Um grupo de 16 balseros cubanos foi repatriado nesta terça-feira pela Guarda Costeira dos Estados Unidos (USCG), após uma tentativa frustrada das autoridades de chegar às costas da Flórida.
Uma tripulação da guarda costeira interceptou na última sexta-feira a “embarcação improvisada” na qual viajavam os cubanos, aproximadamente a 15 milhas (cerca de 24 quilômetros) ao sudoeste de Gun Cay, nas Bahamas, informou a agência em um comunicado.
Os balseros haviam sido detectados pouco antes pela tripulação do HC-144 da Estação Aérea de Miami da Guarda Costeira, que avisou ao centro de comando do Setor Miami, segundo o relatório oficial.
Os vigilantes do comando desviaram a tripulação do barco guarda-costas Manowar para realizar a interceptação da embarcação cubana.
O bote rústico, de 25 pés de comprimento e com a inscrição “Glória de Deus” em sua proa, levava a bordo homens e mulheres da ilha, conforme se aprecia nos vídeos divulgados pela USCG.
Desde o início do ano fiscal 2025, em 1º de outubro, as tripulações da Guarda Costeira devolveram a Cuba um total de 98 migrantes, ressaltou o comunicado da agência. O número contrasta com os 749 migrantes repatriados para a ilha no período fiscal 2024.
“Os Guardacostas, em coordenação com oficiais do Grupo Operativo de Segurança Nacional do Sudeste (HSTF-SE), mantêm uma presença contínua com meios aéreo, terrestre e marítimo nos Estreitos da Flórida, no Canal de Barlovento, no Canal da Mona e no Mar do Caribe, em apoio à Operação Centinela Vigilante”, indicou a USCG. “A abordagem combinada de múltiplos níveis do HSTF-SE é projetada para proteger a segurança da vida no mar e, ao mesmo tempo, prevenir a entrada ilegal por mar nos Estados Unidos e seus territórios.”
Pese ao aumento das operações para impedir a chegada de imigrantes por via marítima aos EUA, os balseros cubanos continuam se arriscando a fazer a travessia com a esperança de tocar terra na Flórida.
Nos dias 19 e 20 de janeiro, duas embarcações foram detectadas pela guarda costeira, com um total de 12 pessoas a bordo. A primeira delas estava a cerca de 21 milhas ao sul de Long Key e a outra foi encontrada, avariada, a cerca de 50 milhas ao sudoeste de Cuba, no Estreito de Yucatán, sendo resgatados seus sete ocupantes. Os 12 balseros foram repatriados em 29 de janeiro.
A repatriação dos 16 migrantes cubanos nesta terça-feira ocorre em um momento crucial na execução das políticas migratórias da administração do presidente Donald Trump, após assumir o poder pela segunda vez, no dia 20 de janeiro passado.
A estratégia do novo governo está centrada em deter, a todo custo, a imigração ilegal para os EUA e proteger as fronteiras do país e seus cidadãos.
Os arrestos e deportações em massa de estrangeiros irregulares, incluindo criminosos violentos, têm marcado as ações migratórias implementadas pela administração Trump em pouco mais de três semanas.
No entanto, enquanto amplos setores do país aplaudem as medidas, outra parte significativa da sociedade americana as questiona. As operações migratórias permanentes geraram uma crescente incerteza entre imigrantes sem status legal, que temem ser detidos e deportados.
A Casa Branca justifica sua política como a única forma de reforçar o controle e conter a imigração ilegal em seu território, por meio de a maior operação de deportação da história dos EUA.
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