A província de Camagüey produziu apenas 4.000 toneladas de açúcar durante a safra açucareira de 2025, um magro 17% do plano, outra confirmação do enterro lento e agonizante da indústria açucareira nas diferentes províncias cubanas.
Assim o reconheceu o governador do território Jorge Enrique Sutil Sarabia em uma recente reunião com jornalistas locais, informou o jornal oficial Adelante.
Que a safra açucarera continua em queda livre é confirmado também pelos sérios problemas logísticos, escassez de combustível e lubrificantes, quebras industriais e perda de pessoal qualificado. A produção atual não é suficiente nem para cobrir a cesta básica nem os consumos sociais, destacou a fonte.
O central açucareiro Carlos Manuel de Céspedes, no município do mesmo nome, era o único na província encarregado de moer, com um plano de 23.500 toneladas de açúcar, destinado principalmente à cesta básica regulamentada no território, destacou em fevereiro o diário oficial Granma.
Sutil, que se prepara para prestar contas no V Período Ordinário de Sessões da Assembleia Nacional do Poder Popular, a partir do dia 16 de julho próximo, afirmou que “não estamos de maneira nenhuma satisfeitos com os resultados da nossa gestão nem da província”.
Se referiu ainda a outro dos problemas que afetam o território agramontino, os constantes apagões que “não apenas sobrecarregam a vida cotidiana, as tarefas domésticas ou gestões pessoais, mas também atingem com força a economia, impedem produções e retardam processos”.
O envelhecimento populacional e a queda demográfica também têm suas consequências. Hoje, Camagüey conta com cerca de 653.000 habitantes, dos quais 24% têm mais de 60 anos. Além disso, três quartos da população se concentram em áreas urbanas, o que sobrecarrega infraestruturas já deterioradas e serviços básicos como o abastecimento de água, a coleta de lixo e o transporte.
Assim, mencionou que o ano letivo de 2024-205 encerra com uma cobertura docente de 72 %, embora, disse, “foram buscadas alternativas para que cada aluno recebesse os conteúdos”.
Na setor agropecuário, embora tenha havido uma leve melhora na contratação, persiste a fraqueza na comercialização devido à falta de controle. “As terras foram dadas aos tenentes para produzir alimentos para o povo, e as empresas estatais têm a função de controlar essas entregas”, apontou o governador.
Em contraste, setores como a indústria alimentícia mostram alguns sinais de recuperação, graças aos encadeamentos com o setor privado. Isso permitiu reativar capacidades ociosas, gerar empregos e manter uma certa oferta de alimentos, embora limitada e desigual. Também se está trabalhando para incorporar fontes de energia renovável como parte da resposta à instabilidade elétrica.
A empresa Pescacam foi apontada como um exemplo de esforço produtivo, mas o próprio relatório deixa claro que, em geral, as empresas estatais - especialmente as do Ministério das Indústrias - não cumprem suas metas e não contribuem para a receita orçamentária com uma oferta real de bens e serviços.
Em meio a esse panorama, Sutil assegurou que estão sendo registrados avanços parciais na área social, como melhorias em lares maternos, casas de idosos e assistência a pessoas vulneráveis. No entanto, os altos preços, o mau estado das vias e o deterioramento do sistema de abastecimento de água continuam sendo motivos de descontentamento popular.
Ao revisar os indicadores compartilhados, a distância entre discurso e realidade é visível. Apesar de falar em “objetivos bem definidos”, o próprio governador admite que o maior desafio é mobilizar as pessoas.
Um despacho da agência Reuters previu que, pela primeira vez desde o século XIX, a produção anual de açúcar em Cuba cairá abaixo de 200.000 toneladas métricas, de acordo com estimativas recentes baseadas em relatórios oficiais e fontes do setor.
A safra 2024-2025 em Guantánamo alcançou apenas 38% do plano, o que equivaleria a cerca de 2.900 toneladas de açúcar produzidas. Esse número representa uma queda de 26% em relação à safra anterior, que já havia sido considerada a pior da história do engenho Argeo Martínez. https://www.cibercuba.com/noticias/2025-06-08-u1-e209363-s27061-nid304599-menos-3000-toneladas-zafra-guantanamo-apenas-supera
O Conselho de Governo de Granma reconheceu recentemente o desastre produtivo do setor açucareiro na província, com uma produção este ano de apenas 26% do açúcar planejado, como parte de uma das piores campanhas açucareiras dos últimos tempos, marcada pelo caos organizacional, pela falta de recursos e por uma longa lista de problemas não resolvidos.
A fines de abril se conoció que, após 73 dias de zafra açucareira, o central Dos Ríos, no município de Palma Soriano e único responsável pela produção de açúcar bruto em Santiago de Cuba, acumulava apenas 13 % das 20.811 toneladas previstas.
Las Tunas não fica atrás no desastre. O central Antonio Guiteras, o maior do país, mal superava 11 % do plano no meio do quarto mês do ano. Durante uma visita ao engenho, o vice-primeiro-ministro Jorge Luis Tapia Fonseca "pediu um esforço extraordinário de seu pessoal para conseguir uma recuperação".
A preparação das indústrias para começar a moagem foi severamente afetada pela falta de recursos. A crise energética atrasou os reparos nas centrais, oficinas de mecanização e centros de limpeza, além de limitar a fabricação das peças e componentes necessários para a maquinaria.
Com suas 350.000 toneladas de açúcar, a safra 2022-2023 se tornou a pior colheita desde 1898, quando, durante a Guerra de Independência, os engenhos de Cuba produziram 300.000 toneladas.
Em dezembro de 2023, o governo reconheceu que é “vergonhoso” que o país, tradicionalmente um dos principais produtores de açúcar da América Latina, se visse obrigado a importar este produto.
Perguntas frequentes sobre a crise do açúcar em Cuba
Quanto açúcar produziu Camagüey na safra de 2025?
A província de Camagüey produziu apenas 4.000 toneladas de açúcar durante a safra açucareira de 2025, o que representa um magro 17 % do plano inicial. Este resultado evidencia o colapso da indústria açucareira na região, afetada por problemas logísticos, escassez de combustível e perda de pessoal qualificado.
Qual é a situação atual da indústria açucareira em Cuba?
A indústria açucareira cubana enfrenta uma de suas piores crises históricas, com várias usinas produzindo menos de 15% de seus planos. A falta de recursos, a obsolescência da maquinaria e a escassez de cana são alguns dos problemas que levaram a que, pela primeira vez desde o século XIX, a produção de açúcar caia abaixo de 200.000 toneladas métricas.
Como a crise do açúcar afeta a população cubana?
A crise açucareira em Cuba afeta a economia e a vida cotidiana, uma vez que a produção atual não é suficiente para cobrir a cesta básica nem os consumos sociais. Além disso, as constantes falhas na produção de açúcar impactam o fornecimento de alimentos e geram mal-estar social devido às crescentes dificuldades econômicas que a população enfrenta.
Quais medidas estão sendo tomadas para resolver a crise do açúcar em Cuba?
Apesar dos investimentos e reparos realizados em alguns engenhos, as soluções parecem insuficientes. As autoridades enfatizam a necessidade de mudar métodos e melhorar a gestão, mas os problemas estruturais, como a falta de recursos e a crise energética, persistem. Não foram implementadas medidas concretas e efetivas que consigam reverter a situação crítica da indústria açucareira cubana.
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