Coleros ampliam seus negócios para os caixas eletrônicos em Havana

Os coleros vendem turnos para os caixas, agravando as longas esperas devido à falta de dinheiro. A polícia prendeu um em El Vedado, enquanto o povo critica a falta de soluções reais.

Colero detido em HavanaFoto © Facebook / Conselho da Administração da Praça da Revolução

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Os coleros em Cuba, como são chamados aqueles que se dedicam à venda de filas para entrar em lojas e comércios, expandiram sua "atividade" para os caixas eletrônicos, onde a população deve passar longas horas esperando para retirar dinheiro.

Na sexta-feira, a polícia prendeu em Havana um desses indivíduos na central rua 23 com J, em El Vedado.

"Em ação conjunta da nossa comissão de combate, a PNR e a partir de denúncias de cidadãos, foi detectado e conduzido à Unidade de Zapata, em condição de detido, um dos 'coleros' dos caixas eletrônicos", informou em Facebook o conselho de administração do município Plaza.

Captura do Facebook / Conselho da Administração da Praça da Revolução

A publicação gerou reações diversas. Vários usuários ficaram satisfeitos e pediram que a ofensiva do governo também se dirigisse aos CUPETS, e houve quem apontasse que na Oficina de identificação e trâmites do MININT, também em El Vedado, os coleros cobravam 1.000 pesos por um turno.

Outros internautas lembraram que a repressão policial apenas ataca o efeito do problema, sem abordar as causas.

"Os coleros são uma doença, e é verdade que estão lucrando, mas o que precisa ser erradicado são as causas que geram essa doença: a escassez, a fome, a falta de abastecimento (digamos, caixas sem dinheiro ou mercados sem produtos). Somente assim essas personagens serão evitadas, essas detenções serão evitadas porque, em vez de estarem em uma fila, estariam trabalhando (agora se ganha mais em uma fila do que em um trabalho) viver-se-ia com mais dignidade", afirmou um homem.

A falta de dinheiro em caixas eletrônicos tem provocado longas filas nos bancos de Cuba há meses.

Em dezembro, um percurso da CiberCuba por Havana constatou a angústia dos usuários após passarem horas nas filas sem garantias de obter a quantia desejada, em datas críticas em que as pessoas precisam de dinheiro para as compras de fim de ano.

"Passaremos o fim de ano sem a possibilidade de gastar nosso próprio dinheiro em compras necessárias para as celebrações. Há quem já tenha recebido e não conseguimos acessar nosso salário completo", lamentou um residente em Matanzas, outra província afetada.

Díaz-Canel culpou o setor privado pela falta de dinheiro no país, alegando que as empresas privadas geram um efeito de extração de dinheiro nos bancos cubanos. Segundo ele, as entidades estatais não são responsáveis pela escassez, mas sim que as atividades privadas exacerbam o problema.

Perguntas frequentes sobre a crise de caixa e o fenômeno dos coleros em Cuba

Quem são os coleros e qual o papel que desempenham na crise de moeda em Cuba?

Os coleros são indivíduos que se dedicam a vender filas para acessar lojas e serviços em Cuba, incluindo agora os caixas eletrônicos. Esse fenômeno reflete as deficiências do sistema econômico cubano, onde a escassez de produtos e dinheiro tem criado um mercado informal no qual se lucram com a necessidade das pessoas de acessar recursos básicos.

Por que há escassez de dinheiro nos caixas eletrônicos em Cuba?

A escassez de dinheiro em caixas eletrônicos em Cuba deve-se a uma combinação de fatores, incluindo a falta de liquidez do sistema bancário cubano e as políticas governamentais que agravaram a situação. O governo atribuiu essa escassez ao setor privado, alegando que as empresas privadas retiram dinheiro demais dos bancos, embora muitos argumentem que o problema subjacente é a má gestão do regime e a falta de recursos econômicos em geral.

O que os cidadãos pensam sobre as detenções de coleros em Cuba?

As opiniões dos cidadãos sobre as detenções de coleros em Cuba são diversas. Alguns aplaudem as ações policiais e esperam que se expandam para outros setores, como o dos CUPETS, enquanto outros apontam que essas medidas apenas atacam os sintomas do problema e não suas causas, como a escassez generalizada e a falta de abastecimento.

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