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Em Sancti Spíritus, a maioria das suas nove represas pede água por gestos, pois a prolongada seca deixou a província, ao final de maio, com apenas 250 milhões de metros cúbicos, ou seja, 21% da capacidade de armazenamento.
La Zaza, o maior dos reservatórios cubanos e peça chave para a irrigação na empresa agroindustrial de grãos Sur del Jíbaro, especializada na produção de arroz, encontra-se em mínimas históricas para este período do ano: retém apenas 12% de seu volume (cerca de 112.400 metros cúbicos). Trata-se do menor número registrado no mesmo período dos últimos cinco anos, informou o jornal oficial Escambray.
E não é apenas a Zaza. A situação se repete, embora com intensidades diferentes, em quase todos os reservatórios do território: Lebrije acumula apenas 49% de seu volume; Felicidad, 34%; Banao II, 32%; Dignorah, 22%; e Aridanes, com 9%, está perto de esvaziar-se, alertou José Carlos Hernández Rodríguez, especialista do Posto de Direção da Empresa de Aproveitamento Hidráulico em Sancti Spíritus.
Apenas três reservatórios evitam o colapso total. A barragem Tuinucú, crucial para o fornecimento de água em Cabaiguán e parte da capital provincial, apresenta um preenchimento de 73%; Siguaney, que abastece a área industrial, está em 64%, e Higuanojo permanece ligeiramente acima da metade de seu volume, acrescentou Hernández.
Mas o contexto não permite relaxar. A seca persiste e as chuvas não chegam. Até 27 de maio, apenas 57,6 milímetros de precipitações haviam se acumulado, um terço da média histórica para o mês, que é de 176,2 mm.
Apenas os municípios de Fomento e Taguasco apresentam sinais de alívio, com precipitações de 213,6 e 82,9 milímetros, respectivamente. Nos demais, a escassez se impõe, sendo La Sierpe o caso mais dramático: não houve relatos de chuva em todo o mês até a data, de acordo com os registros da rede de pluviômetros de Recursos Hidráulicos.
Em abril, tornou-se público que, em apenas um ano, o número de pessoas que recebe água através de caminhões-pipa na província central de Sancti Spíritus dobrou, passando de cerca de 40.000 em maio de 2024 para quase 82.000 atualmente.
A crise hídrica se aprofunda na província devido a três fatores: seca severa, cortes de eletricidade e falta de infraestrutura.
Devido a isso, o programa de distribuição em caminhões-tanque se expandiu para todos os municípios. Devido ao impacto da seca, os mais críticos são Sancti Spíritus e Fomento. Regiões como La Junta, na sede provincial, e várias comunidades de Fomento estão no topo da lista dos territórios mais prejudicados. No município de Trinidad, também se destaca a área de San Juan de Letrán, a única fonte de abastecimento afetada por esse problema, segundo os dados publicados.
Atualmente, outras províncias como Holguín e Ciego de Ávila também enfrentam uma escassez contínua de precipitações. Enquanto a escassez de água atinge com força o município de San Luis, em Santiago de Cuba.
De acordo com os modelos de previsão meteorológica, o início de junho será marcado por um aumento nas precipitações em grande parte de Cuba.
Perguntas frequentes sobre a crise hídrica em Sancti Spíritus e seus efeitos
Qual é a situação atual dos reservatórios em Sancti Spíritus devido à seca?
A maioria dos reservatórios em Sancti Spíritus está em níveis críticos de água. A represa Zaza, o maior reservatório de Cuba, retém apenas 12% de sua capacidade, o que representa um mínimo histórico, enquanto outros reservatórios como Lebrije, Felicidad e Banao II têm menos de 50% de seu volume.
Como a seca afeta a distribuição de água em Sancti Spíritus?
A seca provocou que cerca de 82.000 pessoas em Sancti Spíritus dependessem da distribuição de água em caminhões-tanque, um número que duplicou em um ano. Essa situação se agrava com cortes de eletricidade e a falta de infraestrutura, o que dificulta o fornecimento regular de água.
Qual é o impacto da seca na produção pesqueira na represa Zaza?
A produção pesqueira na represa Zaza está em crise devido à seca, à escassez de certas espécies e à má gestão. Até abril, apenas 72,2% do plano previsto havia sido alcançado, e as autoridades culpam o clima e problemas estruturais, como a falta de peças de reposição e meios de transporte.
Que medidas estão sendo tomadas para mitigar a crise hídrica em Sancti Spíritus?
Para enfrentar a crise hídrica, foi expandido o programa de distribuição de água em caminhões para todos os municípios afetados. A distribuição é realizada pelo menos duas vezes por mês, embora na realidade os ciclos possam se estender muito mais devido à escassez de recursos e problemas logísticos.
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