A oito anos da passagem do furacão Matthew por Guantánamo, ainda há afetados a quem o governo está entregando papelão para substituir os telhados de suas casas.
Assim denunciou à televisão estatal um morador do município de Maisí, que exige respostas.
"Já se passaram oito anos desde a passagem de Matthew, e o que me oferecem é um telhadinho de papelão. O que se pode fazer com um telhadinho de papelão? Agora, não me dão respostas como as que eu preciso e me deixam assim..." questionou.
O homem explicou que teve que comprar telhas caras porque o governo nunca lhe deu nada para remediar sua situação depois que o ciclone levou o telhado de sua casa.
"Estou lá com três telhas, como quem diz, cobrindo o quarto", enfatizou.
Uma idosa que perdeu toda a casa revelou que o único auxílio que recebeu das autoridades foi uma lona e um rolo de papelão.
"Remendamos um pedacinho ali para encaixar pedaços de telhas e agora me deram uma lona...", precisou.
Segundo revelou um dirigente de Maisí, ainda restam 407 famílias que sofreram desabamentos totais de suas casas em consequência do furacão Matthew e, até hoje, oito anos depois, continuam vivendo no que o governo denomina "instalações temporárias".
A isso se somam os danos causados pelo furacão Oscar no dia 20 de outubro passado. É o segundo município com mais afetos em relação a desabamentos parciais e totais de telhados e moradias.
Em outubro de 2020, quatro anos após a passagem do Mathew pela cidade de Baracoa, seus habitantes ainda esperavam a ajuda prometida pelo governo para reparar suas casas, e apenas haviam vendido algumas telhas.
Dois anos antes, o regime havia reconstruído apenas cerca de 945 casas das 3.529 destruídas no município. As autoridades alertaram que o fundo habitacional levaria cinco anos para se recuperar (caso não houvesse mais furacões) e convocaram a população a se envolver na construção.
Perguntas frequentes sobre a situação dos afetados por furacões em Guantánamo
Por que o governo cubano está fornecendo telhados de papelão aos afetados pelo furacão Matthew em Guantánamo?
O governo cubano está fornecendo coberturas de papelão aos afetados pela falta de recursos e por uma gestão ineficaz que não priorizou a recuperação efetiva das moradias danificadas. Apesar de já terem se passado oito anos desde o furacão Matthew, muitos afetados continuam sem receber soluções adequadas, o que evidencia uma grave negligência por parte do regime.
Quais medidas o governo cubano tomou após o furacão Oscar em Guantánamo?
O governo cubano decidiu vender colchões e materiais de construção aos afetados pelo furacão Oscar, com um subsídio de 50%. No entanto, essa medida foi criticada por ser insuficiente e por não levar em conta a situação econômica das famílias impactadas, muitas das quais não conseguem arcar com esses produtos mesmo com o desconto.
Quantas casas foram reconstruídas em Guantánamo após o furacão Oscar?
Apenas 8% das moradias danificadas pelo furacão Oscar foram reconstruídas, deixando milhares de famílias à espera de uma solução. A recuperação tem sido lenta e a maioria das reparações realizadas são parciais, o que reflete a falta de eficácia nas ações do governo para lidar com esta crise.
Como a comunidade internacional respondeu após os furacões em Guantánamo?
A comunidade internacional tem fornecido ajuda por meio de organizações como a UNICEF e o Programa Mundial de Alimentos, enviando insumos médicos, alimentos e abrigos temporários. No entanto, a distribuição enfrenta desafios logísticos e burocráticos que limitam sua eficácia, agravando a situação dos afetados.
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