Manuel Marrero assegura que os dirigentes sentem “a mais profunda insatisfação” por não resolverem os problemas do povo

Manuel Marrero expressa insatisfação pela crise em Cuba e apresenta um plano econômico com objetivos gerais.

Manuel Marrero durante o X Pleno do CC do PCCFoto © X / Manuel Marrero

O primeiro-ministro do regime Manuel Marrero assegurou nesta sexta-feira que seu governo sente a “mais profunda insatisfação, por não conseguir” resolver a crise que afeta o povo cubano.

Desde o Governo se mantém a “mais profunda insatisfação, ao não conseguir o que era esperado nos assuntos mais sensíveis que afetam nosso povo”, disse Marrero durante o X Pleno do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC), segundo o relatório de Granma.

Admitiu também que “2025 está sendo desafiador” e nada mudará para os cubanos no que resta do ano.

Após os fracassos econômicos do planejamento do regime nos últimos anos, Marrero agora se concentra no “Programa de Governo para corrigir distorções e reimpulsionar a economia no primeiro semestre do ano”, que, segundo sua opinião, levará à recuperação gradual da economia.

Agora, o dirigente fala sobre 10 ambiciosos objetivos para sair da crise que afeta a ilha, enunciados com generalizações que não explicam como pensam implementá-los.

Entre os objetivos estão: avançar na estabilização macroeconômica; aumentar e diversificar as receitas externas do país; a produção nacional, com ênfase nos alimentos; avançar na reestruturação e desenvolvimento da empresa estatal socialista; ou recuperar o Sistema Electroenergético Nacional (SEN).

Isso sim, Marrero não detalha qual fórmula seu governo encontrou para resolver questões estruturais nas quais historicamente falharam.

O dirigente se referiu à necessidade de aumentar a arrecadação de divisas e disse que “criam condições para atrair capital estrangeiro a partir da implementação de novos incentivos para o investimento estrangeiro”.

Marrero Cruz enfatizou que esta estratégia "constitui o caminho inequívoco para avançar na recuperação gradual da economia e superar a complexa situação que enfrentamos".

Enquanto Cuba enfrenta uma das piores crises de sua história recente - marcada por apagões de mais de 24 horas, escassez de alimentos, falta de medicamentos, colapso do transporte público e um desgaste generalizado da qualidade de vida -, o regime insiste que o único caminho possível é o mesmo sistema que levou o país ao abismo.

Durante o X Pleno do Comitê Central do PCC, liderado por Miguel Díaz-Canel, o mandatário assegurou que estavam sendo debatidos “com senso crítico” os assuntos que impactam o povo, e que a tarefa do partido é “analisar, definir ações e motivar a participação de todos”.

Sin embargo, longe de proporner uma mudança de direção, os líderes do regime reafirmaram sua fidelidade ao socialismo como a única via possível.

Roberto Morales Ojeda, membro do Buró Político do PCC, admitiu na reunião que o país atravessa “uma das etapas mais complexas de sua história” e descreveu as circunstâncias atuais como “difíceis”, marcadas por “escassez, limitações e desânimo”.

Ainda assim, reafirmou que "o socialismo é o caminho" e que o Partido Comunista é "a força e a bússola" em direção ao bem-estar coletivo.

Perguntas frequentes sobre a crise econômica e política em Cuba

O que Manuel Marrero disse sobre a insatisfação do governo cubano?

Manuel Marrero assegurou que o governo cubano sente "a mais profunda insatisfação" por não conseguir resolver a crise que afeta o povo cubano. Durante o X Pleno do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, Marrero admitiu que 2025 está sendo um ano desafiador e que não se esperam mudanças significativas no que resta do ano. Apesar dos problemas persistentes, o governo continua reafirmando sua fidelidade ao socialismo como a única via possível.

Quais são os objetivos do governo cubano para sair da crise econômica?

O governo cubano enunciou 10 objetivos para sair da crise, incluindo a estabilização macroeconômica, o aumento da receita externa e a recuperação do Sistema Electroenergético Nacional (SEN). No entanto, esses objetivos são generalizações sem detalhes concretos sobre como serão implementados. Além disso, há um enfoque em atrair capital estrangeiro por meio de novos incentivos para o investimento estrangeiro, mas sem oferecer soluções estruturais para os problemas históricos.

Como tem reagido o governo cubano às críticas sobre a gestão econômica?

O governo cubano admitiu erros na avaliação de seu plano econômico, especialmente na produção de alimentos. Apesar de reconhecer as falhas, não foram apresentadas medidas concretas para abordar os problemas estruturais. O regime continua a culpar fatores externos, como o embargo dos Estados Unidos, embora cada vez mais funcionários reconheçam causas internas, como a má gestão e a desorganização.

Quais medidas o governo cubano tomou para controlar os preços e a inflação?

O governo cubano implementou medidas como o controle de preços de produtos básicos e a atualização das tarifas de eletricidade. No entanto, essas ações foram criticadas pela falta de detalhes e eficácia. A inflação continua sendo um problema grave, impulsionada em grande parte pelo aumento dos preços de alimentos e bebidas, e as medidas do governo não conseguiram estabilizar a situação econômica.

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