Segurança do Estado cita o jornalista José Luis Tan: "Duas horas de interrogatório cheio de ameaças"

O agente repressivo acusou Tan Estrada de ser o rosto da contrarrevolução em Camagüey, disse a ele para pegar seu passaporte e sair de viagem, que seria o melhor para ele.

José Luis Tan Estrada © Facebook / Michel Hernández
José Luis Tan EstradaFoto © Facebook / Michel Hernández

O jornalista independente José Luis Tan Estrada foi convocado pela Segurança do Estado e submetido a quase duas horas de interrogatório, durante o qual foi ameaçado e instado a deixar o país.

José Luis compareceu na quarta-feira à tarde ao seu compromisso na sede da Segurança do Estado em Camagüey, onde foi "entrevistado" pelos agentes Laura e Cristian, este último responsável por detenções arbitrárias anteriores contra o jovem.

O repressão lhe mostrou um dossiê com todas as suas publicações e o ameaçou com a aplicação da nova Lei de Comunicação Social, já que, segundo lhe disse, ele está "caminho de cair nos delitos de mercenarismo e propaganda contra o governo".

Depois de acusar Tan Estrada de se tornar o rosto da contrarrevolução na província, ele lhe disse para pegar seu passaporte e sair de viagem, que seria o melhor para ele.

O agente assegurou ainda que CubaNet Noticias, meio de imprensa independente no qual colabora, está cheio de pessoas que só querem degradar e desmoralizar as conquistas da "Revolução", e que nenhum deles é jornalista.

Captura de Facebook / José Luis Tan Estrada

"Segundo Cristian, 'me aproveitei do menino dos tamales' para montar toda uma campanha do inimigo e dar uma má imagem sobre a infância no país", relatou, em alusão ao caso de um menino de 10 anos que diariamente percorre as ruas de Camagüey de bicicleta vendendo tamales, uma história que Tan Estrada denunciou e que gerou um forte impacto na Internet.

"Casi 2 horas de interrogatório cheio de ameaças", disse o repórter, que também foi questionado sobre seu trabalho humanitário e social de ajuda a pessoas necessitadas.

"Deixei claro e faço isso aqui também. NÃO VOU PARAR DE FAZER JORNALISMO, minha caneta e tinta sempre estarão no sentir e ao lado do cubano comum, mostrando sua realidade. Daqueles cujas histórias precisam de um pouco de oxigênio para continuar vivendo", sublinhou em seu perfil no Facebook.

"Continuarei advogando pela liberdade dos mais de mil presos políticos. Continuarei ajudando os mais necessitados, aqueles que são esquecidos pelo regime cubano. Continuarei percorrendo com meu Trastorbú (bicicleta) as ruas da minha República Independente do #Camagüey, buscando e contando histórias. Que eles se vão!", concluiu.

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