Um ato violento ocorreu nesta sexta-feira no mercado popular La Cuevita, no município de San Miguel del Padrón, em Havana, quando um inspetor atacou um vendedor com uma faca. O incidente acontece no meio do exercício nacional de prevenção e combate ao crime, à corrupção, às ilegalidades e às indisciplinas sociais.
Alex Fernández informou no grupo do Facebook "Comida a Domicilio Em Havana" que o incidente terminou com a morte do vendedor.
No entanto, entre os comentários da publicação, destaca-se o de Arnaldo Núñez, que esclareceu: “Meu primo foi o rapaz ferido, mas graças a Deus ele está fora de perigo. Obrigado pelo apoio; esse cara está se eximindo das culpas”.
Uma internauta que se identifica como Yami La Dura afirmou que foi testemunha do ato violento: “Eu presenciei tudo e filmei, a culpa foi do inspetor, ele atirou uma baioneta no pescoço. Tudo foi muito horrível, ainda sinto a pressão no chão e os nervos à flor da pele.”
Algumas pessoas questionaram na mesma publicação o fato de que o inspetor estivesse portando uma arma branca.
Nesse sentido, Annie Aguilera Tamayo declarou: “Porque a maioria são criminosos, pessoas sem preparação. Isso é o que cria este país... criminosos, ladrões, desonestos. Já não há pessoal que sirva em nenhum estabelecimento, nem nas escolas, nem nos hospitais. Já não temos nada. Além disso, por necessidade e fome, também há brutalidade e selvageria.”
Não é a primeira vez que fatos violentos envolvem vendedores e fiscais.
Em agosto, um inspector da Direção de Inspeção do município de Las Tunas foi agredido por um vendedor ao tentar aplicá-lo uma sanção, informou o Conselho de Administração daquela região.
De acordo com a nota informativa emitida pelo organismo, o inspetor, identificado como Manuel Vilches García, “realizava uma ação de controle a um trabalhador autônomo no Conselho Popular 2 do município-sede, detectando várias infrações cometidas pelo infrator”.
Na terça-feira passada, vários santiaguenses confrontaram policiais da Polícia Nacional devido à recente onda de apreensões de produtos e multas excessivas aos vendedores ambulantes.
Em um vídeo publicado pelo jornalista Yosmany Mayeta Labrada na rede social Facebook, é possível observar como várias pessoas reagem indignadas a essas ações injustificadas em relação aos trabalhadores autônomos, incluindo os chamados carretilleros.
Toda esta "cruzada" que está sendo realizada atualmente em Cuba se insere em um exercício nacional de prevenção e combate ao crime, à corrupção, às ilegalidades e às indisciplinas sociais, promovido pelo governante Miguel Díaz-Canel em uma tentativa de desviar a atenção dos recentes escândalos protagonizados por Sandro Castro, neto do ditador Fidel Castro, que celebrou seu aniversário enquanto o povo enfrenta uma crise energética.
Perguntas frequentes sobre a violência e a repressão em Cuba
O que aconteceu no mercado La Cuevita em Havana?
No mercado La Cuevita, um inspetor atacou com uma faca um vendedor, em um incidente que reflete a crescente tensão entre as autoridades e os trabalhadores por conta própria em Cuba. Este fato está inserido em um contexto de repressão governamental contra o que consideram indisciplinas sociais e econômicas.
Qual é a situação atual da violência em Cuba?
Cuba está enfrentando um aumento significativo da violência e da criminalidade. Os roubos, assaltos e agressões tornaram-se cada vez mais comuns, afetando tanto trabalhadores quanto cidadãos comuns. A situação se agravou devido à crise econômica e à ineficácia das forças de ordem público.
Como a crise econômica está afetando a segurança em Cuba?
A crise econômica em Cuba tem exacerbado a insegurança cidadã. A falta de recursos e a desesperação aumentaram os delitos, enquanto as autoridades priorizam a repressão aos trabalhadores independentes em vez de atender às necessidades básicas da população.
Quais medidas o governo cubano está tomando em relação ao crescente índice de criminalidade?
O governo intensificou uma campanha de repressão sob a justificativa de prevenir crimes e corrupção, mas as medidas são vistas como insuficientes e mal direcionadas. A resposta oficial tem sido criticada por sua falta de eficácia e por se concentrar na repressão da economia informal, em vez de combater diretamente a criminalidade.
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