Mãe de Damir sobre o falso diagnóstico da criança em Cuba: "Procuraram pela leucemia mais agressiva do mundo para se livrar de mim."

"Os hematologistas cubanos fizeram o diagnóstico de leucemia em menos de 24 horas. Eles acreditaram, de forma iminente, que meu filho ia morrer", disse a mãe da criança.


A mãe de Damir Ortiz, o menino cubano que sofre de neurofibromatose tipo 1 e foi trasladado para os Estados Unidos para receber tratamento, criticou duramente os médicos cubanos que diagnosticaram erroneamente leucemia em seu filho.

Em uma entrevista com o jornalista Javier Díaz, da Univisión 23, Eliannis Ramírez explicou que, embora inicialmente confiasse no diagnóstico dos hematologistas cubanos, agora sente que foi enganada.

"Eu meio que confiei no diagnóstico que os hematologistas cubanos tinham feito, porque eles choraram comigo, mas são falsos. São falsos, assim como o diagnóstico que fizeram em menos de 24 horas", expressou.

A mãe denunciou que os médicos em Cuba "procuraram a leucemia pior do mundo, a leucemia com o pior prognóstico, com o intuito de se livrar de mim. Eles acreditaram, de forma iminente, que meu filho ia morrer", afirmou com firmeza.

As provas realizadas no Nicklaus Children's Hospital de Miami mostraram que Damir não tem a doença, o que trouxe alívio para a família.

Além disso, o menor está evoluindo, embora de forma muito lenta.

Eliannis contou que seu filho chegou aos Estados Unidos em estado crítico, mas que em apenas sete dias de tratamento já apresentou melhora. "É impressionante como em sete dias, que é o tempo que estamos aqui, a criança está um pouquinho melhor", acrescentou.

A dor de uma mãe

Eliannis também compartilhou em suas redes uma comovente publicação onde expressou sua tristeza pelo possível dano irreversível que a criança pode ter sofrido na visão devido ao tratamento incorreto em Cuba.

"Me dá uma tristeza imensa e profunda, porque embora eu queira ser o mais positiva possível, não estou alheia à realidade de que destruíram a visão e a vida do meu filho. O oftalmólogo diz que ele não acredita que Damir possa voltar a ver...", escreveu.

Embora o futuro continue incerto devido às consequências do tratamento anterior, Eliannis reafirmou seu amor incondicional por seu filho: "Se eu tiver que te doar um dos meus olhos, minha retina, minha córnea, o que for para que você possa ver seus carrinhos, eu farei, pode ter certeza."

Tratamento em Miami: Um novo começo

O médico cubano Miguel Ángel Ruano Sánchez, que tem trabalhado muito pela saúde da criança, informou que ela começará um tratamento de quimioterapia com a doxorrubicina, um fármaco potente para o tratamento de certos tipos de câncer. A decisão foi tomada devido à evolução favorável que o paciente apresentou nas últimas horas.

Ruano também denunciou que a doxorrubicina nunca foi administrada a Damir em Cuba, apesar de os médicos terem solicitado.

As autoridades do Instituto de Hematologia alegaram que o medicamento "não era necessário na fase inicial da quimioterapia", mas Ruano sugeriu que o problema foi, na verdade, a falta de disponibilidade do fármaco na Ilha.

Eliannis elogiou o nível de transparência e qualidade no atendimento que seu filho está recebendo em Miami.

"Aqui te mostram tudo. Não é preciso esperar horas para um resultado. Tudo está registrado e os médicos e enfermeiros te dão seu número de telefone para qualquer dúvida", comentou.

Damir ainda enfrenta sérios desafios, como as infecções intrahospitalares que contraiu durante sua estadia no hospital cubano, provocadas por bactérias como Klebsiella e Enterobacter cloacae, que podem ser adquiridas por condições de higiene deficientes.

Sua mãe acusou o regime cubano de tê-lo abandonado.

"They declared Damir dead and they wrote him off. Tudo pertence a um mesmo sistema, a um mesmo governo ruim", afirmou em uma mensagem cheia de raiva e desilusão.

Damir Ortiz continua enfrentando um longo caminho para sua recuperação, mas sua mãe e sua família mantêm a fé de que em breve ele conseguirá superar esse doloroso processo e terá um futuro cheio de esperança e amor.

Perguntas Frequentes sobre o Caso de Damir Ortiz

Qual foi o diagnóstico incorreto que Damir recebeu em Cuba?

Damir foi diagnosticado erroneamente com leucemia de Burkitt em Cuba, um tipo de câncer no sangue. No entanto, ao chegar aos Estados Unidos, os testes realizados no Nicklaus Children's Hospital de Miami descartaram essa doença, revelando que ele não tinha leucemia.

Como tem evoluído a saúde de Damir após sua mudança para os Estados Unidos?

Desde sua mudança para Miami, Damir apresentou melhora em seu estado de saúde. Apesar de ter chegado em estado crítico, ele respondeu favoravelmente aos novos tratamentos, embora enfrente sérios desafios, como infecções adquiridas no hospital cubano e potencial dano irreversível à sua visão.

Quais críticas a mãe de Damir fez sobre o sistema de saúde cubano?

A mãe de Damir denunciou a negligência médica em Cuba, acusando o sistema de saúde cubano de ter dado um diagnóstico terminal para seu filho e de ter feito um diagnóstico incorreto. Ela criticou a falta de transparência e a escassez de tratamentos adequados, responsabilizando o regime cubano pelo deterioro da saúde de seu filho.

Qual papel a comunidade cubana desempenhou na transferência de Damir para os Estados Unidos?

A comunidade cubana, tanto na ilha quanto no exílio, foi fundamental para a transferência de Damir para os Estados Unidos. Graças à sua mobilização, foram arrecadados fundos e geridos os permissos necessários, superando inúmeras barreiras burocráticas para que Damir pudesse receber o tratamento especializado de que precisava em Miami.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.