Mais de 160 roubos em armazéns estatais em Cuba até agora em 2025, segundo dados oficiais

A ministra do Comércio Interior, Betsy Díaz Velázquez, informou na Comissão de Atendimento aos Serviços do Parlamento cubano que ocorreram 163 furtos nas bodegas estatais e afirmou que é “um dos problemas que não se consegue deter”.

Bodega em CubaFoto © CiberCuba

Mais de 160 roubos foram registrados durante 2025 nos armazéns onde são vendidos à população os produtos racionados da cesta básica em Cuba, segundo dados oficiais apresentados nesta terça-feira nas sessões da Assembleia Nacional.

A ministra do Comércio Interior, Betsy Díaz Velázquez, informou na Comissão de Atenção aos Serviços do Parlamento cubano que, ao todo, ocorreram 163 furtos nas bodegas estatais do país e afirmou que é “um dos problemas que não se consegue deter”.

“Há um nível de cerco ao roubo em armazéns”, alertou, sem fazer a mínima alusão à persistente escassez de produtos nas bodegas cubanas, que permanecem vazias quase o tempo todo, pois o governo não consegue garantir o abastecimento de alimentos e outros artigos de primeira necessidade à população.

Captura de Youtube/Cubadebate

Díaz revelou que a expectativa era diminuir em 30% os roubos nesses estabelecimentos, embora não tenha explicado sobre qual base se estabeleceu tal objetivo. No entanto, foram registrados 34 incidentes a mais desse tipo em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar de que “há confronto, há um nível maior de exigência com os administrativos”, segundo afirmou.

As cifras oficiais indicam que as províncias onde foram relatados mais roubos são Holguín (33), Las Tunas (22), Santiago de Cuba (19) e Mayabeque (17), seguidas por Matanzas e Granma, com 11 ocorrências cada uma. Exceto por Matanzas, nos outros cinco territórios os roubos nesses comércios estatais aumentaram de maneira significativa, de acordo com os dados do MINCIN.

Durante sua intervenção, a ministra disse que até maio haviam ocorrido 81 crimes no setor, mas na tabela estatística que apresentou totalizou 163 roubos em armazéns, sem explicar a diferença nos números.

A juízo de Díaz, as ações comunitárias e conjuntas com outros organismos, assim como o trabalho com as direções administrativas, têm sido insuficientes para deter os atos delituosos que ocorrem em meio à profunda crise econômica do país e um clima de crescente desconfiança em relação aos mecanismos de controle do Estado.

Instou a preservar os recursos. Segundo a funcionária, quando os produtos normatizados para a cesta básica do mês forem recebidos nos armazéns, “é necessário resguardar os recursos na casa do vizinho mais próximo, na entidade mais próxima, no lugar mais seguro”, uma instrução que não só expõe a escassez, mas também as falhas, carências e improvisações nas medidas de proteção e segurança no país.

“Não podemos permitir (o roubo) porque hoje repor os recursos também é complexo quando há uma subtração”, afirmou.

Díaz informou que o MINCIN está desenvolvendo um sistema informativo para o controle em tempo real das mercadorias, com o objetivo de “fortalecer o controle interno e diminuir os riscos na ocorrência de atos delituosos.”

Em meio à aguda crise econômica, foram registrados uma série de roubos e atos violentos em armazéns e comércios estatais onde são vendidos produtos normatizados da cesta básica. Nesses incidentes, muitas vezes têm estado envolvidos funcionários administrativos encarregados de garantir a entrega dos itens.

En dias recentes, dois administradores de uma bodega no município de San Miguel del Padrón, em Havana, teriam sido surpreendidos em flagrante por oficiais de polícia e funcionários do MINCIN enquanto transferiam para um veículo sacos de arroz e ervilhas que foram subtraídos ilegalmente do armazém do comércio estatal.

Enquanto isso, no bairro de La Palma, em Arroyo Naranjo, um grupo de pessoas quase linchou um jovem que agrediu com uma arma branca a administradora de uma bodega em uma tentativa de roubo.

No ano passado, na localidade de Falla, no município de Chambas, em Ciego de Ávila, foi assassinado o vigilante de uma loja de víveres por indivíduos que pretendiam roubar no local.

Meses depois, o vigilante de segurança de um mercado agropecuário em San Miguel del Padrón, na capital, ficou gravemente ferido ao ser esfaqueado por ladrões que roubaram o estabelecimento.

Frente a este panorama, o regime lançou campanhas como “Guardianes por mi bodega”, apresentadas como soluções “comunitárias” para prevenir roubos e fortalecer a vigilância.

Perguntas frequentes sobre os roubos em armazéns estaduais em Cuba

Quantos roubos foram registrados em armazéns estatais de Cuba em 2025?

Até o momento de 2025, foram registrados 163 roubos em armazéns estatais em Cuba, onde são vendidos produtos racionados da cesta básica. Esse número representa um aumento em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo um incremento na criminalidade no país.

Quais são as províncias mais afetadas por roubos em armazéns em Cuba?

As províncias mais afetadas por roubos em armazéns em Cuba são Holguín, Las Tunas, Santiago de Cuba e Mayabeque. Holguín lidera a lista com 33 roubos, seguida por Las Tunas com 22, e Santiago de Cuba com 19. Esses números refletem a crescente insegurança nessas regiões.

Que medidas está tomando o governo cubano para enfrentar o roubo nas bodegas?

O governo cubano implementou a campanha "Guardians por minha bodega" para prevenir roubos, embora essa medida tenha sido criticada por depender da vigilância comunitária. Além disso, o Ministério do Comércio Interior está desenvolvendo um sistema informativo para controlar em tempo real as mercadorias nas bodegas, mas essas ações não conseguiram impedir o aumento dos roubos.

Como a crise econômica de Cuba afeta a segurança nas armazéns estatais?

A profunda crise econômica em Cuba gerou um aumento nos roubos e na insegurança nas lojas estatais. A escassez de produtos e a falta de recursos para garantir a segurança adequada nesses estabelecimentos agravam a situação, contribuindo para um clima de desconfiança em relação aos mecanismos de controle do Estado.

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