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Numerosas figuras do cinema, da televisão e do teatro cubanos começaram a publicar mensagens emocionantes após a notícia da morte do ator Samuel Claxton aos 82 anos em Havana, após enfrentar um estado de saúde prolongado e delicado.
Através das redes sociais, amigos, colegas e admiradores expressaram sua tristeza e prestaram tributo à sua memória.
Luis Silva, Pánfilo no humorístico televisivo "Vivir del Cuento", compartilhou no uma foto do episódio onde Claxton foi convidado.
Andy Vázquez também dedicou algumas palavras sentidas como homenagem.
"Descanse em paz… após uma gravação no Vivir del Cuento, tive o prazer de te levar para casa, entre admiração, nervosismo e uma frustração misturada com tristeza", escreveu.
"Um sapinho como eu dando apoio a um grande ator, ouvir anedotas e conselhos que nunca esquecerei. Seu sorriso durante todo o tempo não me sairá da memória. Obrigado por esse momento. Seu público jamais te esquecerá!", ressaltou.
Desde Miami, o ator Erdwin Fernández expressou seu pesar pela distância que o impediu de acompanhar Samuel em seus últimos dias.
"Samuel Claxton, meu amigo. Para todos os meus amigos e amigas, acreditem, a distância é algo brutal, é acima de tudo impotência e tristeza. Samuel Claxton, um homem incrível, superlegal e excelente artista. Voe alto, amigo, e descanse em paz", disse.
Erdwin também agradeceu a todas as pessoas que ajudaram seu companheiro, especialmente a Libia Batista Mora, diretora de casting que, nos últimos meses, liderou várias campanhas solidárias para ajudar o artista que acabou de falecer.
A despeito de ser uma das figuras mais queridas do panorama artístico nacional, Claxton vivia em condições de vulnerabilidade extrema e sem apoio institucional.
Seus últimos anos foram marcados pela precariedade e pelo abandono do governo. Esta semana, a plataforma Cubaactores pediu ajuda para conseguir fraldas descartáveis. Também graças às iniciativas de Batista Mora, foi possível resolver a questão de uma cadeira de rodas.
Samuel Claxton enfrentou um carcinoma de bexiga e uma nefrostomia percutânea, condições que lhe causaram severas limitações físicas. Incapaz de subir escadas, teve que abandonar sua casa em Alamar. Dependia dos cuidados de sua esposa e da solidariedade da comunidade.
Foram seus admiradores e pessoas de bom coração que acudiram em sua ajuda quando se tornou pública sua necessidade de sondas e bolsas coletoras, insumos essenciais para seu cuidado diário que nenhuma instituição oficial lhe fornecia.
Nascido em Camagüey em 1943, Claxton participou de mais de 60 produções cinematográficas e teatrais.
É especialmente lembrado por seu papel de Mantilla na icônica série "Sua própria guerra", assim como por sua presença em filmes como "A última ceia", "Em 3 e 2" e "Caravana". Também brilhou em palcos teatrais com obras como "Santa Camila de La Habana Vieja" e "Maria Antonia".
Seu caso volta a evidenciar a situação crítica que muitos artistas cubanos enfrentam na velhice, sem o apoio do Ministério da Cultura nem da UNEAC. Na Internet, os apelos foram constantes. "O mínimo é que ele possa ter suas sondas e coletor sem precisar pedir", escreveu uma usuária indignada.
Sua morte não apenas deixa um vazio na cena artística cubana, mas também reabre um debate urgente sobre a dignidade e o cuidado daqueles que deram tudo pela cultura nacional.
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