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Um cenário inusitado e indignante persiste no cemitério da localidade de Felton, em Holguín, onde uma árvore caída permanece, há mais de um mês, sobre várias sepulturas, sem que as autoridades locais tenham tomado medidas para removê-la.
"Este é o cemitério de Felton, um dos poucos em Cuba que se mantinha limpo e organizado, para a tranquilidade de quem tem seus entes queridos nesse lugar", inicia a publicação de Patricia Santiesteban Tamayo no grupo do Facebook “Revolico Felton”.
Segundo explica, a árvore continua sobre os túmulos devido à falta de pessoal para resolver o problema.
A denunciante aponta que, após a mudança da administração do cemitério dos Comunais para a empresa de Serviços Necrológicos, a manutenção decaiu drasticamente.
"Ali ninguém trabalha, apenas Ñeco, aposentado e doente, que assiste de forma voluntária quando o chamam para algum enterro. Ele já não tem forças para mais", apontou.
A comunidade tentou buscar soluções por conta própria, mas o peso do abandono institucional recai sobre eles. "Quem tiver interesse em manter aquilo limpo que o faça, porque ninguém vai fazer isso por nós. É o reflexo do que vivemos em todos os aspectos. Já nada funciona", conclui Santiesteban.
A situação foi comentada por uma usuária na própria publicação, que afirmou: “Se os vivos não importam, imagine os mortos”, refletindo a indignação da sociedade cubana diante das deficiências de seus dirigentes na gestão dos serviços básicos na ilha.
Esta situação se insere em um contexto mais amplo de abandono e falta de respeito em relação aos cemitérios em Cuba, evidenciado por diversos casos recentes.
Em Sancti Spíritus, em agosto deste ano, foram registrados roubos e profanações de túmulos no cemitério municipal, onde criminosos roubaram restos humanos para fins desconhecidos, deixando cenas desoladoras para as famílias afetadas.
Um mês depois, em setembro, o cemitério de Catalina de Lasa e Juan Pedro Baró em Havana também foi alvo de profanações, desencadeando uma onda de indignação ao serem violados os túmulos de figuras históricas e culturais.
Em novembro, imagens do emblemático Cemitério de Colón em Havana revelaram um panorama desolador: restos ósseos e nichos destruidos, além de condições deploráveis de abandono. Os cidadãos denunciaram a ausência de vigilância e a falta de manutenção em um dos cemitérios mais emblemáticos da ilha.
Recentemente, em dezembro, foram confirmados novos casos de roubos e profanações de nichos em diversos cemitérios do país, destacando a crescente problemática de insegurança e o desinteresse governamental em preservar esses espaços sagrados.
Em um país onde as carências materiais são evidentes, os cemitérios refletem uma realidade que atinge não apenas os vivos, mas também a memória e o respeito por aqueles que já se foram.
Perguntas frequentes sobre o abandono e a profanação em cemitérios cubanos
Por que uma árvore está há mais de um mês sobre tumbas no cemitério de Felton, Holguín?
A árvore permanece sobre as tumbas devido à falta de pessoal para lidar com o problema. Desde a mudança na administração do cemitério para a empresa de Serviços Necrológicos, a manutenção caiu, e apenas um aposentado presta assistência de forma voluntária, o que reflete o abandono institucional.
Qual é a situação geral dos cemitérios em Cuba?
Os cemitérios em Cuba enfrentam um estado generalizado de abandono, com frequentes roubos e profanações de túmulos. Essa situação se deve à falta de recursos, vigilância e manutenção por parte do governo, afetando cemitérios em diversas regiões do país.
Qual é a responsabilidade do governo cubano em relação ao estado dos cemitérios?
O governo cubano tem uma responsabilidade direta no estado de abandono dos cemitérios, devido à sua incapacidade de fornecer os recursos necessários e de implementar medidas eficazes para a manutenção e a segurança desses locais. As denúncias dos cidadãos têm sido ignoradas, aumentando a frustração dos afetados.
Como o abandono dos cemitérios afeta as famílias cubanas?
O abandono dos cemitérios afeta emocionalmente as famílias, que veem os locais de descanso de seus entes queridos vulnerados. Além disso, enfrentam obstáculos logísticos e econômicos para os sepultamentos, devido à falta de transporte e ao deterioramento da infraestrutura, o que agrava sua situação em momentos de luto.
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