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O esporte cubano atravessa um de seus momentos mais críticos em décadas, severamente afetado por apagões, escassez de alimentos e falta de recursos materiais, que impactaram especialmente o alto rendimento e frearam a preparação dos atletas, reconheceu o regime.
Autoridades do Instituto Nacional de Esportes, Educação Física e Recreação (Inder) afirmaram na Assembleia Nacional do Poder Popular que mais de 50% das atividades do calendário esportivo foram canceladas devido à crise energética e que a situação da alimentação é complexa, citou o portal oficial Cubadebate.
Cristina Luna Morales, presidenta da comissão de Saúde, Cultura e Esporte do Parlamento, ressaltou que essa situação impactou a redução do número de praticantes de atividades físicas e esportivas em todo o país.
Em termos de resultados, Luna Morales reconheceu que o beisebol nacional continua em queda livre, pois não foram alcançados os níveis técnicos nem táticos esperados na Liga Élite nem na Série Nacional.
“Os parâmetros de qualidade foram insuficientes”, disse a funcionária, ao mesmo tempo em que admitiu insatisfações no sistema de atendimento às Glórias Desportivas, pela falta de participação ativa no desenvolvimento desportivo do país.
Quanto à alimentação dos atletas de alto rendimento, afirmaram que está severamente afetada pela falta de produtos e pelo aumento de preços.
Segundo explicou Osvaldo Vento Montiller, presidente do Inder, foram criadas hortas e acordos com produtores agropecuários para garantir "no mínimo" a dieta dos atletas em centros-chave como a EIDE e a EPEF.
Em relação aos eventos esportivos planejados para 2024, Vento Montiller informou que foram incluídas 555 competições no calendário, das quais apenas 288 (52%) foram efetivadas.
De 47 eventos internacionais programados, apenas 19 foram realizados (40%) e 24 foram cancelados por decisão das federações internacionais ou pela falta de participação estrangeira, detalhou.
A isso se soma que a ilha vem sofrendo há anos uma queda no desempenho e nos resultados em eventos internacionais, que incluem esportes chave como o boxe e o beisebol.
Há alguns anos, surgiu a informação de que a alimentação dos jogadores do Campeonato Nacional de Futebol em Cuba era péssima: uma bandeja com um pouco de picadinho, pepino e arroz era tudo o que os atletas da Ilha da Juventude comiam.
Reportagens de outras regiões do país, como Las Tunas ou Sancti Spíritus, também denunciavam uma crise semelhante em relação à alimentação dos atletas.
Perguntas frequentes sobre a crise no esporte cubano
Como os apagões afetam o esporte de alto rendimento em Cuba?
Os apagões obrigaram o cancelamento de mais de 50% das atividades esportivas planejadas, o que freou a preparação dos atletas. A falta de eletricidade afeta tanto os treinos quanto as competições, limitando o desenvolvimento do esporte de alto rendimento na ilha.
Qual é a situação da alimentação para os atletas cubanos?
A alimentação dos atletas de alto desempenho está severamente afetada pela escassez de produtos e pelo aumento de preços. Foram implementadas hortas e convênios com produtores agropecuários para garantir, minimamente, a dieta dos desportistas em centros-chave.
Qual é o impacto da crise econômica no calendário esportivo de Cuba?
A crise econômica levou ao cancelamento de 48% das competições esportivas programadas para 2024, incluindo eventos internacionais. Isso se deve à falta de recursos e à participação estrangeira, o que afeta o desenvolvimento esportivo na ilha.
Como se reflete a crise energética no beisebol cubano?
O beisebol cubano continua em queda livre devido aos apagões e à falta de recursos, o que tem impedido alcançar os níveis técnicos e táticos esperados. A crise energética tem afetado a qualidade do jogo e a organização da Liga Élite e da Série Nacional.
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