MINSAP esclarece rumores sobre o surgimento de uma nova variante da COVID-19 em Cuba

O MINSAP esclareceu que não há nova variante de COVID-19 em Cuba, mas lembrou que o vírus não desapareceu e persistem subvariantes de Ômicron em circulação a nível nacional e internacional.


O diretor nacional de Epidemiologia do Ministério da Saúde Pública de Cuba (MINSAP), doutor Francisco Durán García, desmentiu nesta quarta-feira os rumores sobre o surgimento de uma nova variante da COVID-19 na ilha e esclareceu que até a data não foi detectada nenhuma cepa nova circulando no país.

Durante sua intervenção no Sistema Informativo da Televisão Cubana, Durán reconheceu que circulou informação nas redes sociais e entre a população sobre uma suposta nova variante do coronavírus em Cuba, o que foi categoricamente desmentido.

“É uma nova variante que não é nova”, disse em referência às subvariantes de Ômicron XBB.1.5 e XBB.1.16, identificadas desde 2023 em países como Estados Unidos, Reino Unido, várias nações africanas e do sudeste asiático.

O epidemiólogo explicou que essas subvariantes, embora mais contagiosas, não demonstraram ser mais virulentas nem causar quadros clínicos mais graves do que outras cepas anteriores.

"Não causou um grande impacto do ponto de vista da mortalidade", esclareceu.

Segundo Durán, os sintomas mais frequentes associados a essas subvariantes são febre, mal-estar geral e conjuntivite. Ele também insistiu que as vacinas cubanas, como Soberana e Abdala, continuam sendo efetivas contra essas cepas.

"As vacinas que são aplicadas no mundo e as nossas são eficazes contra todas essas variantes. Não foi demonstrado que não sejam eficazes", afirmou.

Também se referiu à percepção equivocada que muitas pessoas têm sobre a desaparecimento do vírus: “Durante todos esses anos, que às vezes para os cubanos parece que a COVID já desapareceu, a variante Ômicron tem circulado com diferentes subvariantes”.

Durán explicou que um dos fatores que tem favorecido a permanência do vírus em nível global é que muitas pessoas não se vacinaram, especialmente em países onde proliferam movimentos antivacinas.

“Isso permite que a circulação do vírus se mantenha”, explicou e acrescentou: “Em Cuba e nos países que têm uma alta cobertura de vacinação, o risco é muito menor.”

O especialista instou a população a manter o esquema de vacinação com os reforços anuais, especialmente os maiores de 65 anos, trabalhadores da saúde e outros grupos vulneráveis.

“Todos os anos temos que nos aplicar um reforço”, sublinhou. Além disso, lembrou que em Cuba, as crianças recebem suas vacinas contra a COVID desde os dois anos, o que tem contribuído para manter altos níveis de imunização.

Durán também alertou sobre os riscos de viajar para países onde há alta circulação do vírus, recomendando manter o uso da máscara, especialmente em locais com muitas pessoas ou se forem apresentados sintomas respiratórios.

Como fechamento, fez um apelo à responsabilidade cidadã e ao respeito pela saúde do próximo, sublinhando que o uso de máscara continua sendo fundamental em ambientes fechados e diante de qualquer sinal de doença.

“Ainda é muito necessário o uso de máscara facial, especialmente quando nos sentimos mal, estamos resfriados ou com um pouco de febre, para também cuidar dos nossos concidadãos”, concluiu.

Embora as autoridades de saúde cubanas assegurem que nenhuma nova variante da COVID-19 foi detectada, a população continua sob o cerco de outras doenças infecciosas que afetam gravemente a saúde pública.

O dengue, em particular, tem saturado hospitais em várias províncias, com milhares de pacientes internados e uma infraestrutura médica à beira do colapso. Durante o mês de fevereiro passado, estimava-se que mais de 2.500 pessoas permaneciam hospitalizadas por essa causa, especialmente em regiões orientais como Santiago de Cuba e Las Tunas.

Já em novembro passado, o Ministério da Saúde Pública alertava que a transmissão de dengue e do vírus de Oropouche continuava ativa em pelo menos dez territórios do país.

Embora se relatasse uma leve diminuição de casos, as condições higiênico-sanitárias e a falta de recursos impediam um controle efetivo. Ambos os vírus apresentam sintomas iniciais semelhantes, o que dificulta seu diagnóstico precoce, e o dengue, em particular, pode evoluir para formas hemorrágicas com risco de morte.

Recentemente, um jovem em Las Tunas encontrava-se em estado crítico após desenvolver complicações devido ao dengue hemorrágico, em um caso que expôs as deficiências do sistema hospitalar na região oriental do país. A falta de leitos em unidades de terapia intensiva, juntamente com a escassez de medicamentos, continua a agravar o panorama epidemiológico.

Perguntas frequentes sobre a COVID-19 e a situação epidemiológica em Cuba

Existe uma nova variante da COVID-19 em Cuba?

Não, nenhuma nova variante de COVID-19 foi detectada em Cuba. O Dr. Francisco Durán García, diretor nacional de Epidemiologia do MINSAP, desmentiu os rumores sobre uma nova variante e esclareceu que as subvariantes de Ômicron XBB.1.5 e XBB.1.16, embora mais contagiosas, não são mais virulentas nem provocam quadros clínicos mais graves do que as cepas anteriores.

As vacinas cubanas são eficazes contra as novas subvariantes da COVID-19?

As vacinas cubanas, como Soberana e Abdala, continuam a ser eficazes contra as subvariantes de Ômicron. O Dr. Durán afirmou que estas vacinas, assim como as aplicadas no mundo, são eficazes contra as novas subvariantes XBB.1.5 e XBB.1.16.

Quais medidas de prevenção são recomendadas para evitar a propagação da COVID-19 em Cuba?

Recomenda-se manter o uso de máscara (mascarilla) em lugares fechados e diante de sintomas respiratórios. Além disso, é importante continuar com o esquema de vacinação e receber reforços anuais, especialmente para grupos vulneráveis como maiores de 65 anos e trabalhadores da saúde.

Qual é a situação atual do dengue e do vírus Oropouche em Cuba?

O dengue ainda está presente em três províncias e o vírus Oropouche em sete províncias de Cuba. Embora a transmissão tenha diminuído, estes vírus continuam a representar um risco significativo para a saúde pública devido à falta de recursos e deficiências estruturais na coleta de lixo e no saneamento.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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