuldades de produção e distribuição, em um contexto de inflação e desabastecimento generalizado.

Quais são as alternativas para a população cubana diante da escassez de carvão e outras fontes de energia?

Ante a escassez de carvão e a crise energética, os cubanos começaram a usar lenha, portas e janelas como combustível. O governo implementou a produção de briquetes de carvão como uma solução temporária, mas estes não têm sido suficientes para atender à demanda. A falta de soluções a longo prazo continua sendo um desafio crítico para a população.

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