Embora Cuba não esteja situada em uma das áreas de maior atividade sísmica do mundo, tem registrado movimentos telúricos significativos que deixaram uma profunda marca em sua história e na memória de sua população.
Esses eventos ocorreram principalmente na região oriental da ilha, devido à influência da falha Oriente, uma das principais áreas sismogênicas do Caribe.
Principais terremotos na história de Cuba
O registro de terremotos significativos em Cuba começa em 1528, com um sismo de intensidade VI em Baracoa, do qual não há informações adicionais.
Desde então, foram documentados numerosos eventos relevantes, principalmente na região oriental da ilha.
Um dos mais antigos e mortais ocorreu em 11 de junho de 1766, em Santiago de Cuba, com uma magnitude estimada de 7,6. Esse terremoto destruiu grande parte da cidade, incluindo igrejas e edifícios governamentais, e deixou um saldo de 120 mortos e mais de 600 feridos.
Houve muitas réplicas, principalmente nas 48 horas seguintes. Foi perceptível na Cidade de Havana e na vizinha Ilha da Jamaica.
Outro evento importante ocorreu em 20 de agosto de 1852, também em Santiago de Cuba.
Com uma magnitude estimada de 7,2, esse terremoto gerou pânico e deixou dois mortos, uma dúzia de feridos e danos estruturais em mais de 600 edificações, incluindo a Catedral Metropolitana, que precisou ser reconstruída.
Na história recente, em 3 de fevereiro de 1932, um terremoto de magnitude 6,7 abalou Santiago de Cuba por 18 segundos, causando a destruição parcial ou total de 60% dos edifícios de alvenaria.
Este evento deixou 13 mortos e cerca de 2.000 feridos, embora outras fontes indiquem números menores.
Uma revista Bohemia da época publicou imagens impactantes e até listou os edifícios que sofreram danos.
Em 25 de maio de 1992, em Cabo Cruz, ocorreu outro terremoto significativo de magnitude 6,9, considerado um dos mais fortes registrados no século XX.
Mais recentemente, em 28 de janeiro de 2020, um terremoto de magnitude 7,7 atingiu a mesma região, consolidando-se como o mais intenso da história moderna da ilha.
Eventos recentes e dados de interesse
Em 2023, o Centro Nacional de Investigações Sismológicas (CENAIS) reportou um total de 7.475 sismos no país, embora apenas 14 tenham sido perceptíveis pela população. As magnitudes desses eventos variaram entre menos de 3 até 5,9 graus, e 70% deles se concentraram na falha Oriente.
Este ano, a atividade sísmica mais notável ocorreu no último domingo no município de Bartolomé Masó, em Granma, onde foram registrados dois terremotos consecutivos de magnitude 6,0 e outro de 6,7.
Apesar de serem considerados leves devido à sua curta duração (o de 6,7 durou apenas sete segundos), causaram danos materiais e mais de uma dezena de feridos.
O que é um terremoto? Diferenças entre os termos
A linguagem utilizada para descrever os movimentos telúricos muitas vezes gera confusão.
Muitas pessoas acreditam que "sismo", "tremor" e "terremoto" têm significados diferentes, mas na verdade são sinônimos que descrevem qualquer movimento da crosta terrestre.
Popularmente, diferencia-se um tremor (sacudida leve) de um terremoto (sacudida forte), mas os cientistas classificam esses eventos de acordo com sua magnitude (energia liberada) e intensidade (efeitos percebidos na superfície).
A magnitude de um terremoto é medida em diferentes escalas. Durante muito tempo, a escala de Richter foi a mais utilizada, embora atualmente os sismólogos prefiram se referir simplesmente à "magnitude" e utilizar várias metodologias mais modernas.
A recorrência de terremotos significativos em Cuba, especialmente na região oriental, ressalta a necessidade de medidas preventivas e normas de construção resistentes a sismos, como a NC 46/2017. Além disso, estudos recentes sugerem uma alta probabilidade de que a falha Oriente venha a gerar um sismo de magnitude 7 em um futuro próximo, o que destaca a importância da preparação e da educação para mitigar os impactos desses eventos.
Os terremotos mais fortes em Cuba demonstraram um período de recorrência superior a 100 anos, o que implica que os eventos de grande magnitude não são frequentes, mas são altamente destrutivos.
A lista dos terremotos mais significativos da História de Cuba pode ser consultada neste link.
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