Empresa Elétrica de Santiago de Cuba promete apenas 5 horas de luz por dia: "Poderia ser menos"

A Empresa Elétrica de Santiago de Cuba garante 5 horas diárias de luz, mas alerta que esse tempo pode ser menor devido à crise do Sistema Elétrico Nacional. A situação gera incerteza e apagões.

Apagón en Santiago de Cuba © Facebook / Ingeniero Vera
Apagão em Santiago de CubaFoto © Facebook / Ingenheiro Vera

A Empresa Elétrica de Santiago de Cuba anunciou nesta segunda-feira que tentará garantir pelo menos cinco horas de eletricidade por dia como parte de uma estratégia provisória, embora tenha alertado que esse tempo pode ser menor devido à limitada disponibilidade do Sistema Elétrico Nacional (SEN).

No comunicado, a empresa explicou que o serviço será distribuído em diferentes blocos horários ao longo do dia, sempre condicionado pela capacidade de geração.

Captura do Facebook / Empresa Elétrica Santiago de Cuba

A estratégia tem como objetivo que “durante o dia, cada circuito tenha pelo menos entre 5 e 6 horas de serviço, distribuídas ao longo do dia”, indicou a nota.

“Quando o déficit ultrapassar a carga dos circuitos em operação, serão afetados até mesmo aqueles com pontos vitais para evitar prolongar o tempo de interrupção nos outros circuitos”, acrescentou.

A nova rotação "será utilizada para fornecer serviço elétrico à população, enquanto a complexa situação eletroenergética que o país enfrenta neste momento melhora", indicou o comunicado, sem mencionar desde quando será implementada e muito menos a duração, evidenciando uma agravamento da crise.

Além disso, reconheceram que, dadas as circunstâncias atuais, é impossível cumprir com a rotação de blocos que até o momento funcionava, o que aumentará a incerteza e os transtornos para a população.

O comunicado da Empresa Elétrica confirma um recente anúncio de Beatriz Johnson Urrutia, primeira secretária do Partido Comunista (PCC) em Santiago de Cuba, que alertava que o governo provincial garantiria o serviço elétrico apenas durante três ou quatro horas diárias.

Johnson disse que os apagões se devem à tensa situação do Sistema Eletroenergético Nacional (SEN) e pediu ao povo santiaguero que tenha "empatia".

Facebook Beatriz Johnson Urrutia

Após um domingo negro em Cuba, no qual o serviço elétrico foi afetado ao longo de 24 horas devido à falta de capacidade de geração, o povo inicia a segunda-feira com a previsão de mais apagões, em uma crise que parece não ter fim.

De acordo com o relatório da União Elétrica (UNE), no domingo a maior afetacão foi de 1348 MW (um pouco menos que a previsão de 1.421 MW) às 18h30.

Captura do Facebook / União Eléctrica UNE

O serviço continuou afetado durante toda a madrugada. No horário de máxima demanda, havia uma perda de 134 MW devido aos danos causados pelo furacão Rafael nas redes elétricas (Pinar del Río 40 MW e Artemisa 94 MW).

Para esta segunda-feira, estimam-se afetamentos devido ao déficit de geração de 478 MW pela manhã, 750 MW na tarde intermediária e 1.399 MW no horário de pico.

A crise energética em Cuba, agravada nos últimos anos, continua a afetar a população com apagões prolongados, falta de combustível para cozinhar os alimentos e um cenário de incerteza em uma das províncias mais afetadas do país, devido a eventos meteorológicos e até a recentes terremotos.

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