Cubana com I-220B, mãe de uma bebê de dois meses, teme ser deportada

"Estamos vivendo uma situação muito difícil, super difícil; imagine-se separada da minha família, do meu esposo e do meu bebê, tão pequena."

Cubana com status I-220B em Miami teme deportaçãoFoto © TikTok / @elienay_estrada

A cubana Elienay Estrada, mãe de uma bebê de apenas dois meses, teme ser deportada nos próximos dias após receber uma nova convocação do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE), apenas horas depois de comparecer à sua consulta anual de rotina no escritório de Miramar, Flórida.

Em um vídeo publicado no TikTok, Elienay explicou que desde 2021 se apresenta todo ano sem incidentes às autoridades migratórias, sob o status I-220B. Neste 11 de junho, foi como de costume, entregou seus documentos e recebeu uma nova data para junho de 2026. “Saí contente porque, como as coisas estão tumultuadas, me deram um ano a mais”, relatou.

No entanto, pouco depois, enquanto descansava na casa de sua tia em Miami, recebeu uma notificação por mensagem de texto e e-mail convocando-a novamente para o dia 24 de junho. “O que me dizem vários advogados, já estou cansada de ligar, é que é para me deportar, para colocar em vigor a deportação”, explicou em seu vídeo.

"Estou casada com um residente permanente e tenho uma bebê de dois meses."

Durante a consulta em Miramar, contou que o procedimento foi diferente em relação aos anos anteriores. Desta vez, teve que se apresentar diante de um oficial atrás de um vidro, a quem entregou seus documentos e identificação. Segundo narrou, ao verificar seu número de estrangeiro, o oficial viu que tinha uma ordem de deportação por asilo negado.

Intentou explicar que em 2019 foi enviada de volta ao México sob o programa "Quédate en México" (MPP), e que depois entrou novamente sem agendamento, motivo pelo qual lhe foi atribuído o I-220B. Também mencionou sua situação familiar: "Disse que sou casada com um residente permanente e tenho uma bebê de dois meses", mas garantiu que o oficial "não me dá muita atenção, ou talvez tenha escrito no computador".

Depois dessa interação, o agente lhe entregou um agendamento para dentro de um ano. Mas horas depois, recebeu a convocação para o dia 24 de junho. “Tudo indica que é para executar a deportação”, lamentou.

Apoio e preocupação nas redes sociais

O testemunho de Elienay gerou uma onda de reações nas redes sociais. Centenas de pessoas expressaram seu apoio e preocupação no TikTok. Algumas, como Ely Mangano, anunciaram correntes de oração por ela. Outras compartilharam experiências semelhantes e ofereceram conselhos.

“Assim aconteceu com meu esposo, na segunda saída não o deixaram sair mais. Vá com sua filha”, advertiu uma usuária. Também houve quem recomendasse não comparecer, enquanto a maioria pediu para manter a fé.

“Estamos vivendo uma situação muito difícil, super difícil. Imagine-se separar-me da minha família, do meu esposo e do meu bebê, tão pequeno, que tem apenas dois meses”, expressou Elienay.

O caso de Heydi Sánchez, um precedente que ressoa

A situação de Elienay lembra o caso de Heydi Sánchez Tejeda, uma mãe cubana que foi deportada para Cuba no dia 23 de abril após comparecer a uma consulta migratória de rotina com o ICE em Tampa. Ela também estava sob o estado I-220B e, tal como Elienay, era mãe de uma menor, neste caso, uma menina de um ano e meio.

Según relatou seu marido, o cidadão americano Carlos Yuniel Valle, Heydi foi detida sem aviso prévio durante a consulta e deportada três dias depois, apesar de ter iniciado um processo de reunificação familiar dois anos antes. O pedido foi finalmente aprovado recentemente, após a intervenção da congressista democrata Kathy Castor, mas isso não significa um retorno imediato.

“La gente pensa que ela estará aqui amanhã e não é assim. Este é o primeiro passo, mas a partir de agora começa a batalha”, explicou Valle. Heydi precisa completar um processo longo que inclui três perdões migratórios, entre eles o correspondente à deportação, que veta seu reingresso aos Estados Unidos por cinco anos.

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