Cubanos reagem com indignação diante da incerteza sobre a reparação da termoelétrica Guiteras

“Já é demais; 15 horas sem energia e quando ela volta são apenas 45 minutos. A comida estraga e não há água nem para beber, nem para tomar banho. Até quando minha Cuba terá que continuar aguentando?”, protestou um cliente da UNE.

Imagem de referênciaFoto © CiberCuba / Grok

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A incerteza sobre a reincorporação da termoelétrica Antonio Guiteras ao sistema elétrico nacional (SEN) provocou uma onda de indignação e ceticismo entre os cubanos, que, através das redes sociais, manifestaram sua frustração diante da falta de soluções concretas para o problema das quedas de energia.

Desde há vários dias, a Guiteras, uma das principais geradoras de eletricidade em Cuba, está fora de serviço, e embora as autoridades tenham fornecido informações contraditórias sobre o seu reparo, o descontentamento popular não para de crescer.

Segundo os relatos oficiais, a planta poderia se reintegrar na próxima sexta-feira, mas os cidadãos duvidam que isso realmente aconteça e, em vez disso, temem que, mesmo que comece a funcionar, volte a sair do sistema em poucos dias.

Os comentários nas redes sociais da CiberCuba refletem a desilusão generalizada. “Jjjjjjjj se eu fosse quem tem que dar os boletins, procuraria outro emprego”, comentou uma usuária, referindo-se à constante improvisação nos relatórios da União Elétrica (UNE).

Outro usuário ironizou: “Pode ser que volte na sexta-feira, e na segunda já saia de novo por causa de uma dor de cabeça, de dente, talvez tenha febre ou diarreia… e assim é o ano todo”.

Enquanto isso, a situação nas províncias continua crítica. Residentes de áreas como Granma, Cienfuegos, Matanzas e Camagüey têm denunciado cortes de eletricidade de até 20 horas diárias.

“Estamos há 16 horas seguidas sem eletricidade e veremos quantas mais”, expressou um cidadão. Outro usuário acrescentou com indignação: “Neste país, o que dispara é a falta de respeito”.

O descontentamento aumentou devido à percepção de que Havana continua sendo privilegiada na distribuição de eletricidade.

“Nós temos que estar desligados para que a capital tenha energia”, denunciou um usuário, enquanto outro perguntou com sarcasmo: “A que termoelétrica pertence Havana, ou tem uma particular?”.

Outros usuários expressaram seu desespero pelas condições de vida que os apagões prolongados geram. “Já é demais; 15 horas sem energia e quando ela volta são 45 minutos, a comida estraga e sem água nem para beber, nem para tomar banho. Até quando minha Cuba terá que continuar aguentando?”, declarou uma pessoa afetada.

Muitos também criticam o uso dos recursos do país, afirmando que o governo prioriza a construção de hotéis em detrimento do investimento em infraestrutura elétrica.

“Em vez de construir tantos hotéis, deveriam ter feito uma termoelétrica moderna”, opinou uma usuária. Outro comentário refletiu a mesma indignação: “Compram aviões de milhões de dólares, mas não conseguem garantir eletricidade para o povo”.

A indignação generalizada levou muitas pessoas a perderem a esperança de uma solução: “O que precisa acabar de se desconectar é o comunismo, chega disso…”, escreveu um usuário.

O panorama não parece melhorar a curto prazo. Com termelétricas envelhecidas e um sistema elétrico em colapso, os cubanos continuam enfrentando apagões constantes, com a incerteza de não saber quando nem por quanto tempo terão eletricidade. “Aqui o único que falta é a terra se abrir e nos engolir”, expressou um cidadão exasperado.

Enquanto os apagões continuam, a população se sente cada vez mais cansada e desesperançada. “Não há comida, não há gás, não há luz… Cuba é o país da miséria”, concluiu uma usuária, refletindo o sentimento de milhares de cubanos que não veem saída para a crise energética.

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