Dor no setor médico livre após a morte do menino cubano Damir Ortiz: "Ninguém mais poderá te fazer mal!"

Damir foi diagnosticado com a doença aos dois anos, e foi se deteriorando pela má gestão, pela inoperância e pela desídia de um sistema de saúde que se diz ser uma potência médica.


A notícia da morte de Damir Ortiz, um menino cubano que lutou até o fim por sua vida abalou a comunidade médica que se envolveu ativamente em seu caso.

Médicos cubanos que trabalharam incansavelmente para que o pequeno recebesse o tratamento adequado fora de Cuba expressaram sua dor e revolta ao saber do desfecho trágico.

Lucio Enriquez Nodarse, que participou na campanha para levar Damir aos Estados Unidos, publicou um vídeo no Facebook onde demonstrou sua indignação:

"Damir morreu e a ditadura do Partido Comunista de Cuba o matou. Não é os Estados Unidos o culpado pela morte de Damir, não nos deixemos manipular. O único responsável pela vida de Damir e de todas as crianças cubanas se chama Partido Comunista", disse com firmeza.

Damir, que foi diagnosticado com neurofibromatose tipo 1 desde os dois anos, tendo apenas 10 anos, teve sua condição agravada ao longo do tempo devido à má assistência médica.

Enriquez Nodarse lembrou que a falta de recursos, a inoperância e a desídia do sistema de saúde cubano, além da falta de acesso a tratamentos que poderiam ter salvado sua vida, foram fatores-chave que contribuíram para a tragédia.

O médico ressaltou que Damir não é a única criança cubana cuja vida foi interrompida por esse motivo. Outras crianças morreram, mas por alguma razão os seus casos foram silenciados.

Também Miguel Ángel Ruano Sánchez, médico a quem o regime está difamando e acusando de falsificar seu currículo, expressou sua dor com uma mensagem repleta de emoção:

"Meu menino do meu coração! Este mundo nojento não era um lugar para um anjo como você, SEMPRE SOUBE DISSO! Seu corpo não sofre mais, você já é livre. Não está mais deitado em uma cama sofrendo sem poder andar. Não está mais cego, seus olhos estão cheios de luz", publicou no Facebook.

Captura do Facebook / Miguel Ángel Ruano Sánchez

No texto, Ruano Sánchez destacou o quanto significou para ele ter feito parte da vida de Damir e, como forma de despedida, expressou: "Voe alto, meu bebê, padrinho nunca te esquecerá".

Os médicos e ativistas que lutaram por Damir também destacaram a bravura de Eliannis, sua mãe. "Mãe, guerreira incansável", escreveram, em reconhecimento à sua coragem de enfrentar o regime para tentar salvar a vida do filho.

Damir faleceu neste sábado no Nicklaus Children's Hospital em Miami, onde, apesar dos esforços, não conseguiu vencer uma bactéria extremamente agressiva que contraiu em Cuba e que lhe foi diagnosticada após sua chegada aos Estados Unidos.

Em um comunicado publicado pela ativista cubana Diasniurka Salcedo Verdecia, foi confirmada a morte às 5:00 da manhã, após uma queda drástica em sua saúde.

"Nosso guerreiro descansando com o Senhor! Não há palavras para descrever tanta dor!", expressou, agradecendo àqueles que apoiaram a causa e pedindo pelo seu eterno descanso.

Embora a causa exata do falecimento não tenha sido revelada, aparentemente Damir faleceu devido a uma bactéria extremamente agressiva que contraiu em Cuba.

"A doença em si não é o maior problema no momento; é a bactéria, senhores. Uma bactéria muito forte", afirmou Diasniurka na quinta-feira, na última atualização sobre o estado da criança.

Além da neurofibromatose, o menor sofria de outras complicações de saúde. Nas últimas horas, sua condição de saúde piorou.

El marzo viajou de Cuba em estado crítico para receber tratamento médico especializado. Seu traslado foi possível graças a uma intensa campanha de arrecadação de fundos e apoio da sociedade civil cubana.

Sua história evidenciou a falta de recursos e os obstáculos burocráticos no sistema de saúde cubano, uma vez que Damir foi vítima de um diagnóstico incorreto e negligência médica em Cuba, onde lhe foi administrado um tratamento inadequado.

O caso, que foi amplamente divulgado e provocou comoção tanto dentro quanto fora de Cuba, revelou não apenas as falhas do sistema de saúde, mas também a negligência de um regime que prioriza o controle e a ideologia em detrimento da saúde e do bem-estar de seu povo.

O lamento coletivo de médicos, ativistas e cidadãos cubanos ressalta a luta de um povo que, embora nem sempre tenha armas, encontra na solidariedade e na verdade a única forma de enfrentar as injustiças.

Este caso deixou uma marca profunda na sociedade cubana, e a morte de Damir representa não apenas uma tragédia pessoal para sua família, mas também um símbolo da ineficácia de um sistema que continua colocando em risco a vida dos mais vulneráveis.

Perguntas frequentes sobre a trágica morte do menino cubano Damir Ortiz

Qual foi a causa da morte de Damir Ortiz?

Damir Ortiz faleceu devido a uma bactéria extremamente agressiva que contraiu em Cuba e que complicou seu estado de saúde após ser internado no Nicklaus Children's Hospital de Miami. A bactéria foi um fator crítico em seu rápido deterioro, apesar dos esforços médicos nos Estados Unidos.

Por que não pôde receber tratamento adequado em Cuba?

O sistema de saúde cubano carecia dos recursos e tratamentos necessários para atender adequadamente a condição de Damir, que sofria de neurofibromatose tipo 1 e leucemia aguda. A negativa do Ministério da Saúde Pública de Cuba (MINSAP) em permitir seu traslado para os Estados Unidos também foi um obstáculo significativo em seu tratamento.

Qual foi o papel do regime cubano nesse caso?

O regime cubano tem sido criticado por usar o caso de Damir como propaganda para mostrar seu sistema de saúde, apesar das evidentes falhas e da recusa em permitir acesso a tratamento no exterior. A burocracia e a relutância em emitir uma carta de autorização para seu traslado foram fatores que contribuíram para a tragédia.

Como reagiu a comunidade médica cubana diante da morte de Damir?

A comunidade médica cubana expressou sua dor e indignação pela morte de Damir, apontando as deficiências do sistema de saúde cubano e a ineficácia do regime. Médicos envolvidos em seu caso manifestaram sua frustração pela falta de recursos e pelo manejo do caso por parte das autoridades cubanas.

O que simboliza a morte de Damir para a sociedade cubana?

A morte de Damir Ortiz se tornou um símbolo da ineficiência e dos problemas do sistema de saúde cubano, assim como da indiferença do regime em priorizar a ideologia sobre a vida humana. Seu caso deixou uma profunda marca na sociedade cubana, gerando críticas e apelos pela reforma do sistema de saúde.

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