A avaria da Guiteras agrava os apagões: Preveem mais um dia de sofrimento para os cubanos

A geração de eletricidade no país mantém-se em uma situação crítica após a desconexão da Termoelétrica Antonio Guiteras.

Apagón en Santiago de Cuba (Imagen de referencia) © Facebook/Yosmany Mayeta Labrada
Apagão em Santiago de Cuba (Imagem de referência)Foto © Facebook/Yosmany Mayeta Labrada

A saída de serviço, nesta terça-feira em Cuba, da Termoelétrica Antonio Guiteras - que agora a UNE prefere chamar de CTE Matanzas - para "executar trabalhos inadiáveis na caldeira" resultou no agravamento previsto do déficit de geração na ilha.

No dia de ontem, houve um máximo de 1.514 MW afetados, um número ligeiramente inferior aos 1.594 previstos.

A situação não melhora para hoje, pois a previsão é de 1.541 MW de apagões durante o horário de pico e uma elevada afetacão diurna: 1.200 MW.

Na segunda-feira, o serviço foi afetado devido à insuficiência na capacidade de geração ao longo de 24 horas, e essa situação permaneceu durante toda a madrugada de hoje.

A disponibilidade do Sistema Elétrico Nacional (SEN) às 7:00 da manhã era de 1.400 MW e a demanda era de 2.350 MW, com 901 MW afetados por déficit de geração.

Além disso, permanecem afetados 90 MW na província de Artemisa devido a avarias nas redes elétricas causadas pela passagem do furacão Rafael.

Guiteras: Quebra ou manutenção?

Embora a União Elétrica (UNE) tenha informado na terça-feira sobre a saída de serviço da unidade da CTE Matanzas “para realizar trabalhos inadiáveis na caldeira”, o que indicava que se tratava de labores de manutenção, nesta quarta-feira a entidade incluiu a termelétrica de Matanzas na lista das avarias.

"Estão em avaria cinco unidades termoelétricas: a unidade 5 da CTE Mariel, a unidade 1 da CTE Santa Cruz, a unidade da CTE Matanzas, a unidade 2 da CTE Felton e a unidade 3 da CTE Renté", diz o boletim da UNE.

Estariam em manutenção outras quatro: a unidade 2 da CTE Santa Cruz, as unidades 3 e 4 da CTE Cienfuegos e a unidade 5 da CTE Renté.

No total, nove unidades termoelétricas estão fora de serviço neste momento em Cuba, um número que não para de crescer nos últimos meses.

Nos outros dados que a UNE costuma compartilhar como parte da trágica matemática que soma e subtrai megawatts:

“As limitações na geração térmica são de 251 MW. Estão fora de serviço por falta de combustível 48 centrais de geração distribuída com 197 MW, a patana de Santiago de Cuba (67 MW), 5 motores na patana de Regla (45 MW) e 5 motores na patana de Melones (90 MW), totalizando uma impactação de 399 MW por esta razão.”

Para o horário de pico de hoje, estima-se a entrada da unidade 3 da CTE Renté, com 70 MW (em processo de arranque); a entrada de cinco motores da patana de Regla, com 45 MW; a entrada de 2 motores na patana de Santiago de Cuba, com 24 MW; e a entrada de outros cinco motores na patana de Melones, com 90 MW.

Com este prognóstico, estimam-se 1.629 MW de disponibilidade para o horário de pico e uma demanda máxima de 3.100 MW, resultando em um déficit de 1.471 MW.

Se as condições "caóticas" descritas se mantiverem, prevê-se uma afetacão de 1.541 MW durante o horário de pico.

Até o fechamento desta nota, nenhum dirigente da União Elétrica ou do Ministério da Energia e Mineração (MINEM) havia aparecido na televisão nacional para explicar o inexplicável: a crise interminável do Sistema Elétrico Nacional cubano.

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