Turistas russos se queixam das picadas de jejenes em hotéis de Cuba

Turistas russos relatam incômodos devido a picadas de jejenes em Cuba, especialmente nas praias e hotéis durante a temporada de chuvas, embora especialistas minimizem o problema e recomendem medidas preventivas.

Picadas de jejenes © Noticias Ambientales
Picadas de jejenesFoto © Notícias Ambientais

Vários turistas russos expressaram recentemente nas redes sociais suas insatisfações com as picadas de jejenes durante a estadia em hotéis e praias de Cuba.

De acordo com os depoimentos, as picadas desses pequenos insetos inicialmente não são sentidas, mas algumas horas depois causam coceira intensa e o surgimento de bolhas vermelhas na pele.

Em alguns casos, os sintomas não se aliviam com os antihistamínicos comuns, o que gerou preocupação entre os visitantes, informou a RATA-News.

Cristina León, conselheira de turismo da embaixada de Cuba na Rússia, explicou que esses insetos, também conhecidos como jejenes, são comuns em países tropicais como Cuba, especialmente durante os meses mais quentes e úmidos.

“Não representam um perigo grave, embora algumas pessoas possam ter reações alérgicas. Isso não deveria desanimar os turistas a visitar praias como Varadero, reconhecidas entre as melhores do mundo”, destacou León.

Lada Popelo, diretora da agência turística "Caribbean Club", detalhou que os jejenes são mais ativos entre maio e novembro, coincidindo com a temporada de chuvas.

Esses diminutos insetos costumam atacar ao entardecer em locais abertos, como praias, piscinas e terraços de restaurantes, e são difíceis de detectar devido ao seu tamanho.

Embora as picadas possam causar desconfortos significativos, Popelo enfatizou que não há riscos graves, salvo em casos de alergias severas.

Além disso, recomendou o uso de repelentes específicos para esses insetos e o uso de roupas que cubram a pele ao anoitecer.

Além disso, aconselhou levar antihistamínicos e ungüentos calmantes como o Fenistil ou o bálsamo "Estrela", produtos eficazes para aliviar a coceira.

No entanto, alguns especialistas consideram que as queixas foram exageradas. Alekhan Mkrtchian, diretor da rede de agências "Elefante Rosa", afirmou que dos 8.000 a 10.000 turistas russos que atualmente estão de férias em Cuba, apenas um caso notável de incômodos devido a jejenes foi registrado.

"Isso parece uma reação alérgica isolada. Há problemas mais sérios em Cuba, como a falta de eletricidade, combustível e a qualidade limitada da comida nos hotéis", destacou.

Apesar das dificuldades relatadas, Cuba continua a ser um destino popular entre os russos. Entre janeiro e agosto de 2024, a ilha recebeu mais de 133.000 turistas russos, um aumento de 125% em comparação com o mesmo período do ano anterior, informou a RATA-News.

A Rússia ocupa o terceiro lugar entre os países emissores de turistas para Cuba, atrás do Canadá e dos cubanos residentes no exterior.

O Ministério do Turismo de Cuba espera receber mais de 200.000 turistas russos até o final do ano, consolidando seu apelo, apesar de algumas pequenas inconveniências que possam surgir.

Junto à Rússia, Portugal se destaca como o outro mercado emissor de turistas que registrou um modesto aumento em meio à crise crônica que atravessa a indústria turística em Cuba.

A ilha enfrenta uma de suas maiores crises neste setor, marcada por uma drástica diminuição de visitantes internacionais provenientes de mercados-chave como América do Norte, Espanha, Alemanha, México, Argentina e Colômbia.

De acordo com dados do portal Travel And Tour World, de janeiro a outubro de 2024, as chegadas de turistas a Cuba diminuíram 48,23% em comparação com 2019, o último ano antes da pandemia.

Este desmoronamento afetou gravemente as receitas do setor, que passaram de gerar 3,185 milhões de dólares em 2019 para apenas 1,216 milhões em 2023, uma redução de 61,82%.

Os turistas norte-americanos, que em 2019 representaram uma base importante para a indústria, caíram de 452.835 para 118.038 em 2024, marcando uma diminuição de 73,93%.

A Europa não ficou de fora: Espanha, Alemanha e outros mercados tradicionais também apresentaram números significativamente menores.

O turismo proveniente da América Latina também diminuiu drasticamente, com uma redução nas chegadas do México, Argentina e Colômbia.

Recentemente, o economista cubano Pedro Monreal criticou as declarações recentes do ministro do Turismo, Juan Carlos García Granda, e o enfoque do regime cubano em priorizar os investimentos no setor turístico.

Em um tweet contundente, Monreal acusou o governo de "mentir descaradamente" ao tentar justificar uma política de investimento que, segundo ele, relegou áreas críticas como a segurança alimentar, a infraestrutura e os serviços básicos.

Perguntas frequentes sobre o turismo em Cuba e os mosquitos.

Por que os jejenes em Cuba são um problema para os turistas?

Os jejenes são insetos comuns em regiões tropicais como Cuba, especialmente ativos entre maio e novembro. Suas picadas podem causar coceira intensa e bolhas que nem sempre são aliviadas por antihistamínicos comuns, gerando desconfortos significativos para os turistas.

Quais medidas podem ser tomadas para prevenir as picadas de jejenes?

Para evitar picadas de jejenes, recomenda-se o uso de repelentes específicos, vestir roupas que cubram a pele ao entardecer e aplicar pomadas calmantes como Fenistil para aliviar a coceira. Essas medidas ajudam a minimizar o desconforto durante a estadia em Cuba.

Quais são os maiores desafios para o turismo em Cuba atualmente?

Além das picadas de jejenes, o turismo em Cuba enfrenta desafios significativos, como a escassez de eletricidade, combustível e a qualidade limitada da comida nos hotéis. Esses problemas, juntamente com a crise epidemiológica causada por doenças como o vírus de Oropouche, têm afetado gravemente a indústria turística do país.

Como a crise energética afeta os turistas em Cuba?

A crise energética em Cuba provoca apagões frequentes, afetando a experiência dos turistas. Embora o governo cubano tenha priorizado o uso de geradores em hotéis para mitigar o impacto, a falta de fornecimento elétrico e de combustível pode ocasionar desconfortos durante a estadia.

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