A CUPET responsabiliza Trump pela venda de gasolina especial em dólares em Cuba

A medida aprofunda a dolarização do setor energético no país, o que gerou um forte descontentamento entre a população.


A União Cuba-Petróleo (CUPET) atribuiu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as dificuldades para importar gasolina especial em Cuba, justificando assim a decisão de restringir sua venda exclusivamente a pagamentos em dólares.

Sem rodeios, Irenaldo Pérez Cardoso, diretor adjunto da CUPET, afirmou na televisão estatal que "a importação de gasolina especial é um problema" devido ao "endurecimento das medidas após a chegada do presidente Trump".

Suas palavras são difíceis de acreditar, considerando que Cuba está vendendo gasolina em dólares há meses e que Trump, em seu primeiro mês no poder, mal mencionou o tema da ilha, além dos múltiplos decretos que assinou em outras áreas.

Adicionou que, diante dessa situação, foi tomada a decisão de garantir o fornecimento na rede de postos de combustível em dólares, enquanto a gasolina comum e a gasolina de motor continuarão sendo vendidas em moeda nacional, pois, segundo suas palavras, "todas as condições foram criadas para isso".

O que é muito certo é que a medida aprofunda a dolarização do setor energético no país, o que tem gerado um forte descontentamento entre a população, que vê nessa política uma exclusão direta daqueles que não têm acesso a moeda estrangeira.

O regime, fiel ao seu discurso, responsabiliza o "império", o "bloqueio" e as medidas dos governos estadounidenses, enquanto evita reconhecer sua própria incapacidade de gerir a crise.

Principais medidas implementadas pelo regime através da CUPET:

Começa uma nova forma de venda de gasolina em todos os postos de combustíveis do país, devido ao déficit de gasolina especial.

Foi decidido, a partir das produções nacionais, garantir a rede de postos de serviços em USD.

A responsabilidade da CUPET é a produção dessas gasolinas.

-Será consumida gasolina comum. O plano durante o dia é a distribuição de 900 toneladas entre gasolina comum e óleo diesel.

A Corporación Cimex.SA Oficial, responsável pela venda da gasolina especial, realizará esta noite, às 12:00, um conjunto de ações que permitirá que os cartões de gasolina do setor estatal possam ser utilizados para a compra de serviço regular.

- O setor privado não é afetado por essas medidas, pois seu cartão acesso a todo tipo de combustíveis.

As autoridades afirmam que essas medidas têm como objetivo otimizar a distribuição de combustível diante das limitações atuais no suprimento, o que aprofunda a dolarização do setor energético.

A indignação se refletiu nas redes sociais, onde cidadãos criticaram a decisão com comentários como: "Eu pago em moeda nacional e você me vende em dólares... sem palavras. Até quando?"

Esta política reforça a tendência do regime cubano de condicionar o acesso a bens essenciais ao pagamento em divisas estrangeiras. Nos últimos anos, a abertura de postos de gasolina que operam apenas em dólares gerou longas filas, escassez e uma crescente desigualdade econômica na ilha.

A despeito das críticas, o governo defendeu a medida como um mecanismo para garantir o fornecimento de combustível em meio à crise econômica e energética que o país enfrenta. No entanto, para muitos cubanos, isso representa mais um golpe em seu já deteriorado poder aquisitivo e uma demonstração da desigualdade no acesso a recursos básicos.

Perguntas frequentes sobre a venda de gasolina em dólares em Cuba

Por que a CUPET culpa Donald Trump pela venda de gasolina em dólares em Cuba?

A CUPET atribui as dificuldades para importar gasolina especial ao endurecimento das medidas por parte do governo Trump. Segundo Irenaldo Pérez Cardoso, diretor-adjunto da CUPET, essas restrições fizeram com que a venda de gasolina especial fosse realizada exclusivamente em dólares, apesar das críticas da população a essa medida que exclui aqueles que não têm acesso a moedas estrangeiras.

Como a venda de gasolina em dólares afeta a população cubana?

A venda de gasolina em dólares aprofunda a desigualdade econômica em Cuba, uma vez que grande parte da população não tem acesso a moeda estrangeira e suas receitas são em pesos cubanos. Esta política de dolarização parcial condiciona o acesso a bens essenciais ao pagamento em divisas estrangeiras, excluindo muitos cidadãos do acesso à gasolina especial.

Qual é a resposta do governo cubano às críticas pela venda de gasolina em dólares?

O governo cubano defende a medida como um mecanismo para garantir o fornecimento de combustível em meio à crise econômica e energética que o país enfrenta. No entanto, a população critica que essa decisão prioriza a arrecadação de divisas em detrimento do acesso equitativo a recursos básicos, afetando seu poder aquisitivo já deteriorado.

Quais alternativas o governo cubano oferece para aqueles que não lidam com moedas estrangeiras?

Até o momento, o governo não anunciou alternativas para aqueles que não lidam com moedas estrangeiras, o que deixa uma grande parte da população sem acesso à gasolina especial. Essa falta de opções gerou indignação e críticas nas redes sociais, onde muitos cidadãos expressam sua frustração pela exclusão econômica que sofrem.

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