O congressista republicano Carlos Giménez visitou na terça-feira o Centro de Detenção Federal no Downtown de Miami, após recentes denúncias de condições inadequadas e maus-tratos aos detidos.
A visita de Giménez, que durou mais de uma hora e meia, teve como objetivo verificar pessoalmente a situação dentro do centro, onde permanecem centenas de imigrantes sob custódia civil.
O legislador negou ter visto qualquer coisa que indicasse de alguma forma que estivessem sendo tratados mal. "Não é um hotel", destacou.
Giménez esclareceu que os prisioneiros têm comida, água, máquinas de exercício e podem usar computadores e telefones. Além disso, têm acesso às suas embaixadas, consulados e advogados.
"Vi uma prisão que está bem organizada e com condições adequadas", apontou.
"Não é desumano. E não há nada ali que me faria sentir, como americano, não estar orgulhoso de ser americano e envergonhado do que está acontecendo lá", ressaltou.
Dias atrás, um reportagens do Miami Herald denunciava que os detidos enfrentavam situações como banheiros danificados, ar condicionado quebrado, elevadores fora de serviço, confinamentos prolongados sem acesso ao ar livre e condições insalubres como água podre.
O político negou que houvesse superlotação.
Explicou que o centro tem capacidade para 500 pessoas e atualmente há 311, distribuídas em quatro unidades de 125 vagas cada uma. Afirmou que há apenas duas pessoas por cela e que os espaços comuns estão disponíveis.
Giménez admitiu que não falou diretamente com os internos, mas disse tê-los visto comendo, jogando e assistindo televisão.
Afirmou que têm acesso a atendimento médico e psicológico e recebem os medicamentos necessários. Em relação à alimentação, mencionou que recebem almoços e jantares embalados, e que podem comer fora das celas.
O congressista destacou que no centro estão apenas homens adultos e solteiros.
Os detidos encontram-se em diferentes etapas de seus processos migratórios: alguns têm antecedentes criminais ou vínculos com gangues, enquanto outros simplesmente não possuem status legal.
"Cada caso é diferente e é tratado de forma individual", sublinhou.
A prisão de Miami não é o único centro com denúncias de superlotação e más condições.
Desde março, o Centro de Detenção de Krome, também no sul da Flórida, tem sido alvo de múltiplas denúncias.
El passado 5 de junho, migrantes no Centro de Detenção de Krome, também no sul da Flórida, usaram lençóis para formar um SOS visível do ar.
Em maio, a congressista democrata Debbie Wasserman Schultz visitou esse centro e denunciou que havia entre 25 e 35 homens em um espaço muito reduzido.
Giménez anunciou sua intenção de visitar Krome na próxima semana.
"Eu tenho que ir a Krome para ver com meus próprios olhos o que está acontecendo lá, porque você vai ter testemunhos de migrantes dizendo que isso ou aquilo está acontecendo, mas vamos ver se é verdade", disse.
Além disso, reconheceu que o centro de detenção federal de Miami começou a receber imigrantes em fevereiro devido à falta de espaço em instalações específicas do ICE.
O congressista insistiu que prefere avaliar pessoalmente as condições antes de emitir qualquer julgamento. Ele é o primeiro legislador republicano da Flórida a visitar centros de detenção sob a atual administração.
Enquanto os meios de comunicação aguardavam as declarações de Giménez após seu percurso, de uma das janelas do edifício foi possível ver um cartaz improvisado com a palavra "SOS".
Críticas à política migratória
Giménez também abordou o panorama migratório a nível federal e criticou aspectos da política atual e das administrações anteriores. Apesar de defender a necessidade de fazer cumprir as leis, se mostrou contra detenções indiscriminadas.
"O cumprimento da lei é essencial", afirmou, embora tenha dito não concordar com a prisão de pessoas sem antecedentes ou com pedidos de asilo válidos.
"Começam a escutar", comentou, referindo-se às reuniões com funcionários federais nas quais expressou seu desacordo com a forma como estão tratando imigrantes de países como Cuba, Venezuela, Nicarágua e Haiti.
O congressista pelo Distrito 28 da Flórida afirmou que o assunto foi discutido com a secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, durante uma reunião conjunta com as congressistas María Elvira Salazar e Mario Díaz-Balart.
"Conversamos com a secretária. Informamos que temos problemas com o que estão fazendo com os cubanos, haitianos e venezuelanos que vivem em Miami-Dade. Estamos tomando passo a passo para chegar a um tipo de acordo para aqueles que residem neste condado", detalhou.
"Não se muda uma política em uma única reunião, mas estamos trabalhando para alcançar um acordo mais justo", indicou
Perguntas frequentes sobre a visita de Carlos Giménez ao centro de detenção do ICE em Miami
O que Carlos Giménez encontrou em sua visita ao centro de detenção do ICE em Miami?
Carlos Giménez encontrou que o centro de detenção do ICE em Miami está bem organizado e com condições adequadas, segundo sua avaliação pessoal. Observou que os detidos têm acesso a comida, água, máquinas de exercício, computadores, telefones e atendimento médico e psicológico.
Existem denúncias sobre as condições no centro de detenção do ICE em Miami?
Sim, uma reportagem do Miami Herald denunciou situações como vasos sanitários quebrados, ar condicionado danificado e condições insalubres. Além disso, foi descrito um incidente em que granadas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram lançadas contra migrantes que protestavam pela falta de água.
O que Carlos Giménez opinou sobre as denúncias de superlotação no centro de detenção?
Carlos Giménez negou que haja superlotação no centro de detenção do ICE em Miami. Afirmou que o centro tem capacidade para 500 pessoas e atualmente abriga 311, distribuídas em unidades com espaços adequados.
Que ações Carlos Giménez tomou em relação às condições nos centros de detenção?
Carlos Giménez manifestou sua intenção de visitar o Centro de Detenção de Krome para verificar pessoalmente as condições lá. Ele tem sido crítico das políticas migratórias atuais e expressou seu desacordo com as detenções indiscriminadas.
Arquivado em:
