Governo desmente sequestros de crianças em Matanzas

O regime cubano nega rumores sobre sequestros de crianças no município de Cárdenas, Matanzas, afirmando que não há evidências de tais eventos.

Escola primária em CárdenasFoto © Facebook/Direção Municipal de Educação Cárdenas Matanzas

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Autoridades do governo cubano desmentiram que houvesse sequestros de crianças em escolas do município de Cárdenas, em Matanzas, informaram nesta quinta-feira meios da imprensa estatal.

“Em Cárdenas não há crianças sequestradas nem qualquer tentativa desta abominável ação”, afirmou categoricamente uma comunicação divulgada nas redes sociais pelo telecentro municipal Telebandera, em resposta a “informação falsa” que “se espalhou” nas últimas horas sobre “várias tentativas de sequestros de menores”.

Captura de Facebook/Telebandera

Os ministérios do Interior (Minint) e da Educação (Mined) no município de Cárdenas negaram que tenham sido registrados feitos desse tipo e denúncias, segundo a publicação.

"Bola, ao fim, se considera como o local dos fatos as escolas primárias e secundárias do território. Algumas das versões mencionam a Primária de Cantel, Boca de Camarioca, a Secundária José Martí ou o Complexo Educacional", afirmou a nota.

Telebandera assegurou que, segundo a Direção de Educação do território, “não há incidente dessa natureza em nenhum dos 61 centros existentes no município”.

Além disso, esclareceu que, “até o momento”, nenhuma das duas unidades do Ministério do Interior no município, localizadas nas cidades de Cárdenas e Varadero, “recebeu denúncia alguma sobre um fato desse tipo”.

O desmentido qualifica de “bola desagradável” a informação que “inquestionavelmente ressoou na população” e reconheceu que “se criou um ambiente de medo em muitos pais; neste sentido, o mais triste é que alguns professores também repercutiram o boato e alertam os familiares sobre o suposto perigo de sequestro”.

Captura de Facebook/Periódico Girón

O canal da televisão estatal em Cárdenas ressaltou que as autoridades políticas, governamentais e do MININT reiteram que as escolas “continuam e continuarão sendo centros seguros e que quem tentar cometer uma ação desse tipo receberá com grande força o peso da lei”.

A nota encerra com o slogan do governo de que "em Cuba, suas crianças são sagradas".

Funcionários do regime e jornalistas oficiais também publicaram desmentidos em seus perfis de redes sociais, nos quais reiteram que se tratam de “rumores” que foram divulgados “com o objetivo de incutir medo na população”.

Captura de Facebook/Eduardo López Leyva

"Informamos que não existem evidências de nenhum fato desse tipo em Cárdenas, nem em nenhum outro lugar. Chamamos toda a nossa população a não se deixar confundir, a manter a calma e a se atualizar com sites oficiais, para sempre conhecer a verdade e 'somente a verdade', que nunca trai", advertiu Eduardo López Leyva, funcionário da Oficina de Análise do Comitê Central do PCC.

No entanto, nos comentários às publicações da Telebandera e do jornal Girón, residentes de Cárdenas questionaram a veracidade das informações oficiais e denunciaram a falta de segurança nas escolas do município.

“¿¿¿Segurança nas escolas??? E como é que meninos de 18 anos entram em uma escola secundária bêbados, brigam com os alunos da secundária, obviamente menores que eles, e se metem com as meninas? Não falo por falar, falo porque vivi uma situação assim, enfim, sobre as crianças sequestradas não sei se é verdade ou não, mas segurança nas escolas não existe, na verdade na cidade como um todo não há segurança”, afirmou uma jovem de Cárdenas.

Embora as informações divulgadas pelo governo neguem, em publicações em grupos do Facebook, muitas pessoas continuam afirmando que em várias localidades da província de Matanzas realmente foram relatados casos de sequestros de menores, ou tentativas, possivelmente para roubar-lhes roupas e celulares.

Também mencionaram as duas meninas reportadas como desaparecidas desde o dia 13 de janeiro, na cidade de Cárdenas. As adolescentes foram identificadas como Melanie Rodríguez González, de 13 anos, e Yoandriane Díaz García, de 14.

Melanie foi vista pela última vez na Escola José Martí, nesta cidade, enquanto Yoandriane saiu de casa levando uma mochila com roupas. Seus familiares pediram ajuda para encontrá-las.

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