A União Elétrica (UNE) informou sobre a desconexão da Central Termelétrica (CTE) Antonio Guiteras, em Matanzas, para uma manutenção planejada que durará quatro dias (96 horas), período durante o qual serão realizados "trabalhos inadiáveis na caldeira".
Este evento resultará em um aumento significativo nos apagões, com interrupções estimadas em 1.594 megawatts (MW) durante a demanda máxima desta terça-feira, de acordo com dados divulgados pela UNE em suas redes sociais.
A CTE Antonio Guiteras, uma das principais usinas geradoras do país, é fundamental para o Sistema Eletroenergético Nacional (SEN). Sua saída agrava ainda mais a crítica situação energética que a Ilha enfrenta, caracterizada por constantes e prolongados apagões (de até 21 horas diárias em algumas localidades), especialmente durante as horas de maior consumo.
Por sua vez, o jornalista oficialista Lázaro Manuel Alonso confirmou em suas redes sociais que a parada está destinada a trabalhos de manutenção, mas não forneceu detalhes sobre a extensão das reparações ou se há um plano alternativo para mitigar o impacto na população.
Esta desconexão de quatro dias ocorre em um momento crítico, em que cinco (5) unidades de geração termelétrica estão fora de funcionamento e quatro (4) em manutenção, segundo a UNE.
Além disso, agrava o contexto de crescente mal-estar social exacerbado pelos reiterados cortes de eletricidade, que afetam não apenas os lares, mas também o comércio, a produção e os serviços básicos. Usuários nas redes sociais expressaram sua preocupação com a duração dos apagões e as dificuldades que enfrentam para realizar atividades cotidianas.
A UNE não esclareceu se a manutenção concluirá dentro do prazo anunciado ou se as atividades poderão ser prorrogadas em caso de imprevistos. Enquanto isso, a população se prepara para dias de intensas interrupções elétricas, o que pode aumentar as tensões em meio a uma crise energética que parece longe de ser resolvida.
O histórico recente da Guiteras
A CTE Antonio Guiteras, uma das principais Usinas geradoras do país, enfrentou diversas dificuldades nos últimos meses.
No dia 18 de outubro, uma saída inesperada desta usina causou a desconexão total do Sistema Eletroenergético Nacional (SEN), deixando a ilha em um apagão generalizado.
Posteriormente, no dia 19 de outubro, o Ministério de Energia e Minas informou sobre os esforços para reiniciar a usina e restabelecer o serviço de eletricidade.
Apesar das tentativas de recuperação, a termoelétrica continuou apresentando problemas. No dia 21 de outubro, a UNE comunicou que a CTE Antonio Guiteras voltou a operar, mas com capacidade limitada.
Mais recentemente, em 8 de novembro, foi relatada uma fuga de gás na área da caldeira, impedindo que a usina atingisse seu máximo potencial de geração.
O serviço deficiente e instável da CTE Antonio Guiteras tem exacerbado a crise energética em Cuba, caracterizada por frequentes apagões que afetam tanto a população quanto setores-chave da economia. A falta de manutenção adequada, o envelhecimento da infraestrutura e a escassez de combustível têm contribuído para essa situação crítica.
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