Juan Manuel Salvat Roque, o influente editor e livreiro cubano conhecido por sua incansável atuação na preservação e promoção da literatura cubana, faleceu nesta terça-feira em Miami, aos 84 anos.
Seu falecimento ocorreu devido a complicações relacionadas a um coma diabético, após uma semana de internação no Doctor Hospital de Coral Gables, segundo informaram fontes próximas à família.
Salvat, fundador da Ediciones Universal e da Librería Universal, foi um pilar fundamental da cultura cubana no exílio, lembrou o Martí Noticias.
"Com a morte de Salvat, desaparece um pilar da promoção da literatura e da cultura cubana no exílio, além de um incansável ativista pela democratização de Cuba", considerou o renomado jornalista cubano Wilfredo Cancio.
Nascido em Sagua la Grande, Cuba, em 1940, desde jovem destacou-se pelo seu ativismo anticastrista, além de ser um importante líder estudantil na Universidade de Havana.
Em 1960, após ser expulso da universidade devido às suas atividades políticas, conseguiu escapar de Cuba e chegar aos Estados Unidos, onde continuou sua luta contra o regime castrista.
Em 1965, fundou a Distribuidora Universal, que mais tarde se tornaria a Ediciones Universal, e em 1969 abriu a Livraria Universal na emblemática Calle Ocho, em Miami.
A livraria tornou-se um centro cultural e literário para os cubanos exilados, oferecendo um espaço para a difusão de obras de autores cubanos e promovendo o debate intelectual e político.
A Salvat publicou mais de 1000 títulos, contribuindo significativamente para a preservação da memória literária de Cuba e oferecendo aos escritores cubanos um espaço para compartilhar suas vozes em um contexto livre de censura.
Seu trabalho editorial foi crucial para que as gerações de cubanos no exílio pudessem acessar as obras de seus compatriotas e, ao mesmo tempo, preservar a cultura literária da ilha.
Apesar do fechamento da livraria física em 2013, Ediciones Universal continuou operando, e sua presença em eventos literários internacionais, como a Feira Internacional do Livro de Miami, consolidou seu papel como uma das editoras mais importantes para a literatura cubana fora da ilha.
A escritora Zoé Valdés, amiga próxima de Salvat, o recordou como "um grande cubano, um grande patriota, um lutador pela liberdade de Cuba até seus últimos dias". Por sua vez, o presidente do PEN de Escritores Cubanos no Exílio, Daniel Pedreira, destacou que sem seu trabalho editorial, "a riqueza literária do exílio cubano não existiria como a conhecemos hoje".
Salvat também foi lembrado por seu compromisso com a cultura cubana, não apenas como editor e livreiro, mas como um defensor incansável da democracia e da liberdade em Cuba. Seu legado perdura em cada livro publicado e na memória de todos os cubanos que o viam como um protetor de sua história e de sua identidade.
A comunidade literária cubana está de luto pela perda deste icônico líder cultural, que sempre será lembrado por sua contribuição inestimável ao exílio cubano e à preservação da memória histórica de Cuba. Descanse em paz, querido Juan Manuel Salvat.
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