Buick Special de 58, joia do automobilismo clássico, se envolve em acidente em Jagüey Grande

O sinistro ocorreu na interseção das ruas 13 e 66. Duas pessoas foram levadas ao hospital. A colisão envolveu um carro de coleção muito popular em Cuba.

Buick Special de 1958 e moto envolvidos no acidenteFoto © Facebook / Yo Amo Jagüey

Vídeos relacionados:

Um acidente de trânsito registrado na tarde deste domingo em Jagüey Grande, Matanzas, deixou duas pessoas feridas e um veículo histórico danificado: um Buick Special de 1958, um dos carros americanos mais emblemáticos preservados em Cuba desde a década de 50.

Segundo informado em redes sociais pela página comunitária 'Eu Amo Jagüey', a colisão ocorreu por volta das 14h na interseção das ruas 13 e 66. Dois feridos foram levados ao hospital municipal, embora não tenham sido divulgados detalhes sobre seu estado de saúde.

Captura de tela Facebook / Eu Amo Jagüey

O carro clássico colidiu com uma motocicleta, que ficou caída sobre o pavimento. A carroceria do Buick apresentou danos visíveis em um dos lados, onde se destaca sua reconhecível moldura cromada em forma de lança e suas aletas traseiras (“tailfins”), típicas do design automotivo americano do final dos anos 50.

O Buick Special de 1958, fabricado pela companhia General Motors, é lembrado por seu design chamativo com faróis duplos, uma grade cromada distinta e as aletas estilizadas que marcaram uma época.

Nesse ano, foram produzidas mais de 240.000 unidades, e muitas chegaram a Cuba antes de 1959, onde ainda circulam graças ao engenho mecânico de gerações de cubanos.

Vizinhos da área se aproximaram do local do acidente, enquanto as autoridades investigam as circunstâncias do ocorrido.

Cuba e o sonho americano sobre rodas: “Você pode ter um Buick”

O carro acidentado não é apenas uma relíquia mecânica: é um símbolo do auge automobilístico que Cuba viveu na primeira metade do século XX. Em 1919, a ilha já era o maior importador de carros na América Latina, e Havana se tornou um dos principais mercados de teste da indústria automobilística americana.

A entrada de veículos começou cedo. Em 1902, chegou a Santiago de Cuba um carro a vapor da marca Locomobile and Co. of America, e já em 1910, circulavam pelas ruas da capital cerca de 4.000 automóveis. Em 1922, esse número havia crescido para 20.000.

Autos em Cuba em frente ao Palácio Presidencial / Cubadebate

Durante décadas, os cubanos viveram uma verdadeira febre dos motores. As ruas se encheram de Chevrolet, Ford, Oldsmobile, Pontiac, Plymouth e Buick, marcas que competiam ferozmente para atrair um público cada vez mais fascinado pela modernidade sobre rodas.

Entre elas, a Buick conquistou um lugar especial no coração dos cubanos, posicionando-se como um símbolo de status, conforto e modernidade. Sua fama foi impulsionada por um lema simples, mas eficaz, que era repetido por emissoras de rádio, jornais e revistas:

"Você pode sim ter um Buick."

Com a opção de compra a prestações e salas de exposição iluminadas no centro de Havana, milhares de cubanos puderam adquirir veículos que hoje seriam considerados clássicos de coleção.

Em 1958, exatamente um ano antes do triunfo da Revolução, Cuba ocupava o sexto lugar mundial em média de automóveis por habitante, apenas atrás de potências como os Estados Unidos, Canadá e Alemanha Ocidental. Mais de 180.000 carros circulavam pela ilha, na sua maioria americanos, e muitos deles ainda estão ativos, transformados em um impressionante museu vivo que roda pelas ruas, graças à inventividade e tenacidade do povo cubano.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.