A localidade pesqueira Isabela de Sagua, em Villa Clara, já foi um porto próspero, no ponto mais próximo da ilha aos Estados Unidos. No entanto, hoje suas ruas desertas, seus píeres corroídos e suas casas em ruínas a transformaram em uma verdadeira cidade fantasma.
A influenciadora cubana Karina Sánchez Rodríguez (@kary_y_jonyyoutuber) visitou recentemente a região e compartilhou nas redes sociais um vídeo onde mostra o estado desolador desta comunidade. "Outro lugar abandonado: Isabela de Sagua, o porto mais próximo de Cuba aos Estados Unidos", escreveu na publicação.
No material audiovisual, a criadora de conteúdo narra a história do porto, que no passado abrigou uma intensa atividade comercial com navios mercantes que chegavam e partiam. Agora, o panorama é desolador: estruturas destruídas, ruas desertas e um silêncio que só é interrompido pelo som do vento e das ondas.
"Isabela de Sagua, um porto que conectou mundos, agora é apenas o eco de um passado glorioso", exprime a influenciadora em seu vídeo.
A estampida migratória e o declínio de Isabela
Este povo durante décadas teve em sua estrada de acesso uma patrulha policial para controlar a identidade de quem chegava ali de visita, devido à quantidade de saídas ilegais do país que ocorriam pela região. A polícia também inspecionava os porta-malas dos veículos para saber tudo o que entrava e saía da aldeia.
O abandono de Isabela de Sagua não é um fenômeno recente. Em 2023, CiberCuba publicou uma reportagem que evidenciava o colapso populacional da região devido à migração em massa de seus habitantes, especialmente dos jovens, que têm buscado uma saída do país por qualquer meio disponível.
"Aqui o que resta é quase toda gente idosa, não há juventude, muito pouca. Toda a juventude se foi", afirmou um residente. Os poucos habitantes que ainda permanecem em Isabela de Sagua estão cientes de que a migração e o abandono institucional continuarão, mas já são mais velhos e se agarram à única coisa que lhes resta.
Um testemunho do declínio de Cuba
O que acontece em Isabela de Sagua é um reflexo da crise que Cuba enfrenta como um todo. A falta de oportunidades, a deterioração das infraestruturas e a crescente emigração transformaram muitas cidades em lugares quase desabitados, onde restam apenas as lembranças de tempos melhores.
Enquanto o governo cubano ignora a situação, os cubanos continuam abandonando seus lares em busca de um futuro melhor. Isabela de Sagua, que um dia foi um ponto chave para o comércio e a vida marítima, é agora um triste símbolo do abandono e da desesperança que assolam a ilha.
Perguntas frequentes sobre o abandono e a crise em Isabela de Sagua e outras áreas de Cuba
Por que Isabela de Sagua se tornou uma cidade fantasma?
Isabela de Sagua se tornou um povo fantasma devido ao abandono governamental e à migração em massa de seus habitantes, especialmente os jovens, que buscam melhores oportunidades fora de Cuba. Esse fenômeno reflete o declínio econômico e social que o país enfrenta como um todo.
Como a crise econômica afetou o turismo em Cuba?
A crise econômica afetou gravemente o turismo em Cuba, resultando em uma diminuição significativa de visitantes. Apesar dos esforços do governo para promover o turismo, a falta de infraestrutura adequada, os apagões constantes e a má qualidade dos serviços afastaram os turistas, deixando lugares como Varadero quase deserto.
Qual é o impacto do abandono institucional nas comunidades cubanas?
O abandono institucional impacta gravemente as comunidades cubanas, resultando na deterioração de infraestruturas, na falta de serviços básicos e na emigração de habitantes para outros países. Isso é evidente em lugares como Isabela de Sagua, que ficou quase desabitada, e em outros locais onde a crise socioeconômica é palpável.
O que o estado atual de Isabela de Sagua reflete sobre a situação geral em Cuba?
A situação atual de Isabela de Sagua reflete a crise geral que atravessa Cuba, caracterizada pela falta de oportunidades, pelo deterioramento das infraestruturas e pela emigração em massa. Esses problemas são comuns em várias regiões da ilha, afetando tanto a população quanto setores econômicos-chave como o turismo.
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