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O jornalista independente Henry Constantín, diretor da revista La Hora de Cuba, foi detido na manhã desta quinta-feira, 19 de dezembro, em Havana, um dia antes da “Marcha do Povo Combatente” convocada pelo governante Miguel Díaz-Canel, conforme informou o próprio veículo por meio de sua conta oficial no Facebook.
A mais de três horas de seu arresto, ainda se desconhece seu paradeiro, o que gerou alarme entre seus colegas.
De acordo com a publicação de La Hora de Cuba, Constantín informou antes de sua detenção que dois agentes da Segurança do Estado o estavam esperando do lado de fora de seu prédio. Um deles teria participado de uma detenção anterior em setembro de 2023.
“Acordei sem conexão e saí até a calçada para procurá-la. Foi então que se aproximou de mim (...) e me mostrou uma carteira com documentos quando lhe perguntei quem era”, relatou o jornalista, citando as palavras do agente: “Que má memória você tem. Precisamos conversar.”
Constantín comentou que, embora o agente tenha garantido que seria um procedimento rápido, decidiu preparar uma mochila por precaução. Estas foram as últimas declarações que a equipe de La Hora de Cuba recebeu antes de perder o contato com ele.
A mídia condenou energicamente a prisão, qualificando-a como "uma ação arbitrária que reforça o assédio sistemático ao jornalismo independente e à liberdade de expressão".
Henry Constantín tem enfrentado repetidas represálias por seu trabalho jornalístico, incluindo detenções arbitrárias, confisco de equipamentos e restrições de movimento. Sua atuação tem destacado questões sociais e políticas que, geralmente, não são abordadas nos meios de comunicação oficiais da ilha.
Esta detenção preocupa pelo aumento da repressão do regime cubano contra vozes dissidentes, a poucas horas de uma marcha, enquanto o país se afunda em apagões prolongados e a população enfrenta uma crise de combustível sem precedentes.
Perguntas frequentes sobre a detenção de Henry Constantín e a repressão em Cuba
Por que o jornalista Henry Constantín foi detido em Havana?
Henry Constantín foi detido em Havana pela Segurança do Estado. Sua prisão faz parte de um padrão de assédio sistemático contra o jornalismo independente em Cuba. Segundo o meio La Hora de Cuba, que ele dirige, essa detenção ocorreu um dia antes da "Marcha do Povo Combatente", o que sugere uma tentativa de silenciar vozes dissidentes antes de eventos controlados pelo governo.
Qual é a situação atual da liberdade de imprensa em Cuba?
A liberdade de imprensa em Cuba está gravemente restringida. O governo cubano reprime sistematicamente jornalistas independentes, utilizando táticas como detenções arbitrárias, confisco de equipamentos e ameaças. Essa repressão se intensificou com novas leis que criminalizam o recebimento de fundos estrangeiros e restringem ainda mais a liberdade de expressão.
Como se manifesta a repressão do regime cubano contra os manifestantes?
O regime cubano utiliza detenções arbitrárias e violência para reprimir protestos. As forças de segurança detêm manifestantes, frequentemente acusando-os de crimes como desordem pública. Essas ações são especialmente comuns durante protestos por apagões e outras crises, como a falta de combustível, que têm ampliado o descontentamento social na ilha.
Qual é o papel da Segurança do Estado na repressão em Cuba?
A Segurança do Estado é um instrumento chave na repressão do regime cubano. Esta entidade realiza vigilância constante, detenções arbitrárias e coações psicológicas para silenciar críticos e opositores do governo. Seu objetivo é manter o controle sobre a informação e dissuadir qualquer dissidência ou protesto.
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