O descontentamento dos cidadãos explodiu nas redes sociais após um apagão massivo e fora de programação que deixou quase toda Havana sem eletricidade desde as 17h desta quinta-feira, no segundo grande colapso do sistema elétrico em menos de 24 horas.
A União Elétrica (UNE) não ofereceu explicações imediatas, mas depois informou que a avaria afetou múltiplas subestações de 110 kV – entre elas Naranjito, Apolo, Melones, San Agustín e Talla Piedra – provocando apagões simultâneos na maioria dos municípios da capital. As patanas de Melones, essenciais para o abastecimento de energia, também ficaram fora de serviço.
O apagão deixou milhares de famílias sem luz e sem água. Em bairros como Alamar, ainda havia eletricidade, mas na maior parte da cidade, a escuridão, o calor e o silêncio das autoridades apenas alimentaram a frustração.
“Isso é criminal, uma guerra psicológica para desgastar o povo”, denunciou um usuário no Facebook.
“Todo o dia preocupados se vai entrar água, se vão colocar luz, o que vamos comer... Isso é um campo de concentração”, acrescentou.
Outros usuários responderam com sarcasmo ou resignação. “Deus dá suas piores batalhas aos seus melhores guerreiros”, ironizou um. “Estou pronto para receber ofensas”, acrescentou.
Em redes como X e Facebook, centenas de habaneros relataram desgaste físico e emocional e exigiram respostas.
“Já estou farta, pelo amor de Deus..., busquem uma solução, até quando, como se eu... fizesse a comida para o meu filho”, escreveu uma mãe desesperada nos comentários da notícia sobre o apagão publicada por CiberCuba.
O Ministério de Energia e Minas confirmou a magnitude do incidente, que resultou até na saída de centrais-chave como Mariel, Boca de Jaruco e Energás Varadero, com uma perda estimada de 400 MW. Ademais, a termoelétrica Antonio Guiteras, em Matanzas, continua fora de serviço e sua reintegração está prevista apenas para sexta-feira.
No total, Cuba enfrentou nesta quinta-feira um déficit recorde de 2.065 MW, o que prolongou os apagões em todo o país por pelo menos 12 horas consecutivas.
A Empresa Elétrica de Havana anunciou uma nova redistribuição de blocos de afetação para “equilibrar a carga”, mas isso significa que áreas até agora menos afetadas também sofrerão apagões prolongados.
Enquanto isso, milhares de habaneros continuam sem acesso à água potável, devido à paralisação dos sistemas de bombeamento por falta de energia.
Sem uma solução imediata à vista, cresce o descontentamento. "Havana não aguenta mais", pode-se ler em várias publicações.
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