
Vídeos relacionados:
O doutor Miguel Ángel Ruano Sánchez, especialista cubano em Medicina Física e Reabilitação exilado na Colômbia, quebrou o silêncio nesta quarta-feira para responder de forma contundente às acusações da Sociedade Cubana de Medicina Física, que o acusam de haver falsificado seu currículo e de incorrer em supostas condutas inadequadas durante um evento médico em 2008.
En un mensaje cargado de indignación, Ruano desmintió los señalamientos y denunció que el régimen cubano estaría recurriendo a un "linchamento midiático" en su contra por motivos políticos.
Cuidado ditadores, que a desesperação não os leve a tanto, escreveu o médico, em uma declaração pública compartilhada nas redes sociais.
A fonte oficialista o acusa de mentir sobre estudos realizados na Coreia do Sul, Inglaterra e Estados Unidos, e de utilizar suas redes sociais para “mentir, coagir, ameaçar e difamar” no contexto do caso do menino Damir Ortiz Ramírez, uma campanha humanitária na qual Ruano esteve diretamente implicado.
O galeno respondeu lembrando que já havia sido objeto de uma sanção administrativa no passado: “Segundo vocês, me inabilitaram o exercício da medicina em Cuba por ‘farsante’ (falsificação de um currículo), entre outras ‘fechorias’”, apontou.
Com base nesse antecedente, o médico exilado argumentou que expor publicamente esses fatos novamente, sem estar vinculado a novos processos ou à execução da sanção já imposta, constitui uma grave violação de seus direitos.
Se apenas pronunciarem meu nome hoje no noticiário e mostrarem uma única ‘provinha’ das que dizem ter, inventadas ou não, estarão cometendo um crime grave contra a minha honra, advertiu.
Ruano também destacou que possui a nacionalidade colombiana e que, portanto, o governo cubano não tem jurisdição fora da Ilha.
Sou advogado nacional colombiano, não se esqueçam, enfatizou, sublinhando sua disposição a iniciar ações legais se as campanhas de descrédito contra ele continuarem.
Um dos pontos centrais de sua defesa é o princípio jurídico de “non bis in idem”, que estabelece que ninguém pode ser julgado ou sancionado duas vezes pelos mesmos fatos.
Uma sentença ou medida administrativa definitiva e executada impede que se inicie um novo processo administrativo ou de exibição pública pelo mesmo fato, explicou.
O médico insistiu que qualquer exposição pública atual, se não estiver relacionada com novos fatos ou com a execução da sanção original, pode ser considerada uma violação do seu direito à intimidade e à presunção de inocência.
A exposição pública com a intenção de desmantelar ou linchar mediaticamente, se não estiver justificada pela execução da sentença, pode ser considerada uma violação dos meus direitos fundamentais, ressaltou.
Além disso, fez referência à proteção internacional dos direitos humanos e às consequências legais de divulgar, sem consentimento, dados pessoais ou provas de casos já julgados.
Se forem publicadas fotos, áudios, supostas provas escritas ou mesmo declarações em público sem a autorização do envolvido, isso pode configurar uma violação da privacidade e é punido pela lei internacional, afirmou.
Estou os esperando, sentenciou o médico, em um claro aviso legal ao regime cubano.
“Não me deem mais motivos para iniciar um processo jurídico internacional contra o desgoverno cubano. Ou sim, fiquem à vontade, estou os esperando”, concluiu.
Ruano tem sido uma das vozes mais ativas na denúncia do colapso do sistema de saúde cubano. Em sua intervenção no programa Las Mañanas de CiberCuba em 2021, expôs o agravamento da crise sanitária, a escassez de medicamentos, a falta de leitos em unidades de terapia intensiva e a falta de oxigênio durante a pandemia de COVID-19, situação que, segundo ele, causou milhares de mortes evitáveis.
Desde seu exílio, ele criticou duramente que enquanto o regime exporta médicos para outros países como parte de uma estratégia de propaganda, a população cubana sofre uma emergência sanitária sem precedentes.
Em meio a esse cenário, sua implicação em campanhas humanitárias como a do menino Damir Ortiz o tornou uma figura incômoda para o governo.
Perguntas frequentes sobre o caso do Doutor Miguel Ángel Ruano e o regime cubano
Por que o regime cubano acusa o Doutor Miguel Ángel Ruano de falsificar seu currículo?
O regime cubano acusa o Doutor Ruano de falsificar seu currículo e de ter incorrido em condutas inadequadas em um evento médico em 2008. No entanto, Ruano afirma que essas acusações fazem parte de um "linchamento midiático" por motivos políticos, devido à sua postura crítica sobre o sistema de saúde cubano e sua implicação em campanhas humanitárias, como a do menino Damir Ortiz.
Qual é o princípio jurídico do "non bis in idem" mencionado pelo Doutor Ruano?
O princípio do "non bis in idem" estabelece que uma pessoa não pode ser julgada ou sancionada duas vezes pelos mesmos fatos. O Doutor Ruano argumenta que as acusações atuais do regime violam este princípio, uma vez que se referem a fatos pelos quais já foi sancionado anteriormente, e considera que isso constitui uma violação de seus direitos fundamentais.
Como o Doutor Miguel Ángel Ruano respondeu às acusações do governo cubano?
O Doutor Ruano desmentiu as acusações contra ele e denunciou que o regime cubano está conduzindo uma campanha de difamação por motivos políticos. Ele enfatizou que possui a nacionalidade colombiana e que o governo cubano não tem jurisdição sobre ele fora de Cuba, além de expressar sua disposição em tomar ações legais se os ataques continuarem.
Qual é a relação do Doutor Ruano com o caso do menino Damir Ortiz?
O Doutor Ruano tem estado diretamente envolvido na campanha humanitária para ajudar a criança Damir Ortiz, que sofre de graves problemas de saúde. Sua participação nesta campanha contribuiu para sua notoriedade e o tornou uma figura incômoda para o regime cubano, que o acusa de mentir e difamar médicos cubanos relacionados com o caso da criança.
Arquivado em: