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O governo dos Estados Unidos retomarão os voos de deportação para Venezuela muito em breve, conforme confirmou nesta sexta-feira Tom Homan, conhecido como o "Czar da fronteira".
"Esses voos ocorrerão dentro dos próximos 30 dias, e não posso dizer quantos; ainda estamos trabalhando em todos esses detalhes", disse Homan em declarações ao The New York Times.
Apesar de Trump não reconhecer a legitimidade de Nicolás Maduro, que assumiu um novo mandato em 10 de janeiro em meio a denúncias de fraude eleitoral por parte da oposição - que reivindica a vitória de Edmundo González Urrutia - na semana passada o presidente Trump enviou Richard Grenell a Caracas.
Grenell se reuniu com Nicolás Maduro em uma tentativa de aproximação entre os dois países, cujas relações diplomáticas foram suspensas desde 2019.
Um acordo inesperado entre Trump e Maduro
Posteriormente, a Casa Branca informou que havia conseguido a liberação de seis cidadãos americanos detidos na Venezuela e, em troca, obteve o compromisso de Maduro de receber os migrantes deportados.
Em um gesto simbólico, ambos se cumprimentaram, enquanto o presidente do parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, sorria ao fundo.
O governo de Maduro emitiu um comunicado no qual reafirmou sua intenção de manter um “diálogo entre iguais” com os EUA.
Dias depois, Maduro propôs um programa de empréstimos de 10 milhões de dólares para apoiar os migrantes venezuelanos que retornarem ao país.
Este movimento sugere que Caracas pode estar se preparando para a chegada de deportados, embora ainda não tenha confirmado oficialmente que aceitará todos os repatriados.
De momento, alguns venezuelanos, considerados criminosos perigosos, já estão na Base Naval de Guantánamo, após terem chegado em dois voos realizados na terça e na quinta-feira desta semana.
No total, há 23 imigrantes ilegais em Guantánamo, embora não esteja claro se todos sejam venezuelanos.
Do primeiro grupo de 10, foi mencionado que eram membros da gangue Tren de Aragua; no segundo caso, a Secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, de fato especificou que os 13 eram venezuelanos.
Venezuelanos nos Estados Unidos
Centenas de milhares de venezuelanos residem nos Estados Unidos, muitos deles sob alívios migratórios temporários que foram revogados pela administração de Donald Trump, incluindo o Estatus de Proteção Temporária (TPS) de 2023.
Esta decisão os deixa vulneráveis ao ambicioso plano de deportações do presidente republicano.
No entanto, em meio a este aparente aproximamento, os Estados Unidos confiscou na quinta-feira um avião de propriedade do governo venezuelano que estava na República Dominicana.
A ação, justificada por supostas violações às leis de controle de exportações e sanções de Washington, foi anunciada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, durante sua visita oficial à ilha do Caribe.
Em resposta, o governo de Maduro qualificou a apreensão como um "roubo descarado" e condenou a medida nesta sexta-feira.
Mudança de estratégia de Trump em relação à Venezuela
Durante seu primeiro mandato, Trump tentou sem sucesso derrubar Maduro, impondo sanções econômicas, apoiando o líder opositor Juan Guaidó e oferecendo uma recompensa de 15 milhões de dólares pela captura do mandatário venezuelano sob acusações de narcoterrorismo.
No entanto, com a crescente onda de migrantes venezuelanos nos EUA e a sua promessa eleitoral de conter a imigração ilegal, a dinâmica mudou.
Agora, Trump precisa que Maduro aceite a repatriação dos migrantes venezuelanos, um fator que confere maior influência ao governo de Caracas, aponta o The New York Times.
Ainda mais, a Venezuela mantém detidos pelo menos cinco americanos e dois residentes permanentes nos EUA, segundo o grupo de direitos humanos Foro Penal. Isso reforça a capacidade de negociação de Maduro, que poderia usar esses reféns como moeda de troca em futuras conversas.
Possíveis concessões dos EUA à Venezuela
O acordo também pode trazer outras modificações na política de Washington em relação a Caracas. Entre as medidas que estão sendo consideradas estão:
- O levantamento parcial das sanções ao setor petrolífero venezuelano, uma das principais fontes de renda do regime de Maduro.
- O restabelecimento de voos comerciais diretos entre os EUA e a Venezuela, suspensos desde 2019.
Essas ações poderiam gerar fricções dentro do próprio Partido Republicano.
María Corina Machado e Edmundo González, líderes da oposição venezuelana, criticaram qualquer tentativa de flexibilização das sanções, argumentando que Maduro está debilitado e que é necessário manter a pressão para forçar sua saída.
O senador Marco Rubio, um fervente opositor do regime chavista, também expressou seu descontentamento. Em 2022, Rubio advertiu que deportar venezuelanos de volta ao seu país seria uma "sentença de morte muito real" devido às condições de repressão e crise humanitária.
Perguntas frequentes sobre a reabertura dos voos de deportação para a Venezuela
Por que os Estados Unidos decidiram retomar os voos de deportação para a Venezuela?
Os Estados Unidos reataram os voos de deportação para a Venezuela como parte de um acordo entre o governo de Donald Trump e Nicolás Maduro. Este acordo inclui que a Venezuela aceite os migrantes deportados dos EUA, em meio ao crescente fluxo de imigração ilegal e à pressão do governo americano para controlar a imigração.
O que implica o acordo entre Trump e Maduro sobre os migrantes venezuelanos?
O acordo entre Trump e Maduro implica que Venezuela aceitará todos os migrantes venezuelanos deportados dos EUA., incluindo membros de gangues criminosas como o Tren de Aragua. Além disso, Venezuela ficará responsável pelo transporte de volta desses migrantes para seu país.
Como este acordo afeta os venezuelanos com alívios migratórios nos EUA?
Este acordo afeta significativamente os venezuelanos nos EUA que estavam sob alívios migratórios como o Estatuto de Proteção Temporária (TPS), os quais foram revogados pela administração Trump. Isso deixa centenas de milhares de venezuelanos vulneráveis à deportação.
Quais outras mudanças poderiam ocorrer na política dos EUA em relação a Venezuela?
O acordo poderia trazer modificações na política dos EUA em relação à Venezuela, como o possível levantamento parcial das sanções ao setor petrolífero venezuelano e o restabelecimento de voos comerciais diretos entre os dois países, ações que poderiam gerar tensões dentro do Partido Republicano.
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