Déficit de mais de 1.500 MW prolonga apagões em toda Cuba

Embora esteja previsto o início da unidade 5 da termelétrica Nuevitas durante o horário de pico, estima-se uma afetacão de 1.530 MW.

Apagão em Cuba (Imagem referencial)Foto © Periódico Girón / Raúl Navarro

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A União Elétrica de Cuba (UNE) informou sua previsão para esta sexta-feira, confirmando que o país continua mergulhado em uma das piores crises energéticas de sua história recente, com apagões que afetam milhões de pessoas em todo o território nacional.

Segundo a nota oficial publicada pela entidade estatal, o dia de quinta-feira terminou com uma afetacão máxima de 1.547 megawatts (MW) às 22:00, exatamente no momento de maior demanda.

Durante a madrugada desta sexta-feira, os apagões persistiram sem trégua, e as projeções para o resto do dia não oferecem nenhum alívio.

Às 7:00 da manhã, a disponibilidade do Sistema Elétrico Nacional (SEN) era de apenas 1.950 MW, enquanto a demanda superava os 3.060 MW, gerando um déficit de 1.200 MW.

Estimase que, no horário do meio-dia, a afetacão gira em torno de 1.150 MW.

Captura do Facebook / União Elétrica UNE

A situação se agrava devido a múltiplas avarias, manutenções prolongadas e uma alarmante escassez de combustível.

A UNE relatou uma avaria na Unidade 2 da CTE Felton, além da manutenção de cinco unidades térmicas essenciais nas CTE Santa Cruz, Cienfuegos, Nuevitas e Renté.

A isso se somam 289 MW fora de serviço devido a limitações térmicas e 626 MW perdidos por falta de diesel e óleo na geração distribuída, que inclui 62 centrais completamente paradas.

Para o horário de pico da noite, a previsão é igualmente sombria.

Apesar do arranque projetado da Unidade 5 da CTE Nuevitas com 70 MW, espera-se uma disponibilidade de 2.020 MW frente a uma demanda de 3.480 MW, o que implicaria um déficit de 1.460 MW.

Se essas condições se mantiverem, a afetacão estimada será de 1.530 MW, um número que reflete o colapso energético que a ilha está enfrentando.

Enquanto isso, o governo cubano continua sem oferecer soluções estruturais.

Apesar da recente instalação de 12 novos parques solares fotovoltaicos que produziram 1.263 MWh, essa contribuição ainda é marginal diante de uma demanda que supera amplamente a capacidade instalada.

Também a Empresa Elétrica de Havana publicou sua de cortes na capital, que afetará por blocos todos os municípios a partir das 10:00 da manhã até a meia-noite.

Captura de Facebook / Empresa Elétrica de Havana

A distribuição é a seguinte:

Bloque #5: das 10:00 às 14:00

Bloque #2: das 11:00 às 15:00

Bloque #1: das 15:00 às 19:00

Bloque #4: das 19:00 às 23:00

Bloque #3: das 20:00 às 24:00

O povo, por sua vez, sofre as consequências diretas: dias inteiros sem eletricidade, sem acesso à água, sem refrigeração de alimentos e com uma qualidade de vida cada vez mais precária.

A inoperância da infraestrutura, a corrupção e o desvio de recursos para propaganda política, em vez de investir no sistema elétrico nacional, deixaram o país em uma situação insustentável.

Enquanto isso, as autoridades insistem em culpar o embargo americano, ignorando décadas de desinvestimento, decisões erráticas e falta de vontade política para enfrentar a raiz do problema.

Perguntas frequentes sobre a crise energética em Cuba

Qual é a principal causa do déficit elétrico em Cuba?

O déficit elétrico em Cuba deve-se a uma combinação de falhas em centrais termelétricas, manutenções prolongadas e uma preocupante escassez de combustível. A falta de investimento em infraestrutura, corrupção e decisões políticas erráticas agravaram a situação, deixando o país com uma capacidade elétrica muito abaixo da demanda nacional.

Como os apagões afetam a vida diária em Cuba?

Os apagões prolongados afetam gravemente a qualidade de vida em Cuba. A população enfrenta dias inteiros sem eletricidade, o que impacta o acesso à água, a refrigeração de alimentos e o funcionamento de serviços básicos. Esta situação gera um clima de desespero e incerteza entre os cidadãos.

Quais medidas o governo cubano tomou para resolver a crise energética?

O governo cubano instalou novos parques solares fotovoltaicos, mas sua contribuição é marginal diante da grande demanda elétrica do país. Até agora, não foram oferecidas soluções estruturais eficazes para abordar a raiz do problema, e continua-se culpando o embargo americano, sem reconhecer a desinvestimento e as falhas internas.

Quais regiões de Cuba são as mais afetadas pelos apagões?

As regiões centro-orientais de Cuba são as mais afetadas pelos apagões. Os cortes de eletricidade são frequentes e prolongados, impactando fortemente a vida cotidiana e a atividade econômica dessas áreas. Havana também experimenta apagões programados, afetando diferentes faixas horários e zonas da cidade.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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