Falta de recursos impede que famílias cubanas se preparem adequadamente para receber Rafael

A chegada do ciclone Rafael expõe a vulnerabilidade dos cubanos devido à falta de recursos básicos. A escassez de alimentos, água potável e combustível limita a preparação e coloca muitas famílias em risco.

No hay nada (Imagen de archivo) © CiberCuba
Não há nada (Imagem de arquivo)Foto © CiberCuba

À medida que o ciclone Rafael se aproxima de Cuba, milhares de cubanos se encontram em uma situação de extrema vulnerabilidade devido à falta de recursos necessários para enfrentar a tempestade.

A isso se soma a preocupação por não saber se suas casas resistirão aos impactos do ciclone; a desesperação ao observar a falta de suprimentos em suas despensas; e a impotência diante da escassez de combustíveis para cozinhar, caso precisem enfrentar vários dias de apagão.

As dificuldades econômicas e a falta de suprimentos básicos deixaram uma grande parte da população sem condições de adotar as medidas mínimas de proteção recomendadas em casos de furacão.

Cono de percurso de Rafael / NHC

Rafael se aproxima: Preparativos limitados pela falta de recursos.

O ciclone Rafael ameaça com ventos intensos e chuvas torrenciais, podendo causar sérios danos em um país onde a infraestrutura e as condições de vida de muitos lares já estão no limite.

A situação econômica atual impede que muitas famílias se preparem adequadamente para a tempestade e evidencia sérios problemas estruturais em Cuba.

Pão em Cuba / Facebook Julio Rodríguez Brito

Medidas essenciais que muitos cubanos não conseguirão cumprir:

  • Armazenar alimentos não perecíveisA escassez de produtos básicos como pão, biscoitos, embutidos e enlatados, somada aos altos custos dos poucos produtos disponíveis no país, torna impossível que muitas famílias se abasteçam para os dias críticos que se aproximam.
  • Guardar combustívelA falta de gás liquefeito e de carvão para cozinhar é outro grave problema, limitando a possibilidade de preparar os poucos alimentos que podem ter em casa. Além disso, nos últimos dias, os proprietários de veículos estão pagando preços altos pela gasolina ou pelo óleo imprescindível para se deslocar em casos de emergência.
  • Recolher água potávelEm muitos lares, o acesso à água potável é muito limitado, e as infraestruturas para armazenar água são escassas. A isso se somam problemas no sistema de abastecimento, que já enfrenta limitações e que pode ser afetado com a passagem do ciclone.
  • Reforçar as habitaçõesA maioria das habitações não recebe manutenção há décadas e muitas apresentam um estado avançado de deterioração. Esses edifícios vulneráveis, sem reformas nem reparos adequados, são extremamente frágeis diante do impacto de um ciclone, colocando inúmeras famílias em risco de perderem seus lares.
  • Organizar um plano de evacuaçãoA escassez de combustível afeta gravemente a possibilidade de evacuação a tempo para zonas seguras. Sem transporte público suficiente nem recursos próprios, muitas famílias dependem da "gestão do governo", que pode ser inexistente; da ajuda de conhecidos ou da sorte para encontrar uma forma de transportar suas pertenças.
Lixo em Havana / CiberCuba

O maior risco deste ciclone é a inundação. No país, há sérios problemas no sistema de abastecimento de água e esgoto. Isso, juntamente com os metros cúbicos de lixo presentes nas ruas, pode colapsar o sistema de drenagem e agravar as inundações.

Milhões de cubanos vivem cercados por lixo, um problema de longa data que acarreta sérios riscos de contaminação e propagação de doenças devido à drenagem de resíduos pelas chuvas.

Apesar dos apelos das autoridades para que a população se mantenha informada e siga as orientações da Defesa Civil, a realidade é que a falta de recursos básicos torna inviável o cumprimento das recomendações em grande parte do país.

Nesse contexto, a solidariedade e o apoio mútuo entre familiares e amigos se mostram como as únicas estratégias de sobrevivência para muitos cubanos diante da ameaça iminente do ciclone Rafael.

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