Empresas dos EUA já sofrem perdas devido ao medo dos migrantes de serem deportados

Embora o governo insista que as deportações se concentram em indivíduos criminosos e membros de cartéis de drogas, os empresários apontam que estão perdendo trabalhadores essenciais.

Trabalhadores imigrantes nos EUAFoto © Wikimedia Commons

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As recentes deportações ordenadas pelo presidente Donald Trump estão causando efeitos econômicos negativos em várias indústrias americanas que dependem da mão de obra imigrante, confirmaram empresários afetados.

Embora o governo insista que as deportações se concentram em indivíduos criminosos e membros de cartéis de drogas, os empresários apontam que estão perdendo trabalhadores essenciais, o que está afetando a produção e gerando "ansiedade e incerteza" em suas operações, citou EFE.

Rebeca Shi, diretora executiva da American Business Immigration Coalition em Illinois, explicou que as deportações também impactaram imigrantes que fazem parte de setores chave como a agricultura, a manufatura e a saúde.

Apesar de o governo Trump afirmar que as operações de imigração se concentram em criminosos violentos, Shi destacou que esses procedimentos têm afetado trabalhadores essenciais que contribuem significativamente para a economia americana.

"Os trabalhadores essenciais desapareceram, e estamos vendo uma desaceleração de 50% em nossas operações. Os imigrantes estão paralisados pelo medo e preferem ficar em casa", destacou durante uma teleconferência com empresários de diversas indústrias.

Esta diminuição na força de trabalho teve um impacto direto na produtividade, com milhares de postos de trabalho vagos em setores que dependem de trabalhadores imigrantes.

Entre os empresários que participaram da conferência, Matt Teagarden, da Kansas Cattlemen’s Association, alertou que a mão de obra imigrante é crucial para a indústria pecuária e a agricultura em geral.

“Os criminosos violentos devem ser deportados, mas também precisamos de caminhos para legalizar os imigrantes que cumprem a lei e contribuem para nossa economia”, disse Teagarden, que pediu uma reforma migratória que resolva a falta de mão de obra no país.

O impacto da redução de trabalhadores imigrantes também poderia afetar gravemente o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA.

Segundo Shi, os imigrantes representam entre 25% e 50% da força de trabalho em indústrias essenciais e contribuem com mais de 80 bilhões de dólares em impostos anualmente.

Sua ausência poderia reduzir o PIB em 4,2%, além de agravar a escassez de mão de obra em setores como saúde, construção e manufatura, que atualmente enfrenta uma lacuna de 1,7 milhão de vagas de trabalho.

Um dos setores mais afetados é a agricultura.

Tony DiMare, da empresa DiMare Fresh, que produz tomates na Califórnia e na Flórida, explicou que a indústria agrícola depende em grande medida dos imigrantes para a colheita manual.

"Os americanos não estão dispostos a trabalhar nessas funções, por isso recorremos a imigrantes, na sua maioria sob programas temporários. Mas está cada vez mais difícil conseguir trabalhadores com a documentação em dia", indicou DiMare.

Outro setor crítico é o cuidado de idosos e doentes. Neste âmbito, os imigrantes representam 80% da força de trabalho, devido à falta de interesse dos americanos em ocupar esses empregos.

Adam Lampert, diretor executivo de uma empresa de cuidados domiciliares no Texas, ressaltou que as deportações provocarão um aumento nos salários em uma tentativa de atrair trabalhadores, o que pode gerar inflação no setor.

“Este setor está crescendo rapidamente, e será necessário um milhão de enfermeiros nos próximos anos. Não conseguimos encontrar trabalhadores nacionais suficientes, por isso precisamos buscar fora de nossas fronteiras", explicou Lampert.

Os empresários afetados estão começando a se mobilizar para exigir uma reforma migratória integral que permita resolver os problemas a longo prazo.

A American Business Immigration Coalition lançou a campanha "Proteger nossas fronteiras, mas também proteger nossa força de trabalho", direcionada à Casa Branca e ao Congresso.

A coalizão ressaltou a necessidade urgente de uma solução que seja equilibrada e bipartidária, para garantir a competitividade e a liderança global dos Estados Unidos.

Além das deportações, Trump assinou vários decretos na segunda-feira passada, incluindo medidas para designar os cartéis de drogas como organizações terroristas estrangeiras, declarar uma emergência nacional na fronteira entre os EUA e o México, e pôr fim à cidadania por nascimento.

À medida que as políticas de imigração de Trump continuam sendo implementadas, os empresários alertam que o país pode enfrentar uma crise laboral ainda mais profunda se não forem encontradas soluções para manter a força de trabalho que impulsiona setores-chave da economia.

Impacto das Deportações na Economia dos Estados Unidos

Como as deportações afetam a economia dos EUA?

As deportações estão causando perdas econômicas nos EUA devido à diminuição de trabalhadores imigrantes em setores-chave como a agricultura, a manufatura e a saúde. A ausência desses trabalhadores essenciais está gerando uma desaceleração na produtividade, afetando diretamente a economia do país.

Quais setores estão mais afetados pelas deportações de imigrantes?

Os setores mais afetados são a agricultura, a manufatura e a saúde. Na agricultura, por exemplo, os imigrantes são essenciais para a colheita manual, enquanto que no cuidado de idosos e doentes representam 80% da força de trabalho. A falta desses trabalhadores está provocando um aumento nos custos e uma escassez de mão de obra.

Qual é o impacto das políticas de deportação no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA?

A redução de trabalhadores imigrantes poderia diminuir o PIB dos EUA em 4,2%. Os imigrantes contribuem significativamente para a economia, gerando mais de 80 bilhões de dólares em impostos anuais. Sua ausência não apenas afeta a produtividade, mas também o crescimento econômico do país.

Que soluções os empresários propõem diante da falta de mão de obra imigrante nos EUA?

Os empresários estão pedindo uma reforma migratória que permita legalizar os imigrantes que contribuem para a economia. Eles propõem caminhos legais para regularizar os trabalhadores imigrantes que cumprem a lei, o que ajudaria a resolver a escassez de mão de obra e a manter a competitividade dos EUA.

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