A escalada na batalha tarifária entre os Estados Unidos e a China tomou um rumo inusitado com a irrupção de memes gerados por inteligência artificial, utilizados por funcionários chineses para zombar do presidente Donald Trump.
A tensão aumentou após a decisão de Trump de elevar as tarifas sobre as importações chinesas em até 125%, o que provocou uma resposta imediata de Pequim e uma onda de sátiras nas redes sociais.
Segundo relatório da Forbes, Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, publicou no X um meme que mostrava um chapéu MAGA (Make America Great Again) com uma etiqueta “Feito na China”, cujo preço teria aumentado mais de 50% devido aos novos tarifas. Embora os chapéus oficiais sejam fabricados nos EUA, muitas imitações vêm da Ásia.
Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa em Washington, compartilhou outro meme que exagerava a alta de preços dos gorros em mais de 100%, citando uma publicação original da rede social chinesa Rednote.
A sátira não parou por aí. Vídeos gerados por IA e divulgados em plataformas chinesas mostravam americanos acima do peso trabalhando em fábricas, fabricando até produtos da Tesla, como uma paródia do “Dia da Liberação” comercial promovido por Trump. Um desses vídeos, amplamente viral, atingiu quase 20 milhões de visualizações no X.
Alguns memes também ridicularizam as tarifas impostas por Trump a territórios desabitados como as Ilhas Heard e McDonald, mostrando pingüins ficticiamente protestando contra as medidas comerciais.
A resposta oficial da China incluiu tarifas de 84% sobre produtos americanos e um alerta de viagem aos EUA, citando o deterioro das relações econômicas. "A porta para o diálogo está aberta, mas deve ser baseada no respeito mútuo", declarou He Yongqian, porta-voz do Ministério do Comércio.
Os mercados reagiram com quedas acentuadas. Na última quinta-feira, o Dow Jones perdeu 744 pontos e grandes empresas de tecnologia, como Apple e Tesla, sofreram retrocessos significativos. Economistas temem que as medidas de tarifas possam empurrar os EUA para uma recessão.
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