Pedro Sánchez reage ao apagão na Espanha com uma mensagem contundente: "Não pode voltar a acontecer jamais."

"O Governo da Espanha vai até o fim neste assunto, e serão feitas as reformas e tomadas as medidas necessárias para que isso não aconteça novamente."


O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, afirmou nesta terça-feira que o Executivo tomará “as medidas necessárias para que não volte a acontecer” um apagão como o que afetou a Espanha e Portugal desde o meio-dia de segunda-feira, e que exigirá “todas as responsabilidades pertinentes” dos operadores privados do sistema elétrico. Ele fez isso após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, presidida pelo rei Felipe VI.

Durante sua apresentação, Sánchez afirmou que o Governo tem duas prioridades. A primeira é consolidar a restauração total do sistema elétrico. Explicou que “há numerosos equipamentos desplegados no terreno” e que nesta terça-feira “o sistema operará de forma intervenida, à prova de falhas, com geração síncrona”. Se não houver novidades, “amanhã o mercado voltará a funcionar com total normalidade”.

A segunda prioridade é esclarecer o que aconteceu. Segundo afirmou, “os técnicos da Red Eléctrica continuam realizando uma análise de seu sistema; esperamos receber seus resultados preliminares nas próximas horas, senão dias”. Em paralelo, as empresas privadas estão examinando as telemetrias de seus centros de produção, o que deve permitir conhecer com mais detalhes o que aconteceu “nesses cinco segundos que precipitaram a queda do sistema”.

Subrayou que "o Governo da Espanha vai chegar até o fundo neste assunto" e que "serão feitas as reformas e tomadas as medidas necessárias para que isso não volte a acontecer". Acrescentou que se exigirá "todas as responsabilidades pertinentes aos operadores privados".

Sánchez assegurou que, com todas as cautelas, “a Espanha está superando o pior da crise e avança com passo firme em direção à recuperação da plena normalidade no que diz respeito à eletricidade e suas consequências em diversos setores”. Ele explicou que durante a madrugada o sistema foi reativando seus centros de produção e que às 6:00 da manhã já havia recuperado mais de 99,5% do fornecimento, mesmo durante o pico de maior demanda, às 08:30. Afirmou que “o sistema reagiu com agilidade”, que “os atores públicos e também privados agiram com eficácia” e que “a coordenação entre as administrações públicas foi excelente e leal”.

Também indicou que hospitais, centros de saúde, farmácias, centros educativos, supermercados, bancos, aeroportos, portos e estradas já estão funcionando sem problemas, embora “ainda haja vários pontos do país sem serviço de trem”. Acrescentou que várias comunidades expressaram a vontade de retornar ao nível dois de emergência e que “os protocolos de emergência e a crise elétrica continuam declarados”.

O Governo decidiu liberar três dias de reservas estratégicas de produtos petrolíferos para garantir o funcionamento de geradores em serviços essenciais. Quanto à origem do incidente, explicou que “o INCIBE já está trabalhando para descartar a hipótese do ciberataque, mas essa hipótese continua em aberto”. Adicionou que será criada uma comissão técnica de investigação sob o Conselho de Segurança Nacional e que também será solicitado um relatório independente à Comissão Europeia.

Sobre a energia nuclear, Sánchez foi contundente: “Aqueles que estão vinculando este incidente à falta de nucleares, mentem ou demonstram sua ignorância”. Afirmou que “a demanda no momento da falha era baixa” e que “a recuperação do fornecimento foi alcançada graças à conexão com Marrocos e França, além dos ciclos combinados de gás e das centrais hidrelétricas”, enquanto “as centrais nucleares, longe de serem uma solução, têm sido um problema”.

Pediu à cidadania que evitem os boatos e se informem apenas pelos canais oficiais. Lembrou que o Conselho de Segurança Nacional se reunirá novamente esta mesma tarde para avaliar os avanços na investigação.

O apagão ocorreu na segunda-feira às 12h33, quando uma súbita queda de 15 gigawatts de potência – equivalente a 60% do fornecimento nacional naquele momento – provocou uma desconexão em cadeia das principais fontes de geração. Milhões de cidadãos da Espanha e Portugal foram afetados, e protocolos de emergência foram ativados em várias comunidades autônomas.

A situação provocou uma paralisação quase total do transporte ferroviário, interrupções nas telecomunicações e afetou serviços essenciais. A Red Eléctrica avisou que a recuperação pode levar entre seis a dez horas. O presidente do Governo compareceu na segunda-feira à tarde para pedir calma, confirmar que nenhuma hipótese foi descartada e recomendar à população que limitasse os deslocamentos e o uso do celular. Nessa intervenção, pediu para seguir apenas os canais oficiais de informação.

Na tarde de segunda-feira, apenas 35% do fornecimento havia sido recuperado. Tratava-se já do pior apagão da história recente da Espanha. A recuperação progressiva começou a ser percebida durante a noite e, na terça-feira às 7:00 da manhã, a Red Eléctrica anunciou que 99,95% da demanda peninsular havia sido restituída. O Ministério para a Transição Ecológica certificou que 100% das subestações já estavam operativas.

Em paralelo, especialistas do setor energético explicaram que a falha teria se originado na comunidade de Extremadura, onde estão concentradas numerosas usinas solares, após serem registrados dois eventos quase simultâneos de perda de geração. A Red Eléctrica descartou que se tratasse de um ciberataque e apontou para uma combinação de fatores técnicos relacionados com a forte oscilação de tensão provocada por um excesso de geração fotovoltaica. Mais de 70% da demanda estava sendo atendida com energia solar no momento do colapso.

Perguntas Frequentes sobre o Apagão na Espanha e a Reação do Governo

Qual foi a principal causa do apagão na Espanha e em Portugal?

A principal causa do apagão foi uma súbita queda de 15 gigawatts de potência, o que provocou uma desconexão em cadeia das principais fontes de geração. A Red Eléctrica descartou a possibilidade de ser um ciberataque e apontou para fatores técnicos relacionados com uma forte oscilação de tensão provocada por um excesso de geração fotovoltaica.

Quais medidas o Governo da Espanha tomará para evitar futuros apagões?

O presidente Pedro Sánchez afirmou que o Governo tomará "as medidas necessárias para que não volte a acontecer" um apagão semelhante. Isso inclui exigir responsabilidades dos operadores privados e realizar reformas para fortalecer o sistema elétrico.

Como está se recuperando o fornecimento elétrico na Espanha?

O fornecimento de eletricidade foi recuperado em mais de 99,5 % desde o apagão, graças à coordenação entre administrações e à intervenção de atores públicos e privados. O Governo liberou reservas estratégicas de produtos petrolíferos para garantir o funcionamento de serviços essenciais.

O que está sendo feito para investigar as causas do apagão?

O Governo da Espanha lançou uma comissão técnica de investigação sob o Conselho de Segurança Nacional e solicitou um relatório independente à Comissão Europeia para esclarecer as causas da interrupção de energia. A Red Eléctrica e empresas privadas estão analisando seus sistemas para identificar a origem precisa da falha.

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