Trump confirma que declarará estado de emergência nacional para deportações em massa com o exército

Durante sua campanha, o presidente eleito prometeu utilizar a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, uma norma aplicada exclusivamente em tempos de guerra, que autoriza a expulsão de estrangeiros dos EUA sem garantir o devido processo legal.

Donald Trump © Wikimedia
Donald TrumpFoto © Wikimedia

O presidente eleito Donald Trump anunciou nesta segunda-feira que tem a intenção de declarar uma emergência nacional e utilizar o exército para implementar seu plano de deportações em massa.

Através de uma breve publicação em sua rede social, Truth Social, Trump confirmou o relatório de um ativista conservador, que afirmou ter informações diretas sobre os planos da próxima administração em questões de imigração.

Captura do Truth Social / Donald J. Trump

Trump qualificou como “verdadeiras” as declarações do ativista, que afirmavam que “BOAS NOTÍCIAS: foi relatado que a administração está pronta para declarar uma emergência nacional e utilizará recursos militares para reverter a ‘invasão (de imigrantes) de Biden’ por meio de um programa de deportações em massa”.

Um dos pilares fundamentais da campanha presidencial de Trump foi sua promessa de deportações em massa, garantindo que expulsaria mais imigrantes do que "qualquer um de seus predecessores", embora sem detalhar como conseguiria isso.

No entanto, em meados de outubro, Trump afirmou que para isso iria utilizar a lei de Inimigos Estrangeiros, promulgada em 1798, “que foi usada apenas em tempos de guerra e permite expulsar do Estados Unidos cidadãos estrangeiros, sem o devido processo legal”, informou a Telemundo.

Segundo o portal de notícias, essa lei pode ser invocada em casos de "guerra declarada", invasão ou "incursão predatória" em território americano, embora tenham mencionado que "os Estados Unidos não declararam formalmente a guerra a nenhuma nação desde 1942. Mas Trump poderia ativá-la sem contar com o Congresso".

Recentemente, Trump afirmou que as caravanas de migrantes que buscavam entrar no país estão se desintegrando e desistindo de continuar sua jornada após sua vitória nas eleições.

Durante uma gala realizada em sua residência em Mar-a-Lago, Flórida, o presidente eleito afirmou que seu triunfo eleitoral e seus planos de implementar um programa de deportações em massa desmotivaram os migrantes.

"Caravanas que antes reuniam até 35.000 pessoas nem estão fazendo a viagem. Estão se desintegrando", afirmou.

Uma das caravanas mais recentes, composta por cerca de 2.500 migrantes e que começou sua jornada no sul do México na semana passada, teria se dispersado após a divulgação dos resultados eleitorais, segundo o presidente eleito.

Em maio, Trump afirmou que realizará a maior operação de deportação na história dos Estados Unidos se for reeleito.

Em uma entrevista ao jornal Time, o empresário enfatizou a necessidade de abordar o que considera "uma crise migratória insustentável para o país", contando com a polícia, o Exército e sem descartar a criação de campos de detenção para imigrantes.

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