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O regime cubano impôs prisão domiciliar à atriz e ativista Kiriam Gutiérrez para que ela não assistisse à estreia de seu filme "Matar a um homem", censurado durante o 45º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana.
Em declarações à Cubanet, a artista afirmou que recebeu a ligação de um agente da Segurança do Estado que, “com um tom de ameaça, me disse que eu deveria me afastar do filme”, um curta-metragem realizado na Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños.
"Considero que isso é uma repressão política, e eu tenho o direito, como atriz e cineasta, de defender meu filme, de defender o cinema que faço e, claro, de comparecer aos espaços onde meu trabalho é exibido", comentou Gutiérrez, que é co-protagonista do filme de 12 minutos.
Explicou que o filme, do diretor Orlando Mora Cabrera, é inspirado em um fato real. Em apenas 12 minutos, consegue abordar o tema da homossexualidade encoberta de um agente da Polícia Nacional Revolucionária (PNR), o que escandalizou o regime.
O curta foi excluído do Festival Internacional de Cinema de Havana com a justificativa dos apagões que afetam a ilha. No entanto, na quarta-feira, a Fundação Ludwig de Cuba exibiu o filme, e Gutiérrez não pôde comparecer à projeção.
O ator e cineasta Walter Cordero, produtor geral da Compañía Pura Vida, denunciou a prisão domiciliar de seu colega e afirmou que isso lhe causava "uma raiva terrível".
"A ditadura do governo cubano insiste em mostrar seu poder e sua impunidade. É hora de nós, como artistas, deixarmos de lado tanta indiferença", comentou em uma postagem no Facebook.
No início de julho, a atriz também foi excluída do evento "A Rainha da Copla", organizado pelo projeto Venus Drag Queen no cabaré Cubanacán, em Santa Clara.
Gutierrez é a primeira mulher trans cubana a receber um prêmio Emmy na categoria regional "Suncoast" por sua participação na série documental "Ser Trans", produzida pela Martí Noticias.
A atriz, de 47 anos, também foi a primeira mulher trans a atuar no cinema e na televisão cubanos. Ela é a protagonista do videoclipe "Lola", que há quase 20 anos foi filmado pela então popular banda Moneda Dura.
Perguntas Frequentes sobre Censura e Repressão em Cuba
Por que o regime cubano impôs prisão domiciliar a Kiriam Gutiérrez?
O regime cubano impôs prisão domiciliar a Kiriam Gutiérrez para evitar sua presença na estreia do curta-metragem "Matar a um homem". O filme, que aborda a homossexualidade velada de um agente da Polícia Nacional Revolucionária, foi censurado no 45º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana, o que o regime considera um tema escandaloso.
Qual é a temática do curta-metragem "Matar a um homem" e por que foi censurado?
O curta-metragem "Matar a um homem", dirigido por Orlando Mora Cabrera, aborda o tema da homossexualidade encoberta dentro da Polícia Nacional Revolucionária. O regime cubano censurou o filme por considerá-lo escandaloso devido à sua temática, o que reflete a falta de tolerância e a repressão à diversidade sexual no país.
Como tem sido a trajetória de Kiriam Gutiérrez no campo artístico e ativista?
Kiriam Gutiérrez é uma atriz e ativista cubana reconhecida por sua luta em defesa dos direitos LGBTIQ+. Ela é a primeira mulher trans cubana a receber um prêmio Emmy na categoria regional "Suncoast" por sua participação na série documental "Ser Trans". Além disso, tem sido pioneira ao ingressar no cinema e na televisão cubanos como mulher trans.
Qual tem sido a resposta de Kiriam Gutiérrez diante da censura e repressão do regime cubano?
Kiriam Gutiérrez denunciou publicamente a repressão política que está sofrendo, afirmando que tem o direito de defender sua obra e de participar dos espaços onde seu trabalho é apresentado. Ela considera essas ações como uma repressão política e expressou sua indignação e frustração diante da censura que enfrenta em seu país de origem.
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