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Elizabeth González Aznar, filha do criador do suplemento antianêmico Trofin, dirigiu uma mensagem pública ao presidente Miguel Díaz-Canel, denunciando a crise econômica e social que o país enfrenta.
Em uma publicação nas redes sociais, destacou o dramático aumento dos preços dos alimentos e a falta de garantias para cobrir necessidades básicas como alimentação e medicina.

Companheiro presidente, permita-me dizer como estão os preços dos alimentos em Cuba: pão (jaba de 7 pães) a 200 CUP, arroz (pacote de 1kg) a 750 CUP, óleo 1 litro a 1.000 CUP, feijão a 350-400 CUP a libra, açúcar (pacote de 1 kg) a 700 CUP, tomate a 50 CUP a libra, frango a 350 CUP a libra, picadinho a 300 CUP a libra, ovo a 100 CUP a unidade.
Além disso, ela disse ironicamente: “E assim tudo louco. Enquanto isso, a cesta básica continua no plano ‘ninguém a vê’”, apontou a mulher, denunciando as constantes irregularidades na venda de alimentos por meio da livreta de racionamento.
González também denunciou a falta de respostas por parte das autoridades e mencionou que enviou queixas ao governo de Havana, ao Ministério do Comércio Interior (MINCIN), aos Comitês de Defesa da Revolução (CDR) e ao Partido Comunista de Cuba (PCC) sem obter nenhuma solução.
Em sua publicação, destacou as dificuldades de sua família para sobreviver: "Na minha casa somos quatro: dois adultos, um idoso e uma criança do ensino médio. Meu pai e meu filho almoçam e jantam em casa, nós, adultos, comemos quando podemos. Isso significa 1 quilo de arroz por dia, a 300 CUP o quilo. Quanto dá por mês? Entre 9000 e 10000 CUP. De onde, companheiro? E isso é só o arroz, que sabemos não é o único item necessário para comer. Alimentar-se não é uma opção, é uma necessidade básica e cada vez mais difícil de conseguir."
Além disso, fez referência à crise no acesso a medicamentos: "Meu pai é hipertenso e meu filho é asmático. Seus medicamentos não chegam às farmácias, pelo menos não conseguimos alcançá-los porque é impossível. Então, temos que comprá-los na rua. De onde?", sublinhou, referindo-se aos altos preços dos remédios no mercado informal, praticamente a única opção para conseguir os fármacos atualmente em Cuba.
A crise energética também esteve presente em sua mensagem: "Agora o gás acabou novamente, também há apagões. Como cozinha o trabalhador cubano quando chega em casa?".
A filha do cientista concluiu com um apelo às autoridades para que forneçam explicações e soluções reais à população: "O discurso não pode continuar sendo futurista e muito menos triunfalista, não. Para chegarmos a amanhã, precisamos sobreviver hoje. Como? Você ou algum dirigente poderia fazer uma apresentação na Mesa Redonda e nos explicar, não as causas desse desastre, porque já sabemos, mas como vamos continuar sobrevivendo. Precisamos disso. Os recursos para a sobrevivência estão se esgotando".
Sua publicação reflete o sentimento de muitos cubanos que enfrentam dias cada vez mais complicados em um país onde, segundo suas palavras, "viver é um luxo e sobreviver está se tornando cada dia mais difícil".
González recentemente reabriu o debate sobre a desigualdade em Cuba, após o INDER conceder automóveis a atletas fiéis ao regime, enquanto figuras-chave da ciência e da saúde continuam no esquecimento.
Através de uma publicação no Facebook, González denunciou a situação de seu pai, o DrC. Raúl González Hernández, cientista cubano de 79 anos e criador do Trofin, um suplemento antianêmico utilizado no país há mais de três décadas.
Em outra ocasião, e sobre seu pai, a cubana revelou que ele se viu obrigado a mendigar o medicamento para seus familiares e, apesar da gravidade de sua denúncia, afirmou não temer represálias porque considera que a indiferença institucional em relação a ele é evidente desde sua aposentadoria.
Perguntas frequentes sobre a crise econômica e social em Cuba
Quais são os principais desafios econômicos que a população cubana enfrenta atualmente?
A população cubana enfrenta uma grave crise econômica caracterizada por uma inflação descontrolada, escassez de alimentos e medicamentos, e um aumento de preços no mercado negro. A falta de recursos básicos e o aumento do custo de vida têm levado muitas famílias a situações desesperadoras, forçando-as a depender de remessas do exterior ou do mercado informal para sobreviver.
Como a crise econômica está afetando a alimentação em Cuba?
A crise econômica levou ao aumento do preço dos alimentos básicos, fazendo com que produtos como arroz, açúcar e óleo sejam difíceis de encontrar para a maioria das famílias. Os preços desses produtos atingiram cifras exorbitantes, obrigando os cubanos a recorrer ao mercado negro ou a aceitar substitutos menos saudáveis devido à falta de opções acessíveis.
Que denúncias Elizabeth González Aznar fez sobre a situação em Cuba?
Elizabeth González Aznar denunciou publicamente a ineficiência do governo cubano na gestão da crise econômica e social, questionando a falta de soluções efetivas para enfrentar os problemas de escassez e altos preços. Ela também criticou a indiferença institucional em relação a cientistas como seu pai, o Dr. Raúl González Hernández, criador do antianêmico Trofin, que enfrenta dificuldades para acessar o medicamento que ele mesmo desenvolveu.
Qual é o impacto da falta de reconhecimento aos cientistas em Cuba?
A falta de reconhecimento afeta tanto o acesso a benefícios quanto a dignidade pessoal dos cientistas em Cuba. As políticas de propriedade intelectual do país registram as descobertas em nome das instituições, invisibilizando as contribuições individuais. Isso deixa muitos cientistas sem o respeito e a atenção que merecem, como é o caso do Dr. Raúl González Hernández, que não recebe o reconhecimento adequado pelo seu trabalho no desenvolvimento do Trofin.
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