Governo cubano sobre o pão da caderneta: "Não renunciamos ao de 80 gramas"

O governo reduziu o pão da cota para 60 gramas devido à falta de matérias-primas. Afirma que deseja retornar ao peso original, apesar do alto custo de importação do trigo.


Mais de dois meses após o governo cubano anunciar a redução do tamanho do pão da cesta básica, o ministro da Indústria Alimentar afirmou que não desistiram de devolvê-lo ao seu peso original.

Alberto López Díaz falou na Mesa Redonda na quinta-feira e lembrou que foi necessário reduzir a ração de 80 gramas para 60 gramas devido à falta de matérias-primas.

"Para garantir o pão da cesta, precisamos hoje de 425 toneladas de farinha diariamente com esta norma de consumo; com a anterior, precisávamos de 800 toneladas", alegou.

López Díaz acrescentou que a redução no peso é resultado da falta de financiamento e de navios que cheguem a tempo, mas que a orientação de Miguel Díaz-Canel é "retornar o mais rápido possível ao pão de 80 gramas".

Segundo o executivo, uma tonelada de trigo custa entre 400 e 500 dólares, dependendo do mercado. Existem alguns mercados muito próximos aos quais Cuba não tem acesso, e por isso é necessário trazê-lo de mais longe, o que eleva os custos de frete e encarece o tempo de transporte.

"Precisamos de 450 mil dólares diários e mais de 13 milhões mensais para o pão diário", precisou o dirigente, que destacou que o óleo para a produção do pão está garantido em 100%, "embora tenhamos descumprido o fornecimento de óleo da cesta básica".

Desde o dia 13 de setembro, o pão da cesta básica pesa apenas 60 gramas e seu preço caiu de um peso para 75 centavos.

Anayra Cabrera Martínez, diretora do Ministério da Indústria Alimentar (MINAL), afirmou que a baixa disponibilidade de farinha de trigo obrigava à diminuição do peso, sendo essa a única maneira de garantir um pão diário para a população.

No entanto, esclareceu que podem ocorrer atrasos, já que a farinha é transportada diariamente para todos os destinos, o que requer um grande movimento logístico.

Após a implementação da medida, as redes sociais foram inundadas com críticas dos consumidores.

"Começaram os pães de aniversário", ironizou no Facebook o jornalista camagüeyano Jose Luis Tan Estrada.

A galeria de imagens incluiu uma em que o pão era quase do tamanho de um frasco de colírio. As demais fotos mostravam o peso de vários pães, e em nenhum dos casos atingia os 60 gramas estipulados.

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